Uso responsável de inteligência artificial ainda é baixo nas organizações
Pesquisa do BCG revela que 55% superestimam maturidade de programas internos. Para a empresa, esforços ainda são insuficientes
Inteligência artificial não é uma tecnologia prosaica. Mais do que implantá-la, as empresas precisam fazê-lo de modo consciente, o que o BCG GAMMA, unidade do BCG focada em advanced analytics e IA, chama de inteligência artificial responsável (ou RAI, na sigla em inglês). No entanto um estudo global recente da empresa mostra que 55% dos entrevistados superestimam a maturidade de seus programas internos.
Foram coletados dados de executivos seniores em mais de mil grandes organizações em todas as regiões do globo. A avaliação leva em conta estruturas, processos e ferramentas que ajudam as organizações a garantir que sistemas de IA promovam bem-estar e transformem os negócios. O estudo também descobriu que a minoria das empresas que relataram usar IA em escala possui uma implementação de RAI madura.
A pesquisa aponta quatro estágios distintos de maturidade de RAI entre organizações: atrasado (14%), em desenvolvimento (34%), avançado (31%) e líder (21%). Cada nível reflete o progresso na abordagem das sete dimensões geralmente aceitas de inteligência artificial responsável, como justiça e equidade, governança de dados e privacidade e integração humana e IA.
Steven Mills, diretor de ética do BCG GAMMA e coautor do estudo, diz que as organizações estão progredindo, mas os esforços por um uso responsável de IA ainda estão aquém do necessário. “Os resultados foram surpreendentes, pois muitas organizações estão excessivamente otimistas sobre a maturidade da implementação de IA responsável em suas bases”, diz o executivo, em comunicado.
Motivações financeiras primeiro
Segundo a BCG, o estudo descobriu que as empresas não buscam RAI para mitigar riscos potenciais, apesar da preocupação dos executivos C-Level e dos conselhos de administração com problemas em sistemas de IA. Para a maioria deles a RAI é uma oportunidade de obter benefícios comerciais.
Outra descoberta da pesquisa é que programas de inteligência artificial responsável em organizações no estágio de liderança de maturidade tem um indivíduo e um comitê que orientam a estratégia. Europa e América do Norte, em geral, possuem maior maturidade, enquanto a América do Sul é a pior colocada entre as regiões.
Mais detalhes da pesquisa (em inglês) podem ser acessados nesse link.