Que tipo de competência um profissional deve ter na nova economia?
O painel de encerramento do IT Forum Expo 2017, na última quarta-feira (08/11) foi uma espécie de choque de realidade para o público. Paulo Vicente Alves, professor da FDC, evidenciou durante sua apresentação “Um século em quatro atos” o tamanho dos desafios que temos pela frente, diante da enorme revolução que vivemos.
O especialista alerta que estamos em meio a mais uma crise, que está sendo sucedida por uma grande revolução tecnológica, assim como já ocorreu nas décadas de 60 e 70, por exemplo.
Este processo criará o que Alves chama de “destruição criativa”, em que milhões de pessoas vão perder empregos, mas, por outro lado, outros milhões vão surgir.
O fato é que as mudanças estão a pleno vapor, o que exigirá novas competências de profissionais e também de empresas para lidar com o “novo mundo”.
Qual a principal característica que um profissional deve ter na nova economia? Quem responde são líderes de importantes empresas instaladas no Brasil.
Para Paula Paschoal, diretora-geral do PayPal no Brasil, o poder de transformação é um grande diferencial, mas complementado com resiliência. “Sinto falta de resiliência nas novas gerações. A capacidade de persistência, de aceitar, tomar porrada, levantar e continuar”, comentou, durante participação no painel.
Já Paulo Silva, presidente do Walmart, comenta que, se pudesse escolher entre um profissional que se transforma ou um que se adapta, ficaria com a primeira opção. “É uma questão de velocidade”, pontuou.
Daniel Velazco-Bedoya, country manager do Cabify Brasil, acredita que a principal competência deve ser a capacidade de comunicação para transmitir conhecimento. “A comunicação é o grande entrave para criação e inovação”, comentou.
Diante de um ambiente em constante mudança, Andrea Iorio, head do Tinder na América Latina, pede que profissionais tenham capacidade de adaptação. “Muitas profissões de hoje não existirão mais nos próximos anos. Uma boa parte das pessoas terá que se reinventar. O que vamos fazer para poder transitar desse mundo de hoje para o próximo?”, destacou.
Já Luis Gonçalves, VP da Dell EMC para a área de Commercial, pede que profissionais tenham capacidade de avaliar questões éticas e morais.
Digitalização
A apresentação de Alves mostra que o fio condutor de toda transformação é a natureza digital. A pergunta que Gonçalves propõe é: quanto minha empresa está preparada para habilitar o digital e levar para frente a transformação digital para se inserir no novo contexto de mercado?
Por isso, o executivo afirma que o preparo da infraestrutura tecnológica, com plataformas robustas, é essencial.
A urgência pela chamada transformação digital é grande, já que, como destaca Silva, o comportamento das pessoas mudou e elas já são digitais. “A agenda digital é fundamental”, comentou o executivo. “As empresas precisam pensar digital o tempo inteiro. Não pode ser um esforço de um CDO (Chief Digital Officer), cargo que todo mundo tem criado. Enquanto não houver as principais cabeças pensando digital, não terá sucesso”, completou.