Qual é a base da Indústria 4.0?
Implementação robusta e colaboração serão necessárias para realizar o verdadeiro potencial da tendência
A Internet das Coisas (IoT) evolui muito rapidamente e revoluciona o mercado tecnológico. O que acontecer nos próximos anos terá um efeito profundo sobre a última megatendência, a Indústria 4.0 – ou a Quarta Revolução Industrial. Os envolvidos no ecossistema de IoT devem não apenas compreender uma infinidade de padrões e protocolos, mas também lidar com a fragmentação generalizada em cada país onde a solução opera.
E isso é antes de chegarmos à complexidade de projetar dispositivos seguros. Já sabemos que inúmeros dispositivos de IoT feitos para o consumidor estão repletos de vulnerabilidades de segurança. Os ataques Mirai e Reaper, de 2017, escravizaram milhões de dispositivos conectados e os transformaram em botnets controlados remotamente, capazes de derrubar serviços da web em todo o mundo.
É por isso que todos os envolvidos no universo de Internet das Coisas têm a responsabilidade de implementar soluções robustas de segurança, autenticação e identificação. Uma coisa é ter seu roteador em casa sequestrado, outra completamente diferente é a infraestrutura nacional ser comprometida. Mas essa é a ameaça que vivemos agora, então a segurança B2B para a IoT, ou seja o ramo Industrial da IoT, é primordial.
Estes tipos de vulnerabilidades já preocupam governos, órgãos reguladores e investidores, por isso é fundamental que o ecossistema se reúna e trabalhe para provar que é confiável administrar serviços, minimizando e mitigando ameaças.
Graças aos avanços da ciência e da tecnologia, estamos entrando em uma nova era da indústria em que as esferas física, digital e biológica estão se unindo para automatizar as sociedades. No centro desse novo movimento estão os dados coletados de bilhões de sensores e dispositivos, que são analisados para melhorar os processos, fornecer insights e aprimorar nossa compreensão do mundo. A Indústria 4.0 é um conceito que está sendo construído lentamente e será formalizado na próxima década.
Mas para que isso ocorra, o segmento Industrial da Internet das Coisas terá que amadurecer significativamente. Temos pensado como as organizações podem garantir que, em um mundo de automação – especialmente da manufatura -, a segurança não seja comprometida.
Para contribuir com esse amadurecimento, é necessário garantir:
-Criptografia de ponta a ponta para toda a comunicação entre dispositivos IoT, máquinas e sistemas de back-office.
-Que os dados sejam protegidos em repouso, tanto do acesso ilícito quanto de sofrer alterações.
-Que a autenticação forte e o gerenciamento de identidade exista para todas as interações humanas com dispositivos e dados da IoT.
Além disso, os esforços realizados precisam garantir os seguintes princípios, que são seguidos pela CIA:
Confidencialidade: significa permitir que apenas pessoas autorizadas acessem dados e dispositivos.
Integridade: significa poder verificar se os dados e dispositivos não foram adulterados.
Disponibilidade: significa ser capaz de acessar dados, dispositivos e serviços IoT nominais o tempo todo.
Essas práticas fundamentais garantem que a fabricação se torne mais inteligente e que os usuários finais estejam protegidos durante todo o processo. E isso é essencial, pois estamos começando a ver as preocupações que surgem sobre os sistemas existentes, nos quais a segurança não está no nível esperado para a segurança nacional.
A Indústria 4.0 é uma das megatendências emergentes mais empolgantes, mas a implementação robusta e a colaboração serão necessárias para realizar seu verdadeiro potencial.
*Letice Kubert é diretora Comercial de IoT da Thales para a América Latina