O novo paradigma financeiro

Em encontro organizado pela Cisco, instituições financeiras discutem os desafios e as oportunidades da transformação digital

3:11 pm - 14 de dezembro de 2020

Como todos os setores da economia, o setor financeiro está passando por uma série de transformações neste exato momento. Grande parte delas têm relação direta com as mudanças de hábitos e de comportamento dos clientes, que cada dia mais têm adotado meios digitais de pagamento e novas canais de interação. Esse movimento já era bastante forte entre os nativos digitais, mas, com a pandemia, ganhou uma nova dimensão, sendo adotado também pelos clientes de hábitos até aqui mais conservadores.

A diretora de digitalização, indústrias e segmentos da Cisco para a América Latina, Sandra Eslava, lembra que a estes fatores devem se somar ainda outros que vem impactando o segmento. “Hoje temos novas regulações, além da chegada do PIX e do open banking e de centenas de outras inovações que estão mudando completamente as regras do setor”, diz, ressaltando que a crescente digitalização dos clientes trazida pela pandemia tem exigido dos serviços bancários mais velocidade, segurança e novas experiências.

Com as instituições financeiras acelerando seus projetos rumo a um futuro automatizado e digitalizado, a transformação digital deixa de ser uma opção, transformando-se rapidamente em uma necessidade. Foi o que pôde ser constatado em outubro, quando a Cisco reuniu um grupo de especialistas do setor e grandes instituições do setor, que compartilharam os principais desafios enfrentados e as oportunidades que estão encontrando nesta jornada.

O evento “Oportunidades Emergentes: o novo paradigma financeiro” reuniu representantes de bancos como Itaú, Bradesco, Santander, Bancolombia, Banco de Crédito do Peru, Grupo Financeiro Ficohsa, Caixa Econômica Federal, Banco Neon, BTG Pactual e XP Investimentos; e empresas do setor de varejo, como a Riachuelo. “Reunir estas empresas nos permitiu analisar as oportunidades que estão surgindo na América Latina, assim como conhecer experiências reais sobre o crescimento do uso de bancos digitais e de acesso a serviços financeiros por um grande número de clientes”, destaca Sandra.

Deste encontro foram extraídas algumas mensagens que resumem bem o atual momento vivido pelo setor, tais como:

  • Os principais desafios enfrentados pelos bancos latino-americanos estão nas áreas de cibersegurança e experiência digital;
  • Há uma preocupação sobre como ter um negócio efetivamente resiliente, o que inclui a segurança de colaboradores, continuidade operacional e excelência em serviços ao cliente;
  • Ao reinventar as aplicações, é preciso avaliar como conectar o desempenho da aplicação com o experiência dos novos clientes digitais;
  • Foco na confiança digital e em como garantir um futuro promissor para empresas, colaboradores, clientes e a comunidade;

A importância da tecnologia

“Do nosso lado, demonstramos como uma base tecnológica forte nos permite transformar desafios em oportunidades”, afirma Sandra. Um exemplo é a constatação de que os colaboradores, mesmo remotamente, estão mantendo a operação dos negócios e, em muitos casos, aumentando a produtividade, o que torna conceitos como Secure Remote Worker e Trusted Workplace grandes enablers para a continuidade de negócios.

Além disso, ao compartilhar dados sobre como as instituições financeiras estão trabalhando de forma assertiva seu foco na experiência do cliente, foi possível entender melhor a importância da transformação digital para os bancos, que têm um objetivo claro a ser atingido em relação a estes clientes: meu banco no meu bolso.

Outro aspecto bastante interessante do evento foi a possibilidade de conhecer as reais experiências destas empresas, que compartilharam os desafios que tiveram que enfrentar para prover serviços bancários digitais aos seus clientes. Elas demonstraram como se adaptaram e se transformaram digitalmente para manter a continuidade operacional das transações, para permitir que seus colaboradores continuassem trabalhando remotamente e como a transição e a adoção de diferentes opções tecnológicas melhorou ainda mais a experiência de seus clientes.

Uma parte relevante do encontro foi a ênfase dada à cibersegurança. Neste momento de transformações, é preciso avaliar os riscos digitais utilizando diagnósticos e melhores práticas que garantam, no futuro, a segurança da comunidade, das empresas, dos colaboradores e dos clientes com base em tendências e ações que devem ser tomadas imediatamente para garantir que os serviços bancários digitais sejam oferecidos de forma ágil e segura, protegendo também a marca e a reputação das instituições financeiras.

“Outro ponto importante da discussão girou em torno da computação em nuvem e dos data centers”, lembra Sandra. Segundo a executiva, ficou claro que para garantir a experiência do cliente digitalizado, é preciso quebrar silos de informação e unificar a linguagem utilizado entre as áreas de negócio e de tecnologia das instituições financeiras. Mais que isso, é preciso manter as mesmas métricas para os negócios, para as aplicações e para cada componente da infraestrutura, dando mais agilidade às aplicações bancárias.

O que ficou claro para todos os participantes do encontro é que a tecnologia é hoje o pilar fundamental do setor financeiro, mas ela por si só não será capaz de conduzir as mudanças exigidas nesse momento. É preciso que estas instituições contem com uma arquitetura tecnológica, de negócios e uma rede baseada em intenções que lhes permita ter assertividade e agilidade.

Com isso, as empresas do setor financeiro poderão, além de aprimorar a experiência de seus clientes, otimizar a tecnologia para ser tornarem mais competitivas, conquistarem o mercado e motivar seus times com espaços colaborativos, mantendo os bancos como líderes em inovação e serviços. “Na Cisco, nós continuamos comprometidos com o setor e em ajudar estas empresas a acelerar suas estratégias digitais e enfrentar os desafios e oportunidades que surgirão nesta jornada”, conclui.