PMEs: 12 dicas para tirar do papel o processo de transformação digital

As pequenas e médias empresas (PMEs) são a principal força motriz da economia brasileira, elas representam 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

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10:59 am - 18 de setembro de 2019

Existe uma grande oportunidade de explorar esse segmento de forma ativa por meio da transformação digital, que trata do processo de digitalização destas companhias. Porém, a dúvida que fica é: como as pequenas e médias podem aproveitar isso a seu favor e usar todo o seu potencial?

Não podemos esquecer que atualmente vivemos num mundo da personalização, onde as decisões são tomadas baseadas em dados: data driven. As empresas precisam coletar e tratar dados de maneira estratégica – e aqui incluo a as pequenas e médias. Também, é importante lembrar que os modelos de percepção dos negócios mudaram. Antigamente, as companhias divulgavam seus negócios em mídias pagas, como outdoors, jornais e revistas. Hoje, basta um vídeo bem produzido e publicado online para gerar mais visibilidade do que um anúncio em horário nobre na TV ou rádio. Ou seja, o conhecimento de digital e uma pitada de criatividade, podem fazer toda a diferença no negócio. Além disso, o consumidor de hoje faz referências do que ele comprou, viu e vivenciou em portais do mundo inteiro, como Tripadvisor, por exemplo. É consumidor influenciando consumidor em escala e intensidade global!

Para ajudar as PMEs neste processo, listei 12 conselhos que acho necessários para uma boa gestão na jornada da transformação digital:

1 – Gestão orientada para inovação constante. Que essa inovação tenha sempre foco no cliente, verificando o que é importante para ele e para o consumidor.

2 – Criar um modelo de inovação rápido por meio de processos e ciclos curtos. Inovar por meio de Produtos Mínimo Viáveis (PMVs), aprender com essas experiências e levar rapidamente as soluções para o mercado antes que alguém o faça.

3 – Adotar o pensamento de fundo de capital de risco. Entender quais os estágios e limites de risco são aceitáveis. Definir seu apetite para risco e respeitar ele.

4 – Inove antes que seja necessário. Desafie seu modelo e status quo e se questione sempre sobre o que você poderia fazer de melhor ou o que alguém faria de forma superior ao que você já oferece.

5 – Organize seu trabalho sobre métodos ágeis. “Métodos ágeis” é uma expressão conhecida, mas sobretudo é um conjunto de práticas feito por meio de ciclos curtos, que permite às equipes autônomas a capacidade de decisão para que consigam, por meio de interações sucessivas, se aproximar mais do resultado. A aplicação deste conceito vai fazer com que a companhia realize tarefas com menos tempo e menor custo de execução. Se não teve tempo de estudar métodos ágeis, é uma boa oportunidade.

6 – Crie uma cultura de teste e aprendizado fundamentado em interações e dados. Provavelmente as empresas que prosperam hoje terão maior capacidade de aprendizado. E o aprendizado de hoje está nos dados. Os dados nos ensinam muito, são fundamentais e estratégicos.

7 – Aprenda a falhar. Prepare-se para falhar de modo mais inteligente. Estamos falando de inovação e não podemos contar que não haverão erros. Em muitos momentos teremos falhas e precisamos identificá-las rapidamente e repará-las. Esse é o princípio da inovação.

8 – Expanda e integre boas ideias rapidamente. Se tem uma boa ideia, expanda-a. O mundo de hoje está muito conectado e não permite atrasos. Se conseguir fazer a ideia rodar, execute-a antes que alguém o faça.

9 – Crie uma cultura de dono. Dê aos colaboradores a possibilidade de criar coisas novas, de intraempreender e cocriar. Isso promove autonomia ao mesmo tempo que se sentem parte da empresa.

10 – Lidere sem forçar decisões. O líder digital mobiliza o ecossistema e age como influenciador de pessoas.

11 – Contrate os melhores. Quanto melhor a equipe, melhores os resultados.

12 – Forneça feedback de forma clara e honesta. Em um ambiente ágil o feedback deve ser frequente e o mais claro o possível, sempre com a intenção de criar uma cultura de sucesso.

As PMEs precisam com urgência, entender o mercado em que estão e já criar uma coalisão para que suporte esse processo de transformação digital. Avaliar a forma como produzem valor para seus clientes e se questionarem se com o uso das tecnologias transformadoras, elas podem ser mais eficientes, mais atraentes ou mesmo disruptivas.

Atualmente, há tecnologia disponível e barata (se não de graça) para executar todos os projetos que estas empresas possam imaginar. E ainda mais: há todo um ecossistema de suporte para esta inovação: aceleradoras, incubadoras, investidores anjos, mentores e muitos outros dispositivos de apoio a inovação.

Tenho certeza que para as PMEs esse processo é muito mais rápido e vantajoso se comparado às empresas grandes, porque se por um lado as grandes possuem mais capital para investir, por outro são engessadas e tem muitos processos que as impossibilitam se mover rapidamente. É a velha expressão: para você virar um transatlântico você precisa de mais planejamento do que para mover uma lancha, que é mais rápida e mais ágil. A capacidade e agilidade de transformação digital das PMEs podem se transformar em ativo competitivo importante, essa é a essência da vantagem digital. Não à toa, startups estão tomando espaço, foram criadas pequenas e já estão grandes.

 

*Por Rafael Sampaio, autor do livro Vantagem Digital – Um guia para a transformação digital, e CEO da ETEK Novared

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