Pesquisadores estão desenvolvendo um dispositivo que pode editar atividade cerebral

Teste foi feito, com sucesso, inicialmente em cérebros de ratos em laboratório

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9:51 am - 07 de maio de 2018
neurociencia

Neurocientistas da Universidade da Califórnia Berkely, nos Estados Unidos, estão construindo um dispositivo que altera os cérebros para que possamos editar o que sentimos e lembramos. Os pesquisadores ativaram e desativaram com sucesso grupos específicos de neurônios em ratos projetando hologramas diretamente sobre eles através de uma “janela” na cabeça dos animais. Esse método permite que a equipe manipule grupos precisos de neurônios, centenas de vezes por segundo, imitando a resposta natural do cérebro a um estímulo artificial sugerido.

A pesquisa indica que existe potencial para uma completa “edição” do cérebro. Os cientistas esperam decodificar a “linguagem” e aprender a reproduzi-la — avanço que pode nos dar um controle inédito sobre os nossos pensamentos, as memórias, os sentidos e os sentimentos.

Implantando memórias

É teoricamente possível, de acordo com a pesquisa, implantar ou apagar memórias usando essa técnica. Mas os pesquisadores estão se concentrando em mais benefícios a curto prazo, como dar aos amputados a capacidade de controlar próteses da mesma forma que controlavam os seus membros naturais. Alan Mardinly, um pós-doutorando no laboratório de Hillel Adesnik (UC Berkeley) e um dos principais autores do trabalho da equipe, explica a proposta.

“Isso tem grande potencial para próteses neurais … Se você pode ler e escrever a linguagem do cérebro, pode falar com ela em sua própria língua e pode interpretar a mensagem muito melhor. Este é um dos primeiros passos de um longo caminho para desenvolver uma tecnologia que poderia ser um implante cerebral virtual”, conta Mardinly.

A equipe, porém, ainda não chegou lá. Embora tenham ativado e desativado com sucesso grupos de neurônios no cérebro de 50 camundongos, isso não é suficiente para imitar as complexas conexões do cérebro humano. Entretanto, pode revolucionar a neurociência.

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