Digitalização na pandemia faz indústria de TI brasileira crescer 22,9%
Estudo da Abes e do IDC mostra que país investiu R$ 200,3 bi em 2020, considerando software, serviços, hardware e exportações
A indústria brasileira de tecnologia cresceu 22,9% em 2020 e investiu cerca de R$ 200,3 bilhões (ou US$ 50,7 bilhões). O valor inclui software, serviços, hardware e exportações, e coloca o Brasil na 9ª posição do ranking mundial de TI, subindo da 10ª posição registrada em 2019. No mercado latino-americano, o Brasil lidera com 44% de participação.
Os dados fazem parte de um estudo chamado Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2020, e realizado pela Associação Brasileiras das Empresas de Software (a Abes) com dados do IDC. Os números foram divulgados nesta quarta (4).
“É indiscutível que a pandemia forçou a aceleração da transformação digital. O estudo mostra claramente um aumento expressivo da utilização de soluções tecnológicas em 2020, impactando principalmente o mercado de software, que cresceu mais de 29% no período”, diz em comunicado Rodolfo Fücher, presidente da Abes.
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Segundo o estudo, outros segmentos devem continuar crescendo em 2021, incluindo nuvem pública (chegando a US$ 3 bilhões, crescimento previsto de 46%), e inteligência artificial (US$ 464 milhões, 30% de crescimento). “Um outro segmento importante é a segurança da informação, que somado a necessidade de adequação aos requisitos da LGPD, deverá bater a cifra de US$ 1.5 bilhões em 2021″, diz Fücher.
Em 2021, a previsão do estudo é de que haja um crescimento do setor de 11,1% em relação ao ano passado. O 5G será o responsável por proporcionar cerca de US$ 2,7 bilhões na geração de novos negócios envolvendo inteligência artificial (IA), realidade aumentada e virtual, big data e analytics, internet das coisas (IoT), computação em nuvem, segurança da informação e robótica.
Investimentos e maturidade
De acordo com o levantamento, o setor de tecnologia no Brasil investiu cerca de US$ 49,5 bilhões no mercado interno, sem considerar exportações. Nesse total, 53,7% (US$ 26,5 bilhões) foram em hardware; 26,3% (US$ 13 bilhões) em software; e 20% (US$ 10 bilhões) em serviços. A média mundial é um pouco diferente: 45% hardware, 29% serviços e 26% softwares.
“O grau de maturidade de investimentos em TI de um País é medido por quanto mais se investe em software e serviços. No Brasil, ainda temos um maior investimento em hardware (53,7%), mas esta participação tem caído ao longo dos anos”, pondera Jorge Sukarie, vice-presidente do conselho deliberativo da Abes. “Há 15 anos, a participação dos investimentos em hardware era superior a 67%.
Segundo o executivo, a participação dos investimentos em software e serviços vem crescendo no Brasil e alcançando a de países mais maduros, como Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos.
Para o estudo, a IDC adotou a taxa de conversão para o dólar médio de R$ 3,95. Ouviu empresas que trabalham com desenvolvimento de software produzindo produtos customizados e parametrizáveis, e coletou informações de empresas usuárias de TI.
A análise completa está disponível no site da Abes.