O que sustentará a transformação digital dos serviços públicos?

Ter um governo eficiente com o uso da TI vai muito além de ter serviços e sistemas na nuvem

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11:22 am - 20 de dezembro de 2018

Estamos às vésperas da posse de novos governos em nosso país, tanto na esfera federal quanto estadual, e novamente a discussão sobre como a tecnologia mudará estas administrações volta à pauta. Hoje, apenas 40% dos mais de 1,6 mil serviços públicos fornecidos pelo governo federal estão disponíveis digitalmente, o que mostra que ainda há um longo caminho a percorrer.

Entretanto, ter um governo eficiente com o uso da TI vai muito além de ter serviços e sistemas na nuvem. Ele envolve planejamento e uma infraestrutura robusta, ainda mais no caso dos serviços públicos, que precisam guardar muitas de suas informações internamente. Em suma, a transformação digital não se sustenta sem redes e servidores robustos.

Para dar uma ideia de como a infraestrutura física continua um fator decisivo, mesmo em tempos de nuvem e descentralização de soluções, um levantamento da IDC mostrou que a receita mundial em venda de servidores aumentou 37,7% no terceiro semestre de 2018, em relação a 2017. A razão disso? Segundo os especialistas da IDC, o crescimento partiu da demanda por serviços em nuvem e a atualização de sistemas on-premise.

Atenção para o segundo motivo apontado pelos especialistas. Embora boa parte da receita atual de servidores seja para os provedores de nuvem, muitas empresas que têm sistemas on-premise estão percebendo a necessidade de atualizar suas estruturas para se transformar digitalmente, entregando melhores soluções e serviços – e ganhando mais eficiência com isso.

Em todas as esferas do poder público, a transformação digital se tornou uma necessidade, e aos poucos as administrações estão “acordando para isso”, percebendo os ganhos de eficiência e redução de custos que a TI traz. O dinheiro empregado em TI está deixando de ser uma despesa e se tornando um investimento. Conforme estudo da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação (ABEP), a cada R$ 1 investido em TIC, governos estaduais economizam uma média de R$ 9,79 no ano seguinte.

Contudo, para aproveitar estes ganhos, é necessário planejar e investir. Entregar ambientes e serviços disponíveis e confiáveis na nuvem, ainda mais quando se trata de dezenas de milhões de usuários, necessita de infraestruturas confiáveis e atualizadas.

Em novembro, o Governo Federal deu um grande passo com o lançamento da Rede Nacional de Governo Digital, iniciativa para integrar o fluxo de informações entre as administrações federal, estaduais e municipais, além de compartilhar ferramentas e soluções tecnológicas no âmbito da gestão pública. O plano é aumentar o número de serviços online para o cidadão, tirando a necessidade de fazer isso presencialmente em repartições públicas.

Este pode ser o pontapé para importantes investimentos na digitalização dos serviços públicos. Contudo, é fundamental cuidar para que tudo não vá por água abaixo devido à estruturas defasadas ou pouco otimizadas. Vamos prestar atenção nisso aí.

*Alexander Barcelos é diretor da LTA-RH

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