O que é preciso para obter investimentos de empresas de venture capital?
Startups, na maioria dos casos, buscam investimentos para crescer e saírem à frente das companhias tradicionais. Nesse cenário, surgem as empresas de venture capital, que apostam em negócios já estabelecidos, de pequeno e médio portes, com potencial de expansão. Mas com tantas startups surgindo no mercado e buscando aporte financeiro, o que é preciso fazer para se destacar e obter capital?
Segundo Arif Janmohamed, sócio do Lightspeed Venture Partners, empresa californiana de Venture Capital, a receita é simples: bom time e bom projeto. O executivo, que falou durante painel no Cisco Live!, realizado nesta semana em Las Vegas (EUA), lembrou, no entanto, que receber investimentos de uma companhia do tipo requer entender o que isso significa.
“Antes de mais nada, é preciso compreender se com a parceria a empresa poderá, eventualmente, receber investimentos de organizações correntes daquela que já investiu. A realidade é que você começa com um parceiro e depois quer crescer. Do ponto de vista de marca é ótimo ter grandes empresas por trás. Entenda o que você vai ganhar com isso e o que significa”, aconselha.
Como o momento atual é de investimento, Janmohamed revela quais tipos de empresas negócios como o Lightspeed Venture Partners estão de olho. “Há alguns anos, dados, storage e base tecnológica não eram ‘sexy’. Agora são e estamos atentos. O mundo corporativo está em alta”, assinala.
Ele lista quatro tipos de startups cobiçadas no momento: supercomputação; software como serviço (SaaS, na sigla em inglês); bid data; e cloud. Falando sobre SaaS, ele lembrou que há muita criação de valor em companhias do tipo e muito mais está por vir. No contexto de big data, tecnologias como Hadoop e aprendizado de máquina estão liderando uma verdadeira revolução e espera-se que essa onda chegue com força no mercado. Sobre cloud, a aposta é forte no mercado corporativo.
A própria Cisco está atenta nesse mercado. Seu braço de capital de risco conta com um portfólio avaliado em US$ 2 bilhões. Em mais de 20 anos de investimento nessa área, a Cisco direciona grandes quantias de dinheiro para essa vertente. “Hoje, a Cisco Investments representa mais de cem companhias privadas em todo o mundo. Temos presença em 30 empresas como resultado dessa atividade”, enumera Rob Salvagno, líder da Cisco Investments.
Diversas áreas estão na mira da Cisco, aponta o executivo, como internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), segurança e conectividade. E, de acordo com Salvagno, a América Latina está, hoje, na lista de áreas emergentes de investimento para a fabricante.
“Nos últimos 20 meses estabelecemos alguns compromisso com fundos de venture capital e estamos apostando na região. Estamos no começo dessa atividade e temos compromisso especial com o Brasil”, garante Salvagno. Já Janmohamed relata que, por enquanto, sua empresa não tem negócios na América do Sul, uma vez que o foco não é a região.
*A jornalista viajou a Las Vegas (EUA) a convite da Cisco