Yahoo foca monetização de mobilidade e vídeos no Brasil

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5:23 pm - 18 de maio de 2016

O Yahoo acaba de inaugurar seu novo escritório em São Paulo e quer fazer desse momento uma espécie de retomada no País. Não que tenha havido desinvestimento ou qualquer outro problema, como afirma a companhia. Mas o fato é que a empresa vem num processo de transformação ao longo dos últimos anos e, como parte da estratégia, até reestruturou sua presença na América Latina, o que gerou desconfiança sobre eventuais impactos na subsidiária brasileira.

André Izay, presidente do Yahoo no Brasil, no entanto, afirma que tal processo não afetou o escritório nacional. Ao longo da conversa realizada com um grupo de jornalistas, o executivo lembrou das dezenas de aquisições promovidas pela empresa nos últimos anos e destocou três delas (Flurry, Tumblr e BrightRool) como sendo, talvez, as que mais impactaram a estratégia atual da companhia, muito focada no mundo móvel, em trabalhar bem os dados gerados em meio a esse processo de digitalização e, obviamente, na geração de conteúdo proprietário nas verticais de esporte, notícias, finanças e entretenimento.

“Nuca tivemos uma fase tão interessante como a atual. A CEO entende muito do negócio e de internet, o que traduz as apostas atuais”, frisou Izay, mesmo reconhecendo e sendo questionado sobre as críticas que o mercado acionista tem direcionado à presidente global do Yahoo Marissa Mayer que, apesar de todo o esforço em inovar e transformar o modelo de negócio, ainda não conseguiu reverter as ações em dinheiro.

No mundo, o Yahoo conta com mais de 1 bilhão de usuários que acessam o portal por mês e mais de 600 milhões de pessoas que utilizam os aplicativos móveis da empresa. No Brasil, de acordo com medições da Comscore, eles contam com 37 milhões de usuários únicos no portal e 18 milhões de usuários únicos no Tumblr. “Já ultrapassamos o Twitter em usuários únicos no País”, afirmou Leonardo Khede, diretor de vendas da empresa.

Mas o interessante da estratégia do Yahoo não está no portal e aplicativos derivados, mas no arsenal de conhecimento produzido no mundo móvel. Por meio do Flurry, um analytics para aplicativos móvel, por exemplo, eles contam com uma fonte de dados praticamente infinita, garantindo uma assertividade muito alta no desenho de perfis de quem acessa aplicativos, com detalhes de navegação, comportamento, chegando ao nível de identificar se a pessoa está comprando uma viagem de férias ou corporativa. Atualmente, mais de 800 mil aplicativos utilizam o Flurry como ferramenta, então, é bem possível que seu smartphone conte com algumas aplicações que monitoram o perfil de navegação, já que a tecnologia está presente em 90 milhões de smartphones no Brasil e em 2 bilhões em todo o mundo.

“Queremos ser relevantes para o anunciante, mas ser parceiro para trazer valor com informação que temos, acessando o público que ele tem interesse”, pontuou Izay. “Viramos um parceiro consultivo para empresas desafiadas pelo móvel. Mas hoje somos um dos que mais entende essa mudança”, completou.

Para o presidente do Yahoo, a empresa nunca esteve tão próxima do anunciante para ajudar nessa transformação móvel. Na prática, mais que com grandes portais, ele tem como competidores no País Google e Facebook, mas afirma que o objetivo para o Brasil é estar entre as três principais forças. “E vídeo e mobile é onde temos espaço para crescer usando toda a plataforma”, complementou, dizendo que, por compliance, não pode abrir números locais e metas de crescimento. 

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