Notícias

Você conhece a metodologia de Desenvolvimento Orientado por Hipóteses?

Embora pouco conhecido, o conceito de desenvolvimento de software e negócios Hypothesis-Driven Development (ou “Desenvolvimento Orientado por Hipóteses”) não é estranho à maioria dos profissionais. Basta recordar as aulas de metodologia científica.

Recordando: observa-se o mundo ao redor, formula-se uma explicação prévia, ou hipótese, para explicar determinado fenômeno. Então, testamos essa hipótese em um teste controlado. Caso o resultado esperado seja obtido, nossa teoria é confirmada, servindo de base para novas explorações. Caso não, a hipótese inicial é abandonada e novas alternativas são buscadas.

A experimentação é a base do método científico, uma forma sistemática de explorar o mundo. Embora os experimentos científicos sejam associados a laboratórios, eles podem ocorrer em todo o lugar, a qualquer tempo, inclusive no desenvolvimento de software e novas propostas de negócio.

Praticar a metodologia de “Desenvolvimento Orientado por Hipóteses” é pensar sobre o desenvolvimento de novas ideias, produtos e serviços – incluindo mudanças organizacionais – como uma série de experimentos para determinar se um resultado esperado foi alcançado. O processo é realizado até que o resultado esperado seja obtido ou a ideia se mostre inválida.

Precisamos passar a entender uma solução proposta para determinado problema como uma hipótese, especialmente no desenvolvimento de um novo produto ou serviço – que envolva o mercado que se está mirando, o modelo de negócio, como os códigos irão se comportar e até como o consumidor irá usá-lo.

Não fazemos mais projetos, mas sim experimentos. As estratégias de Customer Discovery (Descoberta do Consumidor) e Lean Startup são empregadas para testar suposições acerca dos consumidores. O princípio da experimentação também se aplica ao desenvolvimento orientado a testes – nós criamos o teste antes, depois usamos o teste para validar se a programação está correta. Em última instância, o desenvolvimento de um produto ou serviço é um processo de teste de uma hipótese de um comportamento em um ambiente ou mercado almejado.

Os principais benefícios da abordagem de experimentação são as evidências mensuráveis e o contínuo aprendizado. Apreender é o que ganhamos ao conduzir um experimento. O que esperávamos realmente aconteceu? Se não, quais inputs podem nos ajudar a direcionar o que devemos fazer a seguir? Ou seja, para aprender, temos que utilizar a metodologia científica para investigar um fenômeno, adquirindo novos conhecimentos e corrigindo e integrando os conhecimentos prévios à nossa visão geral.

Com o amadurecimento da indústria de software, temos agora novas oportunidades de alavancar capacidades fundamentais como entrega e design contínuo para maximizar nosso potencial de aprender rápido o que funciona ou não. Ao empregarmos a abordagem experimental para descobrir informações, nós podemos testar mais rapidamente as soluções propostas versus os problemas identificados nos produtos e serviços que queremos desenvolver. Com o objetivo de otimizar a efetividade da solução dos problemas certos, ao invés de se tornar uma fábrica de recursos que continuamente constrói soluções.

Um exemplo de empresa para qual trabalhamos que utiliza a metodologia de Desenvolvimento Orientado a Hipóteses é a Lastminute.com. A equipe do projeto formulou uma hipótese que previa que consumidores apenas tinham predisposição a pagar um preço premium para um hotel de acordo com o período do dia em que eles fazem a reserva. Tom Klein, CEO e presidente da Sabre Holdings, compartilhou essa história de como eles aumentaram a taxa de conversão em 400% em uma semana.

Combinar práticas como o “Desenvolvimento Orientado a Hipóteses” e a “Entrega Contínua” acelera a experimentação e amplifica o conhecimento validado. Isso permite que aceleremos a taxa de inovação enquanto reduzimos sensivelmente os custos, deixando os concorrentes para trás.

Idealmente, visamos atingir o seguinte processo: mudanças radicais, que nos permitem identificar relações de casualidade entre mudanças em nossos produtos e serviços, com seus respectivos impactos nas métricas.

“Desenvolvimento Orientado a Hipóteses” é uma grande oportunidade para testar o que você pensa ser um problema, antes de começar a trabalhar na solução.

*Barry O’Reilly é co-autor do livro “Lean Enterprise”.

Recent Posts

MakeOne anuncia nova divisão focada em soluções de inteligência artificial

A MakeOne, empresa de soluções de comunicação unificada, mobilidade, CX e consultoria, anunciou sua nova…

7 horas ago

33% das empresas no Brasil aproveitam inovações tecnológicas para atingir metas de sustentabilidade, aponta estudo

Em um estudo recente intitulado "The Global Sustainability Barometer", realizado pela Ecosystm e divulgado pela…

9 horas ago

Investigação da Justiça dos EUA examina alegações de fraude na Tesla

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos lançou uma investigação sobre a Tesla, visando alegações…

10 horas ago

Restrições dos EUA à Huawei impactam receita da Intel e mercado de semicondutores

As recentes restrições impostas pelos Estados Unidos à Huawei, uma das maiores empresas de telecomunicações…

11 horas ago

HP lança programa para parceiros focado em venda de IA

A HP anunciou essa semana o “go-live” de um conjunto de novos benefícios para parceiros…

12 horas ago

Visa aprimora uso de IA generativa em solução de pontuação antifraude

A bandeira internacional de pagamento Visa intensificou o uso de inteligência artificial generativa (GenAI) em…

13 horas ago