Velocidade média de conexão à internet é de 2,9 Mbps no Brasil

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3:41 pm - 30 de setembro de 2014
Velocidade média de conexão à internet é de 2
A velocidade média de conexão à internet no Brasil está abaixo da média global, não chegando sequer ao valor considerado como “banda larga”, que é de 4,0 Mbps. Segundo o estudo “State of the Internet”, realizado pela Akamai para medir estatísticas da web, a velocidade média no País atinge apenas 2,9 Mbps, o que coloca o Brasil na 89ª colocação, atrás de países vizinhos da América Latina, como Uruguai, Chile e Argentina. 

Entre abril e junho de 2014, a média global de velocidade de conexão registrou aumento de 21%, atingindo pela primeira vez 4,6 Mbps. Oito dos 10 países ou regiões com maior velocidade média apresentaram crescimento de dois dígitos percentuais em comparação ao primeiro trimestre de 2014. A Coreia do Sul manteve-se em primeiro lugar com 24,6 Mbps e crescimento de 4%. Em segundo lugar, Hong Kong apresentou pico de 15,7% Mbps, com crescimento de 18%. No comparativo ano a ano, quatro dos 10 melhores países do ranking – que considerou 136 participantes – apresentaram aumento de velocidade média de conexão superior a 50%, liderados pela Coréia do Sul, com 84% aumento. 

Na América Latina, a velocidade média de conexão variou, trimestre a trimestre, de 5,6 Mbps, no Uruguai, a 1,1 Mbps, na Bolívia. O material destaca Uruguai, Chile e Argentina, com taxas superiores a 30% de crescimento, com 5,6 Mbps, 4,4 Mbps e 4,2 Mbps, respectivamente. Já o Brasil apresentou velocidade média de 2,9 Mbps e, mesmo com o crescimento de 11% em relação ao trimestre anterior, ficou na 89ª posição – caindo duas posições no ranking. Apesar da queda, na comparação com o mesmo período de 2013, o aumento é de 19%.

No que diz respeito à média de picos de conexão, o Brasil registrou 20,2 Mbps, aumento de 13% em relação ao primeiro trimestre de 2014 e de 8,1% em relação ao último ano. Mesmo assim, o país deixou o 82º lugar e caiu para a 89ª posição no ranking global de picos de conexão. Na América Latina, os picos do trimestre variaram de 49,7 Mbps no Uruguai a 8,9 Mbps na Bolívia, países que ficaram nas posições 13ª e 134ª, respectivamente. O maior crescimento foi apresentado pelo Chile, com 36%, enquanto o Paraguai registrou o menor índice, com 6,6%.

No comparativo ano a ano o Uruguai foi o país que registrou o maior crescimento, de 225%, ficando à frente dos Estados Unidos e Canadá, países que geralmente apresentam o maior pico das Américas. A Argentina foi o país que apresentou o segundo maior aumento, de 63%.

Conectividade móvel

No segundo trimestre de 2014, 56 países ou regiões qualificaram-se para o ranking de internet móvel. A Coreia do Sul, que já lidera no quesito velocidade de conexão, também ocupa a primeira colocação em relação à conectividade móvel, com velocidade média de 15,2 Mbps. Já o Vietnã atingiu o menor índice global, de 0,9 Mbps. O Brasil registrou média de 1,5 Mbps. 

Penetração Global de Internet

Pela primeira vez, o estudo registrou queda na contagem global de endereços de IP únicos, com redução de 0,9% no comparativo trimestre a trimestre. Mesmo assim, houve aumento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas dois dos Top 10 países/regiões considerados no levantamento (Brasil e Japão) apresentaram aumento no número de endereços em relação ao primeiro trimestre de 2014. Isso pode ser atribuído a dois principais fatores: alguns provedores trabalharem para conservar os endereços IPv4 ou o resultado do aumento da conectividade IPv6 e adoção entre principais fornecedores de rede.  

Dentre os 10 países com mais endereços, o Brasil figura na terceira posição, com 6,7% de crescimento no trimestre. Se comparado ao mesmo período de 2013 (2T13), o país foi o único dentre os dez que apresentou crescimento de dois dígitos e permanece na primeira posição na adoção de endereços IPv4, com 43% de aumento.

Quanto à adoção do IPv6, a maior demanda continua sendo de provedores, como a Verizon Wireless, que detém 50% das solicitações. Quatro outros fornecedores – Telenet, Brutele, Kabel Deutschland e XS4ALL – representam mais de um terço dos pedidos do protocolo. 

Adicionalmente, os países europeus continuam dominando o ranking de adoção de IPv6, liderando sete das 10 principais posições – Bélgica, Suíça e Luxemburgo estão no topo da lista com 19%, 10% e 8,8%, respectivamente.

Tráfego de Ataques

Por meio de um monitoramento intensivo, o estudo identificou os países nos quais os ataques são originados, bem como os principais pontos atingidos por eles. Segundo a Akamai, é importante considerar, no entanto, que a região de origem do IP de ataque pode não representar a nação na qual o hacker reside. 

Durante o período analisado, o relatório identificou tráfego de ataques a partir de 161 países ou regiões, e mostra que a China permanece no topo como fonte de ameaças de maior volume observado, com 43%. Os Estados Unidos, que figuravam em segundo lugar no último trimestre, caíram para a terceira posição, com 13%, e a Indonésia assume a segunda posição do ranking, com 15%. O Brasil, que estava em 8º lugar no último trimestre, subiu para a 7ª posição, com 1,7%. 

No período, 270 ataques DDoS foram reportados pelos usuários Akamai, o que representa uma redução de 5% em relação ao trimestre anterior e de 15% no comparativo ano a ano. Apesar da redução no montante de ataques, quando analisado por regiões, é possível notar um crescimento de 11% nos casos nas Américas, representando 57% do registro total do período. 
No segundo trimestre, os ataques no setor de tecnologia mantiveram ritmo crescente, com aumento de 60%, já o setor público foi o que registrou maior queda, de 54%.

4K Readiness 

O ranking “4K Readiness”, que analisa a entrega de streaming de ultra resolução (ultra HD – 4K), mostra o Brasil na antepenúltima colocação (49ª), consequência da pequena quantidade de redes (0,6%) capazes de realizar streamings em 4K, que exigem 15 Mbps para que os dados sejam trafegados. Apesar da alta de 0,3% em relação ao trimestre anterior, o País perdeu quatro posições. 

Métricas do relatório

O relatório provê uma visão global de importantes estatísticas da web, como conectividade de rede e velocidades de conexão, tráfego de ataques, adoção de banda larga, disponibilidade e adoção IPv6. O material analisa os 238 países ou regiões conectados à plataforma Akamai no período – o que representa mais de 788 milhões de endereços IP – e, para os rankings, considera os que tenham mais de 25 mil endereços.

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