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UTIs de hospitais públicos participam de projeto de telemedicina

Para melhorar o tratamento nas UTIs de hospitais públicos e filantrópicos que não contam com médico especialista em medicina intensiva, o Hospital Israelita Albert Einstein realizou um projeto que visa fornecer o auxílio desse profissional por telemedicina. Chamada de Telescope Trial, a iniciativa foi concluída em julho, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), junto com o Ministério da Saúde.

Ao todo, foram assistidos 15 mil pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de 15 hospitais públicos das cinco regiões do país. Participaram 30 UTIs públicas do SUS acompanhadas por 90 dias, sendo que 15 receberam diariamente a visita remota de um médico intensivista. As restantes seguiram a rotina com acompanhamento técnico dos indicadores.

O objetivo do estudo é definir quais os impactos da presença do especialista remoto no tratamento dos pacientes e avaliar se houve melhora nos casos acompanhados por telemedicina em comparação aos grupos que mantiveram os protocolos anteriores. Para tanto, o projeto agora avança para a análise dos dados coletados com os pacientes, com conclusão prevista para os próximos meses.

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Projeto

Adriano Pereira, líder do projeto e médico intensivista do Hospital Israelita Albert Einstein, detalha que foram escolhidas as unidades que não contam com ronda diária de intensivista e em todas as regiões do país. O intuito, segundo ele, é refletir o desempenho, de fato, das UTI no Brasil.

O próximo passo da iniciativa realizará a comparação dos indicadores de desempenhos de cada grupo, em especial a taxa de mortalidade e tempo médio de permanência nas unidades, bem como as taxas de desfechos secundários.

“Dizendo que a presença do especialista remoto diminui a mortalidade, ou dizendo que não tem alteração, em qualquer um dos resultados vamos trazer uma informação até então inédita”, pontuou Pereira. Caso as UTIs assistidas apresentem índices positivos, o especialista acredita que o projeto pode gerar uma nova discussão sobre as formas alternativas de atuação dos médicos intensivistas, além de corroborar para o uso da telemedicina no país.

Tendo em vista que a quantidade de médicos intensivistas é limitadas e mal distribuída no país, e que a demanda por cuidados a pacientes graves aumentou devido à pandemia de COVID-19, a telemedicina pode ser uma via para a ampliação dos serviços do SUS.

“A gente tem evidenciado cientificamente que esse acompanhamento melhora o desfecho dos pacientes internados. Além disso, tem também impacto financeiro e no desempenho da UTI de forma geral”, comentou Maura Cristina dos Santos, enfermeira sênior do Einstein e coinvestigadora do projeto.

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