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TI e inovação estão no core da Netshoes, garante CTO

Maio de 2016 foi especial para André Petenussi. Ele havia ingressado como CTO do Grupo Netshoes e iniciou uma verdadeira jornada transformacional na empresa, reconhecida como uma das principais plataformas de consumo on-line da América Latina, operando no Brasil, México e Argentina.

Petenussi ressume os últimos anos como intensos. Foram meses de muitas mudanças e novidades. “Quando cheguei, assumi a missão de transformar a Netshoes em uma companhia de tecnologia”, comentou em conversa com a CIO Brasil. Por ser referência no cenário empreendedor no País e pioneira no e-commerce, a TI da Netshoes, na visão do executivo, tinha de assumir papel crucial em sua jornada. 

Ele, então, decidiu que todas as tecnologias deveriam ser geradas dentro de casa e não mais por terceiros, valorizando a cultura tailor made. “Fizemos uma plataforma de vendas própria, com experiência mais fluída e interativa, desenhada e construída por nós, aproveitando os talentos que tínhamos e o time que montamos posteriormente”, contou.

Toda a movimentação na forma de atuar, garantiu o executivo, fez com que a Netshoes ganhasse muitas estrelas no quesito experiência do cliente. Afinal, no mundo digital, esse é o fator primordial do sucesso de um e-commerce. “Essa mudança fortaleceu nossa atuação no universo móvel, que saltou muito nos últimos três anos.” Para se ter uma ideia, a Netshoes registrou crescimento de 11% no volume de pedidos via dispositivos móveis, o que representa 54% do total de pedidos do Grupo.

Mudança também na mentalidade
O novo cenário também demandou uma mudança na mentalidade do time. Além de fomentar o desenvolvimento de talentos internos, a Netshoes recrutou os melhores profissionais de tecnologia do mercado para embarcar nessa jornada. 

Uma das formas desenhadas para localizar talentos dispostos a crescer hoje e no futuro da Netshoes foi o Tech Talents, programa de recrutamento que visa desafiar potenciais candidatos para a área de tecnologia da companhia. A primeira edição do programa aconteceu em abril de 2018 e outras devem ser realizadas em breve.

Com um time engajado e pronto para qualquer desafio, a Netshoes sentiu claramente uma mudança organizacional, pautada por TI. Nessa toada, surgiram times estruturados por meio da cultura ágil. 

Com a proposta, a empresa dividiu verticalmente os colaboradores em tribos, ou squads, grupos formados por pessoas com especialidades diferentes, tanto da TI quanto da área de negócios. Neles, todos os times contam com pessoas com diferentes formações e perfis, focadasno segmento do negócio, não mais a TI pela TI. 

A formação dessas tribos, contou o executivo, exigiu um senso forte de ownership dos times. “Cada equipe não depende de ninguém para evoluir os produtos. Quanto mais autonomia, melhor a qualidade do desenvolvimento.”

Cultura de dados
Nas tribos, diversos projetos foram colocados em prática. Um deles com foco na vitrine virtual da loja. Petenussi explicou que o time entende o funil de compras e como o cliente chega até o carrinho. Assim, trabalha na evolução de todos os produtos digitais pensando no negócio.

Esse cenário gerou um time voltado para dados. “Antes, tínhamos uma hipótese, validávamos e colocávamos no ar. Agora, são de duas a três hipóteses com crivo de testes A/B. Isso muda a forma de atuar”, revelou o executivo.

Todas as ‘suposições’ são pautadas em dados e na demanda do cliente. A cultura de dados ganhou reforço importante há cerca de dez meses, quando a Netshoes criou um time de cientistas de dados, que fica de olho nas oportunidades da operação, monitoram a audiência, identificam demandas de alterar a precificação e atuam na personalização.

Vanguarda da inovação
Petenussi acredita que o e-commerce está na vanguarda digital no Brasil. Portanto, a inovação precisa estar presente nas atividades da Netshoes todos os dias. Assim, a empresa entende que esse é um papel de todos e não apenas de um grupo específico. “Quando se isola o time de inovação, pressupõe-se que os demais não podem inovar. Aqui, todos são instigados a inovar o tempo todo”, observa.

Mas para possibilitar rápidas inovações, em linha com a demanda do mercado, a parte tecnológica da companhia também teve de passar por mudanças. A Netshoes optou, portanto, por migrar grande parte da sua estrutura para a nuvem pública da Microsoft e passou a apostar em microsserviços, modelo que começa agora a cair nas graças das empresas. 

A adoção da nuvem possibilitou mais desempenho na utilização de recursos (CPU, memória etc), usando 30% a menos do que a plataforma anterior. Além disso, houve melhora no time to market dos produtos. Com a antiga plataforma, a empresa fazia releases por mês com uma média de cinco horas de atualização por cada um. Na plataforma nova, foram executados cem releases em março de 2018, com um tempo médio de dez minutos cada um.

De acordo com Petenussi, os avanços tecnológicos possibilitaram à Netshoes ganhar o status de um dos sites mais rápidos do e-commerce nacional atualmente. São 2,5 segundos de Speed Index, 7 segundos de Page Load Time e 12 segundos de Fully Load Time, números superiores aos de outros benchmarks nacionais e multinacionais que operam no Brasil. Além disso, a companhia foi eleita pelo Ibope como o melhor NPS do e-commerce brasileiro.

E a inovação chega não apenas para resolver problemas de negócios, mas também competir em um mercado no qual não só empresas do setor são concorrentes, mas todas aquelas que, de alguma forma, disputam a atenção e o bolso do cliente. 

Inovação na prática
A cultura de inovação já gerou dezenas de projetos bem-sucedidos, garante o executivo. Um deles, citou, é o Freedom, plataforma de tecnologia para comércio eletrônico, desenhada 100% pelo time Netshoes. 

Segundo ele, o Freedom entrega para os clientes lojas mais rápidas e dinâmicas, melhorando também a personalização de acordo com os interesses de cada cliente. Isso favorece a navegação tanto no desktop, quanto no m-site e aplicativos da marca, elevando ainda mais a experiência de compra do cliente.

“O Freedom possibilitou a criação de uma loja muito mais alinhada à expectativa do cliente, em linha com a jornada de compra dele. É uma plataforma mais rápida e intuitiva”, explicou.

O Freedom começou a ser usado há pouco menos de dois anos com lojas parceiras. Depois chegou ao México e Argentina. Em setembro de 2017, foi a vez da Zattini, que comercializa roupas, calçados, bolsas, relógios e outros itens. No começo de 2018, passou a operar na Netshoes, onde está a maior parte da receita e a quantidade de acessos aos portais do Grupo. 

Olhar para o futuro
Com a aposta em tecnologia em seu DNA, Petenussi afirma que a empresa seguirá investindo forte em tecnologia. “Especialmente para consolidar nossa visão data driven, conhecer o cliente, como ele interage com a nossa loja e como compra”, comentou.

Outro pilar, disse o executivo, está em entender melhor a jornada do cliente e encontrar formas de ser mais relevante para ele. “Temos aplicado machine learning e inteligência artificial para entender esse cliente e criar relevância na sua experiência”, antecipou.

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