Syxsense aposta em IA e “SLMs” para identificar anomalias de segurança

CEO da Syxsense, recém-adquirida pela Absolute Security, falou ao IT Forum sobre planos da companhia para proteção de endpoints

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12:36 pm - 19 de setembro de 2024
Imagem: Divulgação

No início de setembro, a Absolute Security, empresa de cibersegurança canadense-americana, anunciou a aquisição da Syxsense, plataforma de gerenciamento unificado de endpoints (UEM) e de vulnerabilidades. O valor da transação não foi divulgado.

A negociação não foi o primeiro acordo entre as companhias. Em maio, a Syxsense havia revelado que o sistema de proteção da Absolute, implementado no nível do firmware, estaria disponível como uma oferta para seus clientes.

Com o acordo de aquisição, o cenário se inverte: as soluções de monitoramento de integridade da Syxsense serão combinadas à oferta da Absolute, que planeja expandir suas capacidades de gestão de vulnerabilidades, automação e patches para os clientes. “Construímos uma plataforma na qual as empresas confiam para minimizar riscos e simplificar atividades críticas de segurança e gestão de endpoints globais”, disse Ashley Leonard, então CEO da Syxsense, no anúncio da aquisição. Agora, Leonard se integrará ao time da Absolute como líder de gestão de patches e vulnerabilidades.

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Dias antes da aquisição da Syxsense, o executivo esteve no Brasil e conversou com o IT Forum sobre os planos da companhia para evoluir sistemas de segurança de endpoints – que deve ser herdados pela organização que se forma agora.

Fundada em 2012, em Newport Beach, na Califórnia, a Syxsense nasceu como uma provedora de soluções de gerenciamento unificado de endpoints (UEM). Ao longo dos anos, encontrou sucesso no segmento enterprise e intermediário dos Estados Unidos, além de estabelecer parcerias com provedores de serviços gerenciados (MSPs) e provedores de serviços de segurança (MSSPs).

Há três anos, começou um novo movimento de expansão. Após um aporte de US$ 6 milhões, liderado pela Oquirrh Ventures e Origami Capital Partners, voltou-se para o desenvolvimento de novas capacidades de segurança para sua plataforma. A tese da companhia era simples: redes corporativas estavam se tornando cada vez mais complexas e dependentes de múltiplas ferramentas de gestão e proteção de ambientes, o que criava um espaço fértil para parceiros que centralizassem essas tarefas.

“Nossa visão é que o mercado precisa de simplificação”, disse Leonard ao IT Forum. “Simplificando a gestão da sua pilha de tecnologias, você pode reduzir custos e melhorar a eficiência de sua organização.”

Além dos recursos já existentes, como detecção de vulnerabilidades de patches ou de drivers, a companhia trouxe novas capacidades para identificar falhas de configurações de segurança mais amplas, como senhas fracas, softwares de mineração de criptomoedas e portas abertas. Paralelamente, investiu em automação com low-code para simplificar a remediação dessas vulnerabilidades para os clientes.

Na véspera de sua aquisição, a Syxsense se preparava para um novo momento em sua operação global. Desta vez, com foco na expansão dos negócios — e o Brasil tem um papel importante nesta estratégia. Liderada por Thiago Felippe, a Aiqon é parceira exclusiva de distribuição da Syxsense no país – e continuará operando a parceria por pelo menos mais seis meses.

Thiago Felippe CEO da Aiqon

Ao longo do último ano e meio, a companhia passou a explorar o mercado de MSSPs nacional para ganhar acesso a novos clientes. Felippe hesita em chamar a abordagem anterior da Aiqon de “butique”, mas admite que o plano agora envolve menos individualização e mais esforço em alcançar um mercado amplo. “Nós temos visto grandes oportunidades aqui no Brasil. As empresas estão percebendo que podemos atingir um compliance de patches de 95% em questão de dias, com um esforço humano muito pequeno”, comentou Felippe sobre a solução da Syxsense.

Syxsense e cenário de cibersegurança

Desde julho, a companhia observou um impacto positivo em seus negócios com a Syxsense após um dos incidentes de TI mais críticos dos últimos anos: o blackout digital da CrowdStrike. Causado pela distribuição de um patch corrompido pela gigante de cibersegurança, o episódio levou muitas organizações a revisarem seus processos de atualização de sistemas. “Vemos um crescimento no interesse por soluções de gestão de patches. Acredito que estamos no lugar certo, na hora certa, com a ferramenta certa”, completou o CEO da Aiqon.

Para a evolução de seu produto, a Syxsense também tem explorado a Inteligência Artificial (IA) como um novo caminho para a ampliação das capacidades de automação. No começo deste ano, a companhia passou a integrar o Microsoft Innovation Lab, iniciativa da gigante de Redmond para acelerar o desenvolvimento de IA dentro de empresas de tecnologia.

Um dos caminhos que Leonard enxerga é através do uso dos chamados SLMs, ou “Small Language Models“. Ao contrário dos LLMs, esses modelos de uso específico são pequenos o suficiente para serem implementados em endpoints sem degradar a performance, e, quando treinados, são capazes de identificar anomalias nos sistemas de forma automatizada.

“Com isso, poderemos enviar sinais para a nuvem e procurar correlações de uma anomalia em toda a frota de dispositivos do cliente. Isso pode permitir a identificação e resposta mais rápidas às ameaças no ambiente da empresa”, explicou o CEO da Syxsense. A expectativa era integrar essa capacidade ao portfólio da empresa a partir do início do ano que vem, o que pode acontecer também às ofertas da Absolute.

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Rafael Romer

Rafael Romer é repórter do IT Forum. É bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Tem mais de 12 anos de experiência na cobertura dos segmentos de TI, tecnologia e games, com passagens pelo Olhar Digital, Canaltech, Omelete Company, Trip Editora e IG.

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