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Streaming derruba venda e downloads de músicas digitais, chacoalhando a indústria de áudio

O número de downloads de músicas está caindo por conta à ascensão do streaming no mercado de música digital. Uma pesquisa do Nielsen realizada nos Estados Unidos no primeiro semestre do ano mostra que o streaming sob demanda aumentou 42% nesse período em relação ao ano passado, alcançando 70 bilhões de streamings de áudio e vídeo. Já a venda de faixas músicas digitais caiu 13%, chegando a 593,6 milhões, e a venda de álbuns 11,6%, somando 53,8 milhões. 

O estudo do Nielsen destaca o movimento da Apple com a compra da Beats por 3 bilhões – além dos famosos fones e acessórios, a Beats oferece serviço de streaming nos EUA – já que o modelo de vendas do iTunes tem apresentado queda. Vale lembrar que o iTunes está disponível em mais de 80 países, incluindo o Brasil, enquanto os serviços de download estão começando a entrar em novos mercados.
E o país, por sua vez, tem entrado na mira das empresas que oferecem o serviço. Recentemente, o Brasil foi incluído na lista de atuação da maior empresa de streaming de áudio do mundo, o Spotify. O Rdio foi um dos primeiros a chegar por aqui, seguido pelo Deezer. Na prática, os três serviços disponíveis aos brasileiros cobram o mesmo preço, uma média de 14 reais, contudo, os acervos oferecidos são diferentes: o Spotify conta com 40 milhões de músicas, o Deezer 30 milhões e o Rdio com 25 milhões.
Além da Apple, outras grandes empresas de tecnologia dão sinais de que estão apostando suas fichas para não ficar de fora do mercado de streaming, que é utilizado basicamente por meio de aplicativos móveis, apesar de suas versões para desktop.
O Google, por exemplo, anunciou na terça-feira (1) a compra do serviço de streaming de música que sugere músicas de acordo com humor dos usuários, o Songza. A empresa de tecnologia lançou seu serviço próprio em 2013, com o Google Play Music, e em junho anunciou serviço pago de streaming de música pelo YouTube – o site afirma que foram fechados acordos com 95% das gravadoras do mercado, como Universal, Sony e Warner, deixando de fora algumas independentes. Além disso, a Amazon também entrou na corrida por meio do Prime Music, serviço de streaming anunciado no mês passado.
O ponto ao qual queremos chegar aqui é como o streaming está mudando o mercado de música e, talvez, ele seja tão disruptivo quanto foram os CDs há 15 anos e, posteriormente, o formato MP3, impactando principalmente a receita das gravadoras. Mesmo assim, ainda não está muito claro como vai ficar a situação das gravadoras nesse mercado.
E como o elo mais fraco sempre acaba sofrendo maiores consequências, as gravadoras independentes podem ser as mais prejudicadas. A WIN (Worldwide Independent Network), associação que representa diversas gravadores pequenas, divulgou um comunicado recentemente no qual criticava YouTube por oferecer acordos injustos, onde também alevaga que o site ameaçou bloquear o conteúdo de quem não aceitasse os termos.
Mais do que uma nova onda tecnológica, a popularização desses serviços sinalizam novas disrupções na indústria musical, onde as gravadoras talvez não tenham muitas alternativas além de aderir.

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