Criptomoedas: Silvergate Bank é acusada de fraude bilionária por agência reguladora dos EUA
Autoridades norte-americanas revelam falhas graves no banco, incluindo manipulação de dados financeiros e falhas em programas de compliance

O Silvergate Bank está no centro de um escândalo financeiro após a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) alegar que o banco não monitorou adequadamente cerca de US$ 1 trilhão em transações de criptomoedas. Além disso, a instituição teria falhado em detectar quase US$ 9 bilhões em transferências suspeitas realizadas por entidades relacionadas à FTX, uma das suas maiores clientes.
A ação legal da SEC envolve Alan Lane, CEO do banco, Kathleen Fraher, Diretora de Risco, e Antonio Martino, Diretor Financeiro, este último acusado de participar de um esquema para ocultar perdas financeiras significativas da instituição.
“Em todos os momentos, mas especialmente durante momentos de crise, as empresas públicas e seus executivos devem falar a verdade ao público investidor. Aqui, alegamos que a Silvergate, Lane e Fraher não apenas lamentavelmente, mas também fraudulentamente, ficaram aquém nesse aspecto”, disse Gurbir S. Grewal, Diretor da Divisão de Execução da SEC. “Em vez de confessar aos investidores sobre deficiências sérias em seus programas de conformidade após o colapso da FTX, um dos maiores clientes bancários da Silvergate, eles dobraram a aposta de uma forma que enganou os investidores sobre a solidez dos programas”.
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Além das acusações de má gestão interna, a SEC apontou falhas graves no programa de compliance do Silvergate, incluindo a falta de monitoramento automático de transações suspeitas por mais de 15 meses antes de novembro de 2022. Devido a essas falhas, a Silvergate não teria conseguido identificar aproximadamente US$ 9 bilhões em transferências suspeitas envolvendo a FTX e suas subsidiárias, resultando em uma queda significativa no valor das ações da empresa e causando perdas substanciais para os investidores, complementou Grewal em comunicado à imprensa.
Martino, por sua vez, teria aprovado um comunicado de resultados que subestimava as vendas necessárias de títulos para pagar empréstimos vencendo nos primeiros meses de 2023, indicando que o banco esperava vender apenas US$ 1,7 bilhão em títulos, quando na verdade já havia vendido US$ 1,5 bilhão, conforme alega a SEC.
A agência federal acusou a Silvergate de violações graves, resultando em um acordo onde a empresa pagará uma multa civil de US$ 50 milhões sem admitir culpa. Alan Lane e Kathleen Fraher também resolveram suas acusações com liminares permanentes e penalidades civis de US$ 1 milhão e US$ 250.000, respectivamente. Antonio Martino foi acusado de violações antifraude e de livros e registros, além de auxiliar nas violações da Silvergate. Paralelamente, o Conselho de Governadores do Sistema da Reserva Federal (FRB) e o Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia (DFPI) também anunciaram acusações contra o Silvergate Bank.
*Com informações do The Verge
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