Roubos de cabos de telecom ultrapassam 4 milhões de metros em 2021
Crime abastece empresas ilegais e contribuem para precarizar os serviços, diz Federação Nacional de Call Center
Pelo terceiro ano seguido, o número de furtos e roubos de cabos de telecomunicações superou 4 milhões de metros. Conforme dados compilados pela Conexis Brasil Digital, durante o ano de 2021 foram furtados ou roubados 4,12 milhões de metros de cabos de telecomunicações.
Na avaliação da presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy, a prática prejudica os consumidores e estimula o funcionamento de empresas que atuam ilegalmente e contribui para precarizar os serviços do setor.
“São fragmentos de redes de serviços diversos, como telefonia fixa e celular, TV a cabo e de tráfego de dados na internet, que muitas vezes são comprados por empresas que atuam na ilegalidade”, afirma a dirigente. “Além de comercializados ilegalmente, são serviços que têm péssima qualidade, até porque não são regulados por qualquer entidade, diferentemente das empresas que atuam dentro da lei, inclusive na área trabalhista. O resultado é a precarização dos serviços”, complementa.
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O total apurado em 2021, 4,12 milhões, mostrou queda de 11% em relação a 2020, quando foram roubados e furtados 4,6 milhões de metros de ligações. “Houve uma pequena queda, mas os números continuam altamente preocupantes”, alerta Vivien. O estado de São Paulo registrou o maior número, com mais de 1 milhão de metros.
Os roubos e furtos de cabos afetaram mais de 6 milhões de usuários de telecomunicações em 2021, com interrupções totais ou parciais de serviços.
“Os roubos e furtos de cabos podem afetar serviços essenciais para um grande número de usuários. Há muitos negócios, inclusive, que podem ficar completamente paralisados após as ações criminosas, o que resulta em prejuízos incalculáveis. É preciso punir empresas que compram cabos roubados. Por isso, defendemos maior atuação das forças de segurança e que a lei para punir estes crimes seja mais rígida”, avalia Vivien.
Tramitam no Congresso dois Projetos de Lei nesse sentido, 5.845 e 5.846, de 2016, que ampliam as penas dos crimes dos que cometem estes delitos.