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Pix faz um ano: plataforma é sucesso entre usuários e empresas, mas ainda deve evoluir

Há exatamente um ano completado nesta terça-feira (16), o Banco Central lançava para toda a sociedade brasileira a plataforma de pagamento Pix. O meio de pagamento, digital e instantâneo, foi rapidamente abraçado por usuários e empresas do país e passou a fazer parte do cotidiano de brasileiros.

Para marcar a data do primeiro aniversário do Pix, o Banco Central realizou na tarde de hoje um evento virtual em que dados sobre a plataforma foram compartilhados.

Segundo o órgão, ao longo de sua história, mais de 7 bilhões de transações já foram realizadas na plataforma. Só em outubro, mais de 1,18 bilhão de transações foram realizadas. “O número chega muito perto dos cartões de débito, por exemplo”, comentou João Manoel, diretor do BC.

O dia 05 de novembro marcou o atual recorde histórico para transações do Pix: no total, mais de 50 milhões de transações foram registradas neste único dia. Nos últimos doze meses, mais de R$ 4 trilhões foram transferidos através do Pix no país. No total, 104,4 milhões de pessoas já fizeram um Pix, ou 62,4% da população adulta do Brasil.

O Brasil conta atualmente com mais de 348,1 milhões de chaves de Pix cadastradas. Chaves aleatórias são a maior parte do total (121,1 milhões); seguidas por CPF (93,8 milhões); celular (76,1 milhões); e-mail (50,6 milhões); e CNPJ (6,4 milhões).

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Ainda segundo dados do Banco Central, o Brasil é o país que mais rápido viu a adoção de um meio de pagamento instantâneo por sua população. Em apenas um ano de existência, cerca de 30 a cada 100 transações no Brasil já são feitas pelo Pix. No mesmo período de tempo, o Chile, segundo colocado da lista, registrava apenas 9 transações a cada 100 em seu meio de pagamento instantâneo.

“Muitas vezes perguntam se os objetivos do Pix foram atingidos e se havia alguma meta quantitativa”, disse o diretor do órgão. “Mas se o Pix tivesse alcançado a adoção que era a maior até a altura, no caso, o Chile, já seria um sucesso estrondoso”. Além da adoção veloz, destacou João Manoel, hoje o Brasil só fica atrás de Dinamarca e Suécia em termos de participação dos pagamentos instantâneos no total de transações de cada país.

Os números, avalia o Banco Central, representam impactos positivos em termos de competição para o mercado nacional por conta de sua natureza aberta e interoperável. O BC destaca que em novembro de 2020, quando o Pix foi lançado, 735 instituições eram parte do Pix. Hoje, 762 instituições são participantes e outras 87 já estão em processo de adesão.

Expectativas acima do esperado

“Nossas expectativas eram altas, pois estávamos seguros que as características do PIx vinham ao encontro de muitas lacunas existentes nos instrumentos de pagamento disponíveis até então “, afirmou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. “Hoje, após esse primeiro ano de funcionamento, digo com grande satisfação que a realidade superou as expectativas”.

Segundo o presidente do órgão, o Brasil foi o país que teve a adoção de meio de pagamento instantâneo mais rápida do mundo, quando consideradas as transações per capita. O Pix hoje já superou meios tradicionais como transferências interbancárias, TED, DOC e cheque. A plataforma fica atrás apenas de convênios de arrecadação, cartão de débito e cartão de crédito.

O TED e DOC foram superados em três meses após o lançamento; a soma de TED e DOC foi superada em abril; e, em outubro, se tornou 72% da transações de transferência direta. O Pix também pasou o cartão pré-pago no primeiro trimestre deste ano na compra de produtos, e segue crescendo em direção de cartões de crédito e débito.

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“Além de incentivar a eletronização dos pagamentos, o Pix faz frente ao contexto de digitalização de negócios, amplia a eficiência do mercado e é um importante vetor para a promoção de inclusão financeira”, avaliou Campos Neto. Conforme destacou, o Pix teve um papel fundamental durante a pandemia da Covid-19, possibilitando pagamentos rápidos, viabilizando doações e negócios virtuais.

O presidente do BC lembrou ainda a evolução do Pix ao longo do ano, que recebeu uma série de novas funções nos últimos doze meses. Entre elas estão o pagamento com vencimento e cálculo automático de juros e multa; agendamento de transação; gestão de limite via aplicativos; e mecanismos de proteção – como o chamado bloqueio cautelar e mecanismos de devolução.

Próximos passos do Pix

Apesar dos avanços, Campos Neto reconhece que a trajetória de evolução do Pix ainda é longa. O uso de QR Code, por exemplo, é uma das áreas em que o BC enxerga potencial para a plataforma, mas ainda depende da melhor assimilação da tecnologia por parte dos usuários.

Ele destacou ainda o Pix Saque e Pix Troco. Ambas modalidades tiveram suas regras divulgadas em setembro, mas só serão disponibilizados por varejistas a partir do dia 29 deste mês. “Há um universo de possibilidades para novos negócios e para a implementação mais eficiente com o uso da iniciação de transação, especialmente no comércio eletrônico”, destacou.

No futuro, o BC vislumbra outras funcionalidades que ainda serão trazidas ao Pix. Uma delas é a de pagamentos sem conectividade com a Internet, uma função que é vista por Campos Neto como necessária para a democratização do Pix.

No médio prazo, o órgão deve explorar a possibilidade de conexão do Pix com outros sistemas de pagamento instantâneo, inclusive de outros países. “O Pix já é uma realidade efetiva para pagamentos entre pessoas, empresas e governos”, mas continuamos trabalhando firme para avançar e evoluir ainda mais”, disse o presidente do Banco Central.

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