Entre 29 de novembro e 3 de dezembro está acontecendo, virtualmente, o Brazilian Conference on Intelligent System (o BRACIS 2021). Trata-se de um tradicional congresso acadêmico sobre Inteligência Artificial, com apresentação de artigos e palestras de especialistas de todo o mundo.
Segundo Reinaldo Bianchi, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da FEI e organizador do evento, a expectativa de público é de aproximadamente 300 pessoas. Apesar de ser um congresso relativamente pequeno, nos últimos anos a IA começou a chamar a atenção – aumentando a procura inclusive de profissionais que querem conhecer as tecnologias.
De acordo com o professor, o congresso contribui para aproximar a comunidade acadêmica e as empresas. Com esse foco, a IBM e a NVDIA foram convidadas para palestrar no evento. Ronald Fagin, IBM Fellow na IBM Almaden Research e conhecido por seu trabalho em teoria de banco de dados e teoria de modelo finito, deu detalhes sobre três de seus cases em conjunto com acadêmicos.
O especialista falou sobre a importância de os profissionais trabalharem em conjunto e, para que isso aconteça, deu conselhos para os desenvolvedores de sistemas e para os teóricos:
Desenvolvedores
Teóricos
“Nós somos, no Hemisfério Sul, a maior comunidade de IA. Há uma comunidade semelhante à nossa na Austrália, porém todo o desenvolvimento é no Hemisfério Norte. Na América Latina, a Argentina tem um pouco de relevância, mas por problemas econômicos, isso foi diminuindo”, cita Reinaldo exemplificando a importância da combinação entre acadêmicos e profissionais de mercado.
Segundo ele, o Brasil hoje equivale aos países “pobres” europeus. Estamos abaixo da Itália, mas junto com a Polônia. E, para ele, a grande preocupação são os cortes de verbas feitos no CNPq. “Nós não somos um país rico, mas estávamos entre os países com alguma relevância. A nossa preocupação, hoje, é a quantidade de profissionais que estão indo embora”, frisa ele.
De acordo com Reinaldo, sem os aportes governamentais é essencial que as empresas nacionais queiram investir na academia. “Afinal, se a gente não fizer tecnologia de ponta, eles não vão conseguir competir com os players internacionais. E, se eles não nos apoiarem, não temos como ter essa pesquisa”, destaca.
A tecnologia de ponta foi o tema, também, da palestra de Pedro Mario Cruz e Silva, da área de Plataformas para AI e HPC da NVIDIA. Ele conversou com os participantes sobre a importância das supermáquinas para o processamento de dados e as simulações que a NVIDIA está fazendo para chegar ao computador quântico.
O evento é organizado pela FEI; pela USP e pelo Centro para Inteligência Artificial (C4AI) – centro de pesquisas criado em uma parceria da IBM, FAPESP, USP, e outras instituições e é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC).
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