David Clarke, o principal líder em inovação e estratégia digital da PwC, diz que podemos esperar mudanças em grande escala na direção da colaboração digital e do trabalho em equipe, mesmo após a pandemia de Covid-19. Em entrevista para o Business Insider, Clarke falou sobre o impacto da pandemia, a importância da transformação digital e como os locais de trabalho podem ser resilientes.
Muitas mudanças já ocorriam nas empresas antes da pandemia, porém a crise e as demandas de distanciamento e isolamento social aceleraram muitas transformações que devem se tornar permanentes no mundo corporativo. “Acho que a pandemia nos levou de cinco a dez anos à frente no futuro do trabalho. Já estava se movendo nessa direção antes, mas a pandemia na verdade abriu as portas para mais experimentação e novas formas de trabalhar. As pessoas pensam no trabalho virtual como uma resposta à crise, mas o que não percebem é que há muitas coisas boas acontecendo com o trabalho virtual e remoto”, disse David Clarke ao site.
Com 270.000 funcionários, a PwC precisou tomar várias medidas para adaptar os negócios e os colaboradores ao trabalho remoto. Além de criar um novo grupo de estagiários virtuais, a empresa também adquiriu 4.000 licenças para software de treinamento de VR (Realidade Virtual) e começou a usar a tecnologia para treinamento de diversidade.
“Temos que ver como trabalhamos com as pessoas. Não estamos procurando construir robôs; buscamos tornar as pessoas mais inteligentes. Há coisas que estamos fazendo no virtual que não poderíamos ter feito de outra forma”, destacou. Ao mesmo tempo que o executivo relata os benefícios de produtividade e otimização dos processos no trabalho virtual, reconhece o desafio de gerir novos problemas consequentes deste modelo de trabalho.
“Este negócio tem tudo a ver com pessoas e não queremos perder o elemento humano no que fazemos. Temos passado muito tempo aprendendo sobre coisas que não estão funcionando. Por exemplo, as pessoas não estão se deslocando, mas estão trabalhando ainda mais e dedicando mais tempo ao seu dia pessoal, ou não estão se concentrando nas famílias. Então, agora estamos pedindo às pessoas que bloqueiem seus calendários para momentos pessoais, o que é único”, contou.
A PwC ainda se ajusta ao modelo de trabalho, já que a opinião da equipe é dividida sobre o assunto. “Ainda precisamos entender o que é essa pessoa e por que ela trabalha na PwC e o que é significativo para ela”. O executivo conta que as mudanças vieram para ficar, mas cabe às empresas considerar as necessidades exclusivas de suas forças de trabalho à medida que o futuro continua a evoluir.
Para o executivo a solução para um mundo virtual, entretanto, não é a tecnologia. “A tecnologia é um componente disso. Mas é realmente sobre a arte de reunir – as ferramentas certas, as técnicas e as pessoas. E quando falamos sobre o mundo virtual, temos que encontrar diferentes técnicas para criar essa empatia humana. Portanto, aprender sobre as pessoas, o que as move, o que as entusiasma, o que é desafiador para elas”, comentou.
A transformação digital foi preponderante durante esse período e ainda é para a recuperação e o retorno das empresas. Clarke lembra que as empresas que já tinham maior maturidade digital estavam mais preparadas para enfrentar as adversidades geradas pela crise da Covid-19 e se mostram mais resilientes ao processo.
“Mas quando falamos sobre transformação digital, temos que falar sobre retorno. A transformação digital é o desempenho e o crescimento do seu negócio. Por exemplo, o que descobrimos em nossa organização é que muitos de nossos talentos não querem fazer tarefas repetitivas”, disse. “Então, capacitamos nossos clientes e criamos algo chamado laboratórios digitais, que é um conjunto de aplicativos e software que removia essas tarefas repetitivas, para que eles se concentrassem nas coisas mais amplas. Isso é transformação digital – era fazer com que nossa força de trabalho realmente fizesse as coisas pelas quais eles são mais apaixonados, não as coisas que os tornam um tanto redundantes”, adicionou Clarke.
A PwC também desenvolveu novos projetos que ajudam os estagiários a entrar na empresa de forma virtual. Em duas semanas a empresa criou um estágio virtual e, segundo Clarke, “os estagiários ficaram gratos pela experiência”.
Outra preocupação do executivo é observar como seus clientes estão lidando com a crise. “Temos que repensar os serviços e produtos de nossos clientes e ajudá-los a reformulá-los para o futuro. Alguns deles conseguirão; alguns deles estão em perigo. Portanto, uma das coisas que estamos fazendo agora é ajudar nossos clientes a entender em que investir e em quais novas direções olhar”, explicou.
O comércio eletrônico já era parte do negócio da PwC, mas “agora está se tornando o próprio negócio”, segundo o executivo. “Os escritórios mudarão para sempre, mas não de uma maneira ruim. Precisamos remover toda a negatividade disso. Acho que, quando voltarmos a algum nível de uso do espaço tradicional, descobriremos que a forma como operávamos no passado pode parecer um pouco arcaica. Precisamos abraçar as coisas que aprendemos aqui no mundo virtual”, finalizou Clarke.
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