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Paixão antiga pelo e-commerce é combustível para CIO da Netshoes

André Petenussi, CIO da Netshoes, estabeleceu uma conexão sem volta com a tecnologia desde criança. No momento de decisão sobre qual rumo tomar, largou mão do futebol para se tornar um craque do e-commerce, ao qual já dedicou 15 anos dos seus 37 de vida.

“Sempre fui fascinado por computador. Desenvolvo software desde os 13 anos e sou autodidata. Quando pequeno, havia muito pouco acesso à informação. E, desde o início da Internet, eu já trabalhava como desenvolvedor freelancer”, diz.

O executivo é formado em Engenharia Elétrica e logo ao ingressar no curso se candidatou a um estágio em uma empresa desenvolvedora de software para o setor financeiro, onde permaneceu por cinco anos.

Mas o encanto por serviços de conveniência prestados pela internet o instigava a desenhar nova trilha. “Pensava como a Internet poderia mudar os hábitos de consumo. Então, em 2003, saí da empresa onde já era gerente para ser coordenador em um dos maiores sites de e-commerce, quando fiquei absolutamente deslumbrado por esse conceito.  Nunca mais mudei de rumo e hoje já são 15 anos nesse segmento”, relata.

Para ele, não importou o downgrade de posição e sim a certeza de que queria trilhar uma carreira em e-commerce. “Eu, realmente, acreditava que poderia participar de uma revolução, e foi o que aconteceu.”

Petenussi recorda ter enfrentado o desafio do ineditismo do setor. “Como tudo o que é novo, o e-commerce sofreu o ceticismo dos usuários e a falta de confiança no processo de compra, de pagamento… Mas tudo isso foi superado, como sabemos. Hoje, ninguém vive sem ele.”

O crescimento desse mercado não foi tão rápido, afinal, ele destaca, o fato de as empresas no início do e-commerce serem startups, não havia disponibilidade de capital para investir no aprimoramento e na evolução do negócio. “Era pura paixão”.

Evolução constante

O e-commerce durante muito tempo foi tratado como varejo, avalia o CIO. Ele alerta que a Netshoes é uma das principais plataformas de consumo online da América Latina e tem a tecnologia como core business. 

“O site tem de estar no ar a todo custo. Por isso, nosso time é de tecnologia. TI aqui é uma área de negócio. Trabalhamos full time avaliando as possibilidades de tornar a experiência do cliente cada vez mais satisfatória, intuitiva e simples”, ressalta.

Para isso, Petenussi afirma que ele e seu time têm de se transformar todo o tempo e prestar atendimento e assistência 24 horas por dia. “E isso só é possível por meio da tecnologia.”

A equipe do comandante da TI é composta por profissionais de habilidades e competências abrangentes, formadas no mercado digital. Segundo ele, atentos à evolução tecnológica e às expectativas do novo consumidor. “Estão sempre prontos para irem além. Pratico gestão de um time de alta performance. É diferente de outras áreas.”

Petenussi revela seguir três aspectos que considera importantes em seu comando:

Autonomia: “Não é bom limitá-los, porque estamos lidando com talentos que precisam de liberdade para criar. Não cabe uma gestão com a bandeira Comando e Controle e sim Contexto e Alinhamento.

Engajamento: “Há no mercado mais oferta do que profissionais qualificados com o perfil do meu time. Afinal, somos uma empresa digital, no modelo de startup. Por isso, é vital oferecer a eles um propósito. É isso que traz confiança e retenção de talentos – uma trilha de desenvolvimento profissional.”

Tecnologia de ponta: “Trabalhar com o que há de mais inovador é também uma das formas de retê-los e tornar o ambiente desafiador e em linha com a nova era. Eles gostam de trabalhar em um lugar que possibilite a inovação. Para isso, precisam de recursos disruptivos, novos conceitos.”


Inspiração mútua

“A inspiração na minha gestão é uma via de mão dupla”, categoriza o executivo. “A capacidade da ‘molecada’ é algo inspirador. O interesse deles, a obstinação e a criatividade me inspiram”, reitera. Mas como inspirar o time? “Eu os inspiro por meio de reconhecimento, confiança, respeito e oportunidades.”

O CIO considera muito especial o grupo Netshoes, controlador das lojas Netshoes, Zattini e Shoestock, que somente no ano passado registrou no segundo semestre 1,5 milhão de pedidos via aplicativos (apps) e m-sites. “Trabalhamos em um ambiente de colaboração, integração e liberdade, que favorece o desenvolvimento pessoal e conjunto e torna as atividades e compromissos menos pesados”, avalia.

Nos últimos dois anos, a Netshoes renovou todo o parque de apps. “Passamos por uma transformação e dividimos todo o nosso time por tipos de negócio. Isso nos permitiu ser mais estratégicos.”

TI mais estratégica

Essa reestruturação da TI da Netshoes contemplou a reorganização da equipe em times orientados verticalmente e horizontalmente. Apoiada na cultura ágil, a empresa dividiu verticalmente os colaboradores em squads, grupos formados por pessoas com especialidades diferentes e focadas em features específicas do negócio. Tudo isso para ganhar mais escala, sinergia e alinhamento estratégico.

Todos os times de desenvolvimento contam com pessoas de diferentes skills [product owner, scrums másters e Devs]. Além disso, cada time trabalha na evolução de um ou mais produtos diretamente relacionados a uma parte do negócio da empresa.

Os próximos passos? Tudo é possível e surpreendente quando a empresa conta com um craque em e-commerce, em constante evolução, movido à paixão.

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