Oportunidade no caos: tecnologia favorece transformações sociais
Painel no IT Forum Salvador debateu como startups, poder público e grandes empresas podem se unir para criar soluções de impacto na sociedade
Três cidades devastadas pelo recente ciclone no Rio Grande do Sul, a pequena produtora rural que recebe pagamentos por PIX e milhões de brasileiros não digitalizados. O que eles têm em comum? Tudo, segundo os participantes da plenária “Necessidade, Oportunidade e Consciência (NOC): startups e conexões com negócios mais maduros, uma sinergia necessária“, que foi apresentada nesta sexta-feira (15/09), no IT Forum Salvador.
Para debater como o trabalho conjunto entre startups, poder público e grandes empresas podem criar soluções inovadoras e de impacto social, a organização do evento reuniu no mesmo palco Lisiane Lemos, Secretária Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio à Políticas de Equidade do Rio Grande do Sul; Claudio Stopatto, general manager da Lenovo Brasil; Lucas Vargas, CEO da Nomad; e Rodrigo Cunha, fundador da Humano de Negócios.
O mediador Rodrigo Cunha abriu a discussão refletindo como situações de caos, como as que vivem as comunidades no Rio Grande do Sul, podem mostrar oportunidades de criar soluções de fato disruptivas. “A crise climática é um momento de caos, cidades desaparecendo. Como se adaptar a isso? Como se mobilizar? Estamos nessa fase de transição que é muito relevante no mundo. Como usar o poder da tecnologia para ajudar? Precisamos entender o tamanho do problema e do desafio para chegar às soluções”, provocou.
Lisiane, que já teve uma carreira bem-sucedida em grandes empresas de tecnologia e hoje atua como Secretária Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio à Políticas de Equidade do Rio Grande do Sul, trouxe insights importantes para unir os dois lados dessa moeda.
“Ajudar as famílias que perderam tudo e reconstruir as cidades devastadas pela chuva é a liderança no caos. Estou aqui com a missão de dividir com vocês o que estamos passando e mobilizar as empresas de tecnologia para ajudar”, contou. “Mas o mais importante: não podemos construir soluções sem que as pessoas mais afetadas estejam na mesa, e a inclusão passa por isso”, ressaltou.
Para Lucas Vargas, CEO da Nomad, a criação de soluções disruptivas precisa necessariamente de um trabalho conjunto entre startups e grandes corporações. “As maiores empresas têm dificuldade de inovar, sob pena de colocar em risco uma estrutura já consolidada. Mas é possível que elas se unam a startups para causar um impacto muito maior nos setores em que atuam,” afirmou.
Essa visão é compartilhada por Claudio Stopatto, da Lenovo. Segundo o executivo, as empresas mais maduras conseguem empreender tendo em mente pilares como necessidade e oportunidade, mas principalmente com consciência. “Companhias maiores têm o privilégio de poder engajar o ecossistema em algo muito mais relevante, de maior impacto”.
Lisiane ainda completou: “grandes empresas têm mais conhecimento, recursos e agilidade do que eu no serviço público”. A Secretária defendeu ainda que esses players precisam ir a campo, entender a necessidade dessas pessoas para saber como a transformação digital pode afetar a vida delas. “Só assim conseguiremos criar e aplicar políticas de grande e longo impacto”, defendeu.
Nesse contexto, Claudio reforçou que a tecnologia é um grande habilitador do potencial humano, mas é importante que ela seja democratizada. Opinião dividida também por Lucas: “A inclusão que a tecnologia pode trazer em todas as comunidades vai superar os problemas de digitalização que temos no país”, concluiu.
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