O que vi no Ai4: tecnologia precisa ouvir os humanos

No Ai4, em Las Vegas, mensagem é de que precisamos levar IA para próximas categorias e torná-la mais competitiva

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2:13 pm - 23 de agosto de 2023
IA, inteligência artificial, robô Imagem: Shutterstock

Entendo que nessa altura as discussões sobre Inteligência Artificial já estejam presentes em todas as empresas, independente da área de atuação. O que vi no Ai4, que ocorreu agora em agosto em Las Vegas, é que precisamos levar a IA para as próximas categorias e conseguir torná-la ainda mais competitiva e presente no dia a dia de todos os negócios.

O investimento principal não é no desenvolvimento de novos softwares com IA, mas sim na base de dados e em como eles devem ser interpretados.

Entre as tendências que observei nas conversas por lá é que o time de BI, que nunca esteve dentro do plano A de desenvolvimento das empresas, começa – e precisa – ganhar mais espaço. Uma boa IA parte de um princípio com uma boa estrutura de dados, se você não tem, vai ser muito difícil se inserir e acompanhar as movimentações do mercado.

Acredito que até por isso não conseguimos ainda maximizar os cases que mostram o impacto da consolidação. Dizem que quando estamos vivendo um grande momento na história é muito difícil entender a magnitude da situação. Mas é exatamente o que acontece hoje com o uso da IA.

Essa é uma grande virada de chave para toda a sociedade, pois tenho certeza que ela não será restrita apenas a ações pontuais. É muito além disso. Ao propagar o aumento de uso precisamos reforçar sempre a capacidade de transformação que essa tecnologia carrega e que é o diferencial para alcançarmos novos patamares.

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O destaque da próxima tendência será para as empresas que conseguirem usar a IA como virada de chave para os seus negócios, indo além dos testes e uso pontuais, mas sim integrando-a na rotina de seus colaboradores. Vejo que muitas empresas ainda estão testando como – e se – a IA consegue dar o suporte necessário para diferentes ações de negócio, pois há uma resistência em absorver e aceitar essa transformação.

É padrão do ser humano desconfiar e resistir diante das novidades. Somos desconfiados por natureza. Mas gostaria de reforçar aqui que a IA já se mostrou capaz de auxiliar e agilizar muitas de nossas tarefas, posicionando-se como parceira.

Então, quem ainda estiver na fase de testes, lamento informar, está atrasado. As conversas que tive, as palestras que assisti, me deram muito essa certeza. O sentimento geral, no final das contas, é de que não é uma bolha, não é um movimento que vai passar.

Este é um alerta importante pois as aplicações são inúmeras e permanecer no uso apenas para geração de textos é não deixar nem sua empresa, nem seu colaborador e nem você se desenvolver. Acredito que a parte mais extraordinária da IA é a adaptabilidade dela, pois o uso vai ser muito personalizado para a necessidade de cada empresa e seus diferentes estágios de negócio.

A última tendência que gostaria de destacar aqui é que as empresas, principalmente de tecnologia, vão precisar olhar – mas olhar de verdade, mergulhar – na dor do seu cliente, seja ele B2B ou B2C. Para ir além e trazer isso para a realidade dos negócios é importante que, como já disse, ultrapassemos a parte de testes e focada em textos, mas consigamos aprofundar na leitura do que nós, seres humanos, estamos querendo comunicar com a tecnologia.

Só assim, interligando necessidades, vamos poder abraçar 100% a IA. Assim como foi com o início da internet, o surgimento dos smartphones e tantas outras mudanças tecnológicas.

*Rodolfo Reis é CEO da WeClever

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Rodolfo Reis

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