O que a Geração Z procura em uma vaga de TI?

A geração Z está começando a entrar em massa no mercado de trabalho. Confira o que os profissionais e líderes de TI do futuro estão procurando

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8:18 am - 18 de dezembro de 2019

As empresas que buscam um novo fluxo de talentos em tecnologia não precisam mais procurar: a geração Z está aqui e ávida por cargos em TI. Mas o que essa geração de 72 milhões de pessoas nascidas após 1997 realmente quer em uma experiência de trabalho?

Novas pesquisas encomendadas pelo The Workforce Institute e Future Workplace oferecem insights sobre o que as organizações devem fazer para atrair os colaboradores da próxima geração.

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A pesquisa, realizada pela Savanta em abril de 2019, reforçou o que muitos supuseram sobre essa jovem geração: que um trabalho bem remunerado, com significado e propósito claros, além de flexibilidade e oportunidades de progresso, é a chave para a contratação e retenção desses talentos.

“Se você quer que a sua empresa seja escolhida pela geração Z, compense esses colaboradores de maneira justa, garanta que eles realmente se importem com o trabalho para o qual você os está contratando e forneça a eles o treinamento e a flexibilidade necessários para que eles possam ter sucesso sem sacrificar suas vidas pessoais”, afirma Dan Schawbel, diretor de pesquisa da Future Workplace e autor de “Back to Human: How Great Leaders Create Connection in the Age of Isolation”.

O salário ainda é importante

Mais da metade dos 3,4 mil Gen Zers pesquisados ​​em todo o mundo (54%) afirmam que o salário é o ponto mais relevante ao se candidatar para o primeiro emprego em período integral. Quanto mais velho o Gen Zer, mais importante é o dinheiro: 57% dos participantes de 22 a 25 anos concordaram que nada supera os salários, em comparação com 49% da população de 21 anos ou menos.

“Não é sexy dizer, é claro, mas o pagamento é a prioridade número 1 para todas as gerações, e a geração Z não é exceção”, acrescenta Schawbel. “Se você não está sendo pago de maneira justa, se não é pago o suficiente para apoiar as outras áreas da sua vida, então você não vai querer ficar.”

A importância do trabalho com propósito

Mas o que pode ser diferente na geração Z é a ênfase na realização de um trabalho com propósito. Cinquenta e um por cento dos entrevistados colocam os salários e o trabalho que tenha significado como suas duas principais prioridades. Porém, antes de tirar conclusões sobre a juventude e o idealismo, saiba que aqui um trabalho com propósito também possui um componente crítico para os negócios.

“O que a pesquisa mostra é que essa pergunta em particular não é tanto sobre salvar o mundo, mas ser claro sobre como eles estão causando um impacto na sua empresa e nos clientes finais”, explica Joyce Maroney, diretora executiva do The Workforce Institute.

“Especialmente com a TI, que agora faz parte de todos os setores, por isso é importante entender como a TI se interconecta com outras áreas da empresa e como essa colaboração beneficiará os usuários finais ou afetará o atendimento ao cliente.”

As empresas devem garantir que seus funcionários estejam engajados ativamente com as partes interessadas no projeto e trabalhem em estreita colaboração com os usuários finais. Para os especialistas, essa prática ajudará no engajamento e retenção dos trabalhadores da Geração Z.

Preferência por flexibilidade

Agendas flexíveis, porém estáveis, também são fundamentais para aqueles que estão entrando no mercado de trabalho de TI. Um em cada cinco Gen Zers diz que deseja um cronograma consistente e previsível (21%), mas também espera que os empregadores ofereçam flexibilidade (23%).

“Essa geração costuma ter pais da geração X ou até millenials mais velhos, e por isso eles cresceram vendo seus pais serem torturados, trabalhando longas horas, observa Maroney. “Portanto, essa ênfase no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é muito importante para eles. Eles não necessariamente querem trabalhar remotamente o tempo todo, mas veem a importância da flexibilidade.”

Pesquisas anteriores mostraram que a geração Z prefere ter um escritório de “base” para que possam se comunicar e colaborar mais facilmente com seus colegas pessoalmente. Embora benefícios como lanches gratuitos, happy hours e pagamentos de academia sejam atraentes para essa geração, os benefícios tradicionais, como cobertura de assistência médica, plano de aposentadoria, seguro de vida e similares, são preferidos por eles, independentemente da idade.

Ajude-os a crescer e seja solidário

Para oferecer o melhor à Geração Z, você precisa investir em treinamentos e desenvolvimento de competências que funcionem, pois um em cada cinco jovens vê isso como o principal benefício para a construção da sua carreira. Você pode esperar que eles queiram cursos online, mas não. Eles desejam feedback direto e construtivo sobre o desempenho (50%), treinamento prático (44%), gerentes que ouvem e valorizam suas opiniões (44%) e liberdade para trabalhar de forma independente (39%).

Com o avanço em mente, a Geração Z está procurando líderes para ajudá-los a traçar um caminho para a promoção. Um em cada quatro espera que seus gerentes definam claramente metas e expectativas (26%) e afirma que conversas regulares durante o primeiro mês proporcionam uma experiência ideal de integração (25%).

“O que vimos é que o treinamento e o desenvolvimento diminuem de importância à medida que a pessoa envelhece”, diz Schawbel. “O ciclo de vida de uma habilidade é de cerca de cinco anos; portanto, para a geração Z, que está apenas começando, eles realmente precisam adquirir o máximo de habilidades possível para acelerar sua carreira”.

Os gerentes que desejam envolver e reter talentos da Geração Z devem enfatizar as oportunidades de treinamento e desenvolvimento. A capacitação de líderes para atender a essas expectativas está criticamente ligada à retenção desses trabalhadores, mostra a pesquisa. Quase um em cada três Gen Zers em todo o mundo (32%) permaneceria mais tempo em uma empresa se tivesse um gerente de suporte, enquanto 51% dos entrevistados na Austrália / Nova Zelândia, 49% dos entrevistados no Canadá e 45% dos entrevistados no Reino Unido “jamais” tolerariam um ambiente sem uma liderança de suporte.

Cartões vermelhos para a geração Z

O que faz um Gen Z correr para as colinas? A geração mais experiente em tecnologia espera que os processos de marketing, aplicativos, entrevistas, contratações e integração sejam os mais avançados em tecnologia, simplificados e integrados. Uma resposta atrasada de um recrutador é uma grande interrupção para 44% dos entrevistados.

O mesmo vale para avaliações negativas on-line (41%), portais de aplicativos que não são compatíveis com dispositivos móveis (29%) e locais de trabalho que passem sensações negativas (24%).

“É o efeito Glassdoor“, afirma Maroney. “Com acesso a esses tipos de análises na ponta dos dedos, é melhor você acreditar que a geração Z está lendo tudo sobre a sua cultura e energia antes que eles pensem em se candidatar à sua empresa.”

E se eles tiveram uma experiência negativa com a sua empresa como cliente? Esqueça – muitos nem sequer consideram trabalhar lá, pois um em cada quatro Gen Zers diz que ter uma experiência negativa como cliente os impediria de se candidatar a trabalhar lá.

“Nesse mundo omnichannel, se você é uma marca ou uma empresa voltada para o consumidor, suas interações como cliente irão colorir a sua experiência como um funcionário em potencial. Se eles tiverem uma experiência ruim – seja online ou pessoalmente – será uma grande desvantagem”, declara Maroney.

A Geração Z está começando no mercado de trabalho e acredita ter muito a ganhar ao experimentar várias empresas e diferentes setores, portanto as organizações precisam entender que esses jovens trabalhadores não estarão presentes para sempre. Por isso, envolva e retenha os funcionários da Geração Z pelo maior tempo possível e, quando partirem, verifique se a experiência foi positiva o suficiente para que eles possam voltar no futuro.

“Ao criar uma cultura de trabalho em que os funcionários se sintam apoiados, inspirados e igualmente empoderados para aproveitar a vida dentro e fora do trabalho, os empregadores podem incentivar os seus melhores funcionários a voltar ou criar embaixadores para a marca”, finaliza a executiva.

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