O momento atual é de oportunidades, mas só para quem fez a lição de casa

Na plenária que abriu o segundo dia do IT Forum@home, Arthur Igreja e Guilherme Lichand abordaram a necessidade de atualização dos negócios

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11:55 am - 12 de junho de 2020

O segundo dia do IT Forum@home recebeu Arthur Igreja, palestrante e professor na FGV, e o economista Guilherme Lichand para falar sobre como os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no comportamento do consumidor e planejamento das grandes empresas. 

Apesar de recente, já é possível mensurar algumas das mudanças econômicas geradas pelo distanciamento social e o sistema de trabalho remoto, adotado em diversas partes do mundo para conter o avanço do vírus.    

Um personagem que ilustra bastante a diferença de prioridades existente nesse período é o sistema de videoconferência Zoom, que em maio atingiu US$ 48,7 bilhões em valor de mercado, mais do que a soma das 10 principais empresas aéreas do mundo – que sofreram uma queda brusca de market value devido à paralisação do turismo por conta do vírus. 

Outro exemplo, mais local, aborda o a disparada do comércio eletrônico no Brasil, que deve crescer 30% ao longo do ano e atingir uma previsão de uso estimada para ocorrer apenas em 2023. E como a fica a vida das empresas dentro desse cenário, que consegue ao mesmo tempo ser tão instável e promissor. 

Inovação na marra 

Igreja percebe esse como um momento de fato difícil, especialmente para as empresas que estavam mais atrasadas na digitalização de seus negócios, porém acredita a situação pode ser vista sob uma luz otimista até mesmo por esses negócios. O coronavírus vai ser a salvação de muitas empresas, pois organizações [mais atrasadas] que quebrariam em 2025 agora têm um choque violento que provavelmente vai salvá-las”, acredita.  

O professor relembra a máxima ainda muito válida de que muitos dos negócios que hoje são vistos como grandes potências nasceram em meio a períodos de restrição. E que não é preciso ter uma sede no Vale do Silício para desenvolver uma solução que faça a diferença “As empresas mais inovadoras não são necessariamente quem faz algo inédito, mas quem com simplicidade e pé no chão consegue entregar conveniência, que é atrapalhar um pouquinho menos o seu consumidor.” 

Um normal não tão diferente do imaginado 

Teorizando sobre como será a nossa rotina após o período de pandemia, Guilherme Lichand acredita que a realidade está muito diferente do “novo normal” apresentado por outras empresas e especialistas.  

“A crise pela qual a gente está passando vai ter efeitos persistentes, mas a meu ver a persistência vai ter mais a ver com o grande choque econômico que a gente sofreu”, acredita o economista, relembrando que a Covid-19 impactou em demissões e endividamentos de empresas, aspectos que não se repostos no curto prazo. “Existem previsões do Banco Central de uma queda de PIB de até 8% no Brasil”, complementa. 

O profissional reforça que o momento atual traz, sim, oportunidades, mas que só poderão ser viabilizadas por empresas que se prepararam de forma técnica e estratégica para lidar com o momento atual. “Não basta sacar as tendências. Implementação é tudo”. 

E como utilizar a tecnologia para gerar negócios e fidelizar clientes? Para Igreja, o pulo do gato está em desenvolver negócios que ofereçam a melhor experiência sem exigir esforço do usuário. As empresas passaram a ser selecionadas da mesma forma que a gente seleciona uma geladeira, por um gráfico de melhor desempenho e menos economia de energia. A solução pode até ser mais cara, mas como ela facilita a vida, vai acabar sendo a preferida”. 

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