Nuno Ribas: Brasil é “locomotiva” dos negócios da Alcatel-Lucent Enterprise na região
VP de Vendas e Marketing da Alcatel-Lucent Enterprise para Latam e Canadá falou sobre oportunidades do mercado nacional de comunicações
A “locomotiva” do crescimento da Alcatel-Lucent Enterprise (ALE) na região. É assim que Nuno Ribas, vice-presidente de Vendas e Marketing da companhia para a América Latina e Canadá, descreve a participação do Brasil nos negócios atuais da empresa.
Veterano da indústria de tecnologia e telecomunicações, Ribas assumiu seu mais recente desafio junto à ALE no começo deste ano. Antes vice-presidente de Vendas e Marketing focado apenas em mercados da América Latina, o executivo incorporou, em janeiro, o Canadá sob sua liderança. “O Canadá tem muitas similaridades com o nosso mercado latino-americano, principalmente no que diz respeito ao setor público e ao mercado intermediário”, comentou em entrevista ao IT Forum. “Queremos replicar no Canadá o crescimento interessante que tivemos na América Latina.”
Sob sua liderança, Ribas coordena a área de Vendas e Marketing de quatro divisões macro: Brasil, Canadá e México e uma quarta divisão, chamada de “emergentes”, abrange Argentina, Colômbia e Peru. Juntas, as quatro unidades representam os principais mercados para a ALE na região.
O mercado nacional tem grande destaque nessa equação. Segundo Ribas, os últimos três anos foram marcados por um crescimento de dois dígitos ao ano na operação brasileira. Agora, 2024 não deverá ser diferente. “Sou um entusiasta do Brasil. Às vezes, quando começo a falar em revisões internas com o conselho, preciso ser um pouco cuidadoso, pois sempre vejo muito potencial no Brasil. Às vezes preciso ‘tirar a camisa’ do Brasil”, brinca.
Entre 2021 e este ano, o executivo estima que crescimento composto tenha sido próximo a 150% para a ALE no país. Um dos pilares do resultado foi a oferta de plataforma de comunicação como serviço. Em 2024, a companhia espera alcançar, até o final do ano, 150 mil usuários desta solução de nuvem no país. Para o ano que vem, Ribas estima que a expectativa é chegar a 350 mil usuários.
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“Não é um mercado que trará a mesma receita que você teria ao realizar um projeto de 50 mil usuários imediatamente. É algo que será diluído ao longo de anos de contrato. Mas ele tem, sem dúvida, um potencial de crescimento de longo prazo maior”, explicou.
Quanto às oportunidades no mercado, o executivo destaca que áreas como governo, saúde e educação são segmentos de intensa demanda por soluções de comunicação e devem movimentar a operação da ALE no Brasil no próximo ano. Um exemplo recente é o projeto desenvolvido em conjunto com a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), inciado no ano passado.
Com mais de 19 mil alunos, 1,3 mil docentes e 13 campi, a organização enfrentava desafios de conectividade devido a uma infraestrutura antiga. A licitação vencida pela ALE foi parte de um investimento amplo de R$ 12 milhões em inovação pela UNEMAT, que levou a instituição a implementar 224 switches da companhia, conectando todos os equipamentos da universidade e eliminando falhas e interrupções na rede.
“Esse foi um projeto muito importante para nós, principalmente do ponto de vista social. Não se tratava apenas de uma universidade, mas de uma instituição que envolvia as tribos locais em seu ecossistema. Quando vencemos, não se tratava apenas de ganhar um projeto e vender nossa infraestrutura de rede, mas de participar do ecossistema ao redor”, disse Ribas.
Olhando para o futuro, o líder da ALE se diz particularmente empolgado com o mercado de energia e sustentabilidade. Em sua avaliação, a próxima década deve ser marcada pela entrada de mais investimentos no Brasil para a geração de energia limpa, o que deve movimentar também a demanda por soluções de comunicação. A empresa já teve sucesso neste área de atuação em regiões como o Oriente Médio, com projetos envolvendo a geração de energia eólica, e busca repetir a dose por aqui. “Já estamos trabalhando para desenvolver tecnologia específica para o mercado brasileiro”, explicou.
A partir de 2025, Ribas também enxerga o avanço do Wi-Fi 7 como um potencial transformador para os negócios no Brasil. “Acredito que ainda precisamos de mais seis a doze meses para que a tecnologia ganhe maturidade”, disse o executivo. “Mas é algo que ajudará as empresas a darem um salto de qualidade nos serviços”. Um dos exemplos citados pelo VP é o mercado de saúde. “O setor de saúde exige qualidade, velocidade e agilidade. O Wi-Fi 7 trará isso e será um quebra-barreiras”, concluiu.
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