No Banco PAN, transações com PIX já superam volume de TEDs

Resultado vem menos de 6 meses após implantação do sistema de pagamentos instantâneos, que contou com desenvolvimento ágil da Dextra

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7:39 pm - 17 de maio de 2021
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O PIX foi inserido no aplicativo de conta digital para todos os clientes do Banco PAN em 16 de novembro de 2020, data do lançamento definida pelo Banco Central. Desde então as operações de transferência digital se tornaram a principal modalidade usada pelos correntistas, tendo superado em menos de seis meses o volume de transações do tradicional TED.

Esse resultado é considerado pela instituição bancária o ponto alto de um projeto que começou em fevereiro de 2020. Tratou-se, segundo o próprio banco, de uma corrida contra o relógio, uma vez que o PAN tinha acabado de lançar, naquele mesmo mês, uma conta digital.

Devido ao cronograma apertado e prazos rígidos por parte do Banco Central, o PAN optou por tornar a implementação do PIX um projeto prioritário. E escolheu fazê-lo adotando metodologias ágeis.

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“Todas as instituições financeiras sabiam que teriam um curto período de desenvolvimento para este novo meio de pagamento. Estamos debatendo isso desde 2018”, conta Henrique Marise, responsável pelo time de meios de pagamentos do banco. “O PAN participava das reuniões junto ao Banco Central e demais participantes do mercado e, de posse do calendário de implementação, montou um robusto time para o projeto do PIX.”

Ficou definido que haveria um time (squad) dedicado e exclusivo para o projeto, e a Dextra foi chamada a compor o time com 15 especialistas.

A escolha da Dextra se deveu ao fato do PAN já trabalhar com a empresa há cerca de um ano, quando surgiu a necessidade de incorporar mais um sistema de pagamento à plataforma bancária. A Dextra atendia o banco em demandas, tais como no desenvolvimento de uma das frentes da conta digital.

Desenvolvimento do projeto

Durante o processo de desenvolvimento da plataforma, houve uma série de desafios. Um deles era participar de todas as entregas parciais previstas pelo Banco Central no PIX, inclusive aquelas facultativas – o PAN conseguiu participar de todas.

O cronograma, por exemplo, teve que ser antecipado quando o BC determinou que seria necessário permitir que os clientes fizessem o pré-cadastramento de chaves entre 5 de outubro a 3 de novembro. Isso não estava previsto inicialmente e obrigou o PAN e o squad a se replanejarem e correrem contra o tempo.

“Essa demanda não tinha sido programada e surgiu em 22 de julho, durante o processo de desenvolvimento da plataforma”, lembra Rodrigo Romero, head de negócios da Dextra. “Foi um adiantamento do Banco Central que conseguimos cumprir.”

O PAN também participou da fase preliminar de abertura, o chamado soft launch, que começou em 3 de novembro e antecedeu o lançamento oficial em 16 de novembro. O período, diz Romero, se mostrou essencial para identificar e resolver possíveis disfunções.

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“Tínhamos o cronograma de testes, tanto do DICT [diretório de identificadores de contas transacionais] quanto do SPI [Sistema de Pagamentos Instantâneos]”, lembra Marise. O DICT é o serviço do arranjo PIX que permite a quem faz o pagamento buscar as chaves cadastradas dos usuários.

Além do core do sistema, o time do PAN acrescentou duas funcionalidades relativas ao PIX. Primeiro a possibilidade de cadastrar a chave PIX logo após abrir uma conta digital (onboarding). Depois a inserção de um atalho no aplicativo móvel, anterior à ‘área logada’, que busca deixar o processo mais fácil e ágil.

Trabalho do squad

A maior parte da equipe que desenvolveu o PIX no PAN foi da Dextra. Além do squad encarregado do PIX, squads paralelos foram considerados fundamentais para o sucesso do projeto, segundo Cícero Menezes, superintendente de tecnologia do banco.

“Montamos um calendário dos times de forma que os desenvolvimentos ocorriam em paralelo e iriam se encontrar no meio do caminho. Estipulamos, por exemplo, datas para a junção dos códigos”, conta. “Foi desafiador fazer esta junção e garantir que o aplicativo que estava no ar não seria afetado. Fazer separado foi a chave do sucesso, já que o aplicativo da conta digital continuava evoluindo e não quisemos atrapalhar o andamento.”

Da parte da Dextra, os times se dividiram também entre aqueles que desenvolveram as funcionalidades móveis, de front-end e os focados no back-end. No mobile, as APIs foram desenvolvidas para os dois principais sistemas operacionais móveis: Android, do Google, e iOS, da Apple. Foram criados dois módulos distintos e iguais, um para cada sistema, que foram integrados à plataforma da conta digital.

No front-end foram usadas plataformas nativas: Swift para o iOS e Kotlin para o Android. No back-end utilizou-se Java em framework Spring, com microsserviços e hospedagem em cloud AWS. O back-end se integra à plataforma de sistema de gerenciamento de pagamento instantâneo (GI).

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