Migração para microsserviços exige mapeamento de aplicações, conhecimento da equipe e compromissos

Migrar do mainframe para a arquitetura de microsserviços não é uma iniciativa apenas de cunho tecnológico, mas também uma mudança de paradigma importante em toda empresa que busca transformação digital.

O assunto foi um dos destaques da palestra “Microservices – A jornada para transformação do mainframe ao digital”, ministrada por Volmar Pereira Moura, diretor de digital architecture na Everis Brasil, durante o IT Forum Expo, nesta quinta-feira (18/10).

“Os benefícios são muito claros. Sem eles, as empresas não vão conseguir chegar à jornada de transformação digital que buscam. Mas há uma série de desafios. O segredo está em ter uma equipe preparada e em pensar em todas as variáveis de maneira adequada”, afirma Moura.

Tecnologia mais rígida

O especialista iniciou sua palestra mostrando o início dos mainframes e sua evolução ao longo do tempo. “Os sistemas mainframes encapsulam dados e lógicas supervaliosos. Mas, atualmente, acabam apresentando uma tecnologia mais rígida, menos ágil, por isso pode dificultar o processo de transformação digital”, diz.

Segundo ele, a maioria das empresas que aborda iniciativas para reduzir ou limitar o uso de maninframe tem os seguintes motivos: velocidade de desenvolvimento (por exemplo, demora na inicialização de aplicações), custo operacional (já que a demora de processos gera menos produtividade), escalabilidade e obsolência tecnológica.

Entre os pontos-chave para a migração, de acordo com Moura, está a visibilidade do portfólio de aplicações (mapear dependências, complexidade e dimensionamento de aplicações). Mas conhecer o perfil e a cultura da equipe é também essencial. “Também é preciso compromisso das partes interessadas. É natural encontrar resistência em qualquer processo de migração”, afirma.

Benefícios e desafios

Entre os principais benefícios, Moura apontou a questão modular (“quebrar” o sistema em serviços menores, independentes e autocontidos); diversidade tecnológica, implantação independente, resiliência e a possibilidade de transformar o time em uma equipe funcional, “mais focada na entrega do produto” e “com diversidade tecnológica maior”.

Mas também há desafios, como possibilidade de lentidão devido à comunicação interprocessos e complexidade maior no acesso a dados e na operação. De qualquer forma, mudanças gradativas são mais indicadas. “A melhor abordagem não é a do ‘big bang’, pegar várias aplicações e mudar de uma vez. A abordagem deve ser mais gradual, na qual você começa a migrar aplicativos ao redor do grande monólito. Com o tempo você vai ampliando a funcionalidade dos microsserviços e diminuindo a do mainframe”, afirma.

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