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Microsoft e Google adoram os Progressive Web Apps. E você?

Progressive Web Apps (PWAs) acabaram de se tornar reais. Embora  existam há cerca de três anos – uma iniciativa impulsionada principalmente pelo Google – eles se tornaram reais este mês, quando o Google lançou o Chrome 70.

A nova versão do navegador web do Google vem com uma lista robusta de novos recursos. Mas a maior novidade é o novo suporte para PWAs que funcionam com a versão desktop do navegador para Windows. (O suporte para Mac e Linux está prevista apenas para o Chrome 72)

Google e Microsoft competem em muitas frentes. Mas quando se trata de PWAs, as empresas estão em perfeito alinhamento. E vou te dizer por que já já. Primeiro vamos esclarecer exatamente o que são os PWAs.

PWAs: mais fácil para todos
Um PWA é um site que pode ser feito para parecer e funcionar como um aplicativo nativo instalado em um smartphone, tablet, laptop ou desktop.

Como bem descreve Fabrício Teixeira, Design Director at Work & Co e fundador da UX Collective, um PWA começa como uma simples aba no Chrome e se torna “progressivamente mais app” à medida em que você engaja e interage com ele. Até chegar ao ponto onde basta você adicionar o Web App à sua página inicial e pronto: ele passa a adquirir funções que antes eram exclusivas de aplicativos nativos: geolocalização, notificações, uso offline, etc.

Usam scripts de execução em segundo plano (arquivos JavaScript), chamados service workers, que armazenam em cache os ativos e permitem um desempenho melhor. Os service workers permitem a execução off-line e o acesso ao armazenamento off-line. E podem exibir notificações push.

Os PWAs são um grande benefício para desenvolvedores, marcas e empresas. Como dependem de CSS3, JavaScript e outras ferramentas padrão, eles podem ser facilmente portados para outros navegadores e plataformas.

Os PWAs também suportam ou, na verdade, substituem uma estratégia de design para vários dispositivos móveis, já que basta definir uma vez e disponibilizá-los em todos os dispositivos.

Como os PWAs ignoram as lojas de aplicativos, eles ajudam a resolver o problema da fadiga de aplicativos. O usuário não precisa se comprometer a baixar um aplicativo antes mesmo de saber se valerá a pena ou não. Esse é um dos maiores problemas dos apps nativos de hoje, e os Progressive Web Apps prometem deixar essa barreira completamente invisível e gradual. Quando os usuários visitam seu site, você pode oferecer a instalação do PWA e iniciar o uso a partir desse site a cada visita.

Por exemplo: a maioria dos grandes varejistas oferece aplicativos que permitem recursos de fidelidade e desconto, além de uma melhor experiência com as compras. Mas a maioria dos clientes desses varejistas não tem interesse em baixar os aplicativos. Os PWAs podem ser executados quando visitam a loja, fornecendo recursos adicionais que são executados como aplicativos comuns.

Vários casos de teste provaram que os PWAs melhoram drasticamente o engajamento, as conversões, a interação, as taxas de abertura de notificações push e o opt-in.

O Pinterest lançou um PWA projetado para substituir o acesso ao serviço por meio de uma experiência regular do navegador, e relatou enormes benefícios, como um aumento de 50% nos cliques em publicidade e um aumento de 40% nos gastos dos usuários que passaram mais de cinco minutos no site. O PWA superou não apenas o uso da Web para dispositivos móveis, mas também o uso de aplicativos para dispositivos móveis.

Além disso: os PWAs suportam todos os tipos de dispositivos, incluindo Chromebooks.

A opção antiga dos desenvolvedores era criar aplicativos separados para Windows, macOS, Linux, iOS e Android. A nova opção permite criar PWAs e atender a todas as plataformas, incluindo Chromebooks, com uma única implementação. E esse mesmo trabalho pode facilitar o acesso a PWAs de TVs inteligentes e outros dispositivos IoT.

Os PWAs parecem aplicativos, mas o mecanismo de pesquisa de conteúdo é indexável e compartilhável pelo usuário.

Os PWAs também são relativamente seguros. Na instalação, eles têm acesso zero ao hardware dos sistemas. Esse acesso deve ser concedido caso a caso – recurso por recurso – após a permissão explícita ser concedida pelo usuário. O acesso ao armazenamento, à localização e ao Bluetooth requer três permissões separadas. Os usuários podem dizer sim ao Bluetooth, por exemplo, mas recusar as solicitações de armazenamento e localização. Mais ou menos como os aplicativos móveis funcionam. E uma melhoria em como os aplicativos de desktop funcionam tradicionalmente.

O ponto principal é que os PWAs finalmente transformam os navegadores em plataformas de aplicativos – aplicativos reais, não aplicativos horríveis da web de ontem.

Mais vantagens técnicas
Alex Russel, engenheiro de software do Google, fez uma lista das vantagens técnicas dos PWAs quando comparados tanto aos aplicativos nativos e aos aplicativos web. 

– Responsivos: se encaixa mais facilmente em qualquer resolução de tela.

– Independentes de conexão: com a tecnologia de Service Workers, o aplicativo pode funcionar até quando o usuário está offline.

– Interações tão avançadas quanto de apps.

– Sempre atualizados: o usuário não precisa “baixar uma atualização do app” de tempos em tempos. Como está tudo na web, na próxima vez que ele abrir o app a nova versão já estará lá.

– Seguros: o conteúdo do app é servido com TLS para prevenir intrusos.

– SEO-friendly: os mecanismos de busca conseguem encontrar o conteúdo dos aplicativos (o que consequentemente beneficia tanto os usuários quando as empresas).

– Re-engageables: os aplicativos web progressivos permitem enviar notificações aos usuários para trazê-los de volta à experiência com o passar do tempo.

– Instaláveis: podem ser adicionados à home screen do celular, permitindo que os usuários “salvem” os aplicativos que eles considerarem mais úteis ou importantes.

– Linkáveis: mais fáceis de compartilhar conteúdo ao enviar o link para alguém.

Por que a Microsoft está all-in com o Google em PWAs?
Graças ao Chrome 70, os PWAs no Windows 10 funcionam como aplicativos comuns. Isso significa que eles suportam notificações, Live Tiles e a Cortana e podem ser acessados ​​no menu do Google Chrome, no menu Iniciar ou como um aplicativo fixado na barra de tarefas. E estão disponíveis na Microsoft Store.

Google e Microsoft são totalmente colaborativos quando se trata de PWAs. O motivo é que os PWAs aumentam o número e o intervalo de aplicativos disponíveis para usuários do Windows.

Mas acho que o maior motivo é que a Microsoft espera entrar novamente no mercado de smartphones com o seu dispositivo Andromeda. Em vez de entrar em um mercado sem aplicativos, entraria em um mercado com todos os PWAs.

Muitos desses aplicativos serão criados principalmente como substitutos para aplicativos Android. E muitos dos aplicativos anteriormente disponíveis apenas para dispositivos Android e dispositivos Pixelbook agora também estarão disponíveis para os dispositivos do Windows Surface Phone, ou o que quer que a Microsoft acabe chamando de Andromeda.

É uma vitória para a Microsoft e para o Google. A Microsoft recebe toneladas de aplicativos para seus dispositivos. O Google faz com que todos façam tudo da web, o que suporta a estratégia atual do ChromeOS e a futura estratégia do Fuschia.

Também existem desvantagens
O acesso aos PWAs é descentralizado. Você não pode simplesmente ir a uma loja de aplicativos e encontrar o que estiver procurando usando a ferramenta de busca. O Google mantém um diretório de PWAs . Mas, tanto quanto sei, não existe um único catálogo para todos os PWAs existentes.

O que não sabemos é se o setor pode garantir que os PWAs representem uma única plataforma de aplicativos ou se os PWAs permitirão ou projetarão a fragmentação.

A Microsoft e o Google têm colaborado em PWAs até agora, e isso é bom. A Apple, não tanto. E embora a Apple estája começando a oferecer suporte a PWAs no Safari, não está claro se a empresa está motivada para suportar padrões comuns. E a funcionalidade do Safari está faltando. No iOS,  as notificações por push da Web não funcionam, por exemplo.

O desempenho bruto dos PWAs é geralmente menor que os aplicativos nativos.

Outra desvantagem é que os PWAs são altamente isolados. Portanto, é difícil e improvável que diferentes PWAs compartilhem recursos ou dados diretamente.

Portanto, os PWAs não são perfeitos. Ainda assim, acredito que eles vão ser um sucesso, por serem muito mais eficientes para usuários e desenvolvedores, muito mais flexíveis, cross-platform e low-footprint em relação aos aplicativos da Web, sites da Web, aplicativos móveis ou aplicativos de área de trabalho.

Marcas e organizações como Starbucks, Twitter, Burger King, Home Depot e NASA estão mudando para PWAs. Talvez sua empresa também deva seguir na mesma direção.

Agora que os PWAs chegaram para valer no Windows, é hora de levar isso a sério em sua organização. Realize um inventário e uma análise de todos os aplicativos da sua empresa e veja quais podem ser convertidos em PWAs.

Dá mais trabalho, mas pode render dez vezes mais no longo prazo.

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