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Meta: pesquisa revela fraude em anúncios com fotos de ministros do STF nas redes sociais do grupo

Um estudo realizado pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que as redes sociais da empresa Meta, incluindo Facebook, Instagram e WhatsApp, foram utilizadas para veicular pelo menos 981 anúncios ilegais direcionados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério da Justiça.  

Estes anúncios, veiculados entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024, foram identificados como fraudulentos (810 anúncios), ataques diretos (103) e exploração das imagens dos ministros e instituições para vender produtos e serviços (68). 

Leia mais: STF lança canal no WhatsApp para combater desinformação 

Dentre os exemplos citados no estudo, destacam-se casos em que a imagem de ministros, como Alexandre de Moraes e Flávio Dino, foi utilizada indevidamente para promover soluções financeiras e venda de equipamentos para computadores, respectivamente. Além disso, houve também a promoção de um suposto livro sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, sugerindo censura por parte do governo atual, da imprensa e do judiciário. 

Os ministros que mais apareceram nos anúncios fraudulentos foram Dias Toffoli (30,3%), Gilmar Mendes (29,3%) e Alexandre de Moraes (25,8%), enquanto Flávio Dino foi alvo de uma campanha específica intitulada #DinoNão, contra sua indicação ao STF. O estudo apontou um investimento mínimo de R$ 85.510,58 em 13 estados diferentes para promover esses conteúdos, sendo que 99 páginas e perfis foram responsáveis pela veiculação dos anúncios. 

Os principais financiadores identificados foram páginas como Direita Sempre e Patriotas Unidos, as quais apresentaram indícios de comportamento inautêntico, como poucos seguidores e publicações orgânicas. O estudo também revelou que homens acima de 45 anos foram o público-alvo predominante desses anúncios (36,5%), enquanto a maioria dos mais jovens atingidos foi composta por mulheres entre 18 e 34 anos (19,4%). 

O NetLab alerta que as plataformas digitais utilizam informações privadas das pessoas para direcionar os anúncios, permitindo que golpistas escolham suas vítimas ideais. Além disso, ressalta que qualquer pessoa com uma conta cadastrada no Facebook pode pagar por um anúncio nas plataformas da Meta sem necessidade de comprovar identidade ou informações adicionais. 

Em resposta ao estudo, Carlos Eduardo Barros, pesquisador do NetLab, enfatizou a necessidade de as plataformas verificarem e disponibilizarem em tempo real os dados necessários para a sociedade e o poder público fiscalizarem o que é veiculado em seus ambientes. Barros criticou a falta de transparência e eficácia nos protocolos de segurança e auditabilidade dos anúncios, defendendo a urgência de uma regulamentação do setor. 

Procurada pela reportagem da Agência Brasil, a empresa Meta afirmou que o estudo da NetLab não reflete a escala de seu trabalho de integridade e destacou que está em constante aprimoramento de sua tecnologia para combater atividades suspeitas. A empresa também afirmou estar cooperando com as autoridades brasileiras, como o Ministério da Justiça, e encorajou as pessoas a denunciarem quaisquer conteúdos que violem suas políticas. 

*Com informações da Agência Brasil 

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