MCTI e Finep anunciam R$ 243 mi para construção de reator nuclear
Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) pretende tornar o Brasil autossuficiente na produção de insumos para radiofármacos
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) anunciaram a liberação de R$ 243 milhões a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), projeto considerado estratégico pelo governo. O centro de pesquisa poderá ser usado para estudos em tecnologia nuclear voltadas para saúde, agricultura e meio ambiente.
O RMB será um reator nuclear de pesquisa que utilizará radiação para aplicação em áreas como medicina, indústria, agricultura e meio ambiente. Também deve ser, segundo o governo, um equipamento estratégico para a qualificação de combustíveis e materiais nucleares, além de fornecer um laboratório nacional para a utilização de feixe de nêutrons em pesquisa científica e tecnológica em diferentes campos.
“O RMB é um projeto de tecnologia de ponta na área nuclear, que vai viabilizar a autonomia do nosso país na produção de radioisótopos, usados na fabricação de fármacos para tratamento do câncer”, diz em comunicado a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. “Assim, vamos reduzir riscos de desabastecimento, diminuir custos e ter melhores condições para atender à população.”
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O RMB será construído em Iperó, no interior de São Paulo, junto ao Centro Industrial Nuclear de Aramar, da Marinha Brasileira, que está desenvolvendo o protótipo em terra do reator do submarino nuclear brasileiro. “Para termos uma ideia, o combustível nuclear, que vai tanto para o projeto do submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear quanto para as usinas de Angra, poderá ser testado no Reator Multipropósito Brasileiro”, diz o diretor científico e tecnológico da Finep, Carlos Aragão.
Os recursos liberados para o projeto são não reembolsáveis e são oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Eles financiarão a fase de implantação do RMB, a execução das obras, a aquisição de matérias-primas e itens importados para a fabricação dos componentes principais do reator nuclear; entre outras etapas.
Não é a primeira fase de financiamento do RMB. Em 2023, o MCTI e a Finep liberaram outros R$ 172 milhões, incluídos no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que já previa investimentos de cerca de R$ 1 bilhão até 2026.
O projeto do reator começou em 2008, na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), responsável pelo planejamento técnico do projeto.
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