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Internet das Coisas: desafios que vão além da infraestrutura das redes

As inúmeras possibilidades que estão por vir com a Internet das
Coisas (IoT, na sigla em inglês) ainda são apenas promessas para o mercado brasileiro. O que temos no País hoje são iniciativas pontuais de empresas e operadoras, cuja implementação
massiva esbarra em questões que vão além da infraestrutura de rede, como
regulamentação e até mesmo a disposição da indústria de entrar em um novo modelo
de negócios.

Essa foi a mensagem compartilhada no painel conduzido sobre
o tema durante a Futurecom 2014, que reuniu representantes das operadoras
Telefônica Vivo, Claro e Tim, entre fabricantes, empresas e consultorias.

As operadoras destacaram que a demanda que o Brasil tem hoje
de IoT, especialmente formada pelos dados emitidos por sensores M2M, está sendo
naturalmente migrada para o 3G e 4G, o que por sua vez exige um esforço de
aumentar a capacidade da rede. “A maior
dificuldade hoje é a existência de antenas o suficiente e o espectro de
frequência para endereçar esse grande volume de dados que vai aumentar cada vez
mais quando os dispositivos forem conectados. Mas o backbone de transmissão
hoje não é gargalo”, avaliou Rogério Guerra, diretor de vendas corporativas da Claro.

A questão primordial, conforme endossou o gerente de
marketing e desenvolvimento de negócios M2M da Telefônica Digital, Eduardo Takeshi, é como esses dispositivos
vão conectar à rede, o que passa por uma discussão aprofundada sobre
regulamentação. “Do lado do governo, vejo que poderia haver um plano nacional
para impulsionar a implantação dessas tecnologias, como países como Reino Unido
fazem hoje, além de uma discussão sobre privacidade e uso desses dados”,
afirmou. 

Além disso, Takeshi destaca que o mercado hoje oferece muitas soluções
de IoT que, no entanto, devem ser escolhidas pelas empresas com base em um
projeto estratégico mais maduro. “Do lado dos clientes, será necessário definir
que problemas eles querem resolver e quanto estão dispostos a investir”,
afirmou o executivo.

Quando pensamos em Internet das Coisas, segundo Takeshi, o
mercado também deverá estar pronto para oferecer soluções de hardware acessíveis
para impulsionar uma adoção massiva. Ele pontua que hoje o mercado de M2M que
tradicionalmente é focado em rastreamento e POS tem soluções de hardware acima
de 100 e 200 reais, e esse valor vai ter que ser menor ainda quando pensamos em
bilhões de dispositivos conectados.

Na avaliação de Frank Meylan, sócio de managing consulting
da KPMG no Brasil, a infraestrutura atual é adequada para uma série de
aplicações em IoT que não são tão dependentes de telecom. “A grande maioria dos
dispositivos de IoT gera pequenos volumes de informação, e não grandes
volumes. As grandes capitais têm a infraestrutura disponível, talvez ela não
tenha o nível de disponibilidade que determinadas aplicações demandariam”,
explica. 

Como exemplo, ele cita um colar ou uma pulseira que pode ser acionado
por um idoso em situações de emergência: nesse caso, a disponibilidade é crucial.
Por outro lado, nas aplicações de rastreamento do carro, a indisponibilidade
faria com que o carro ficasse, por exemplo, três minutos sem ser rastreado, fazendo
com ele o veículo aparecesse em outro ponto do mapa, o que pode não ser um
problema muito grande dependendo da aplicação, comentou Meylan.

Evidentemente, a implementação desses modelos requer a
integração com sistemas legados, preparação de infraestrutura para receber
esses volumes de dados e, ainda, a questão de processamento desses dados.
Contudo, conforme evidenciou o executivo da KPMG, é missão do CIO ser o interlocutor
que irá levar essas ideias para a diretoria. “Cabe a ele impulsionar essas
inovações, criar um caminho de implementação e discutir o investimento
necessário”, destacou.
 

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