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Internet das coisas demanda design, não apenas tecnologia

O Gartner prevê que uma casa contará, em média, com até 500 dispositivos em rede em 2020. Da mesma forma, a Ericsson prevê 50 bilhões de coisas conectadas até a data. Alcançar essas projeções elevadas nos próximos quatro anos, no entanto, vai exigir uma reorientação fundamental na maneira que TI e designers de produto trabalham juntos para criar uma estratégia conectada bem-sucedida de dispositivos pessoais e eletrodomésticos.
A evolução da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) será um desafio para muitas empresas, não por falta de conhecimento tecnológico, mas porque eles não conseguem reconhecer o valor do design no desenvolvimento de produtos conectados.
O fato é que, para Paul Metaxatos, cofundador e diretor da Motiv e Scott A. Nelson, presidente-executivo e diretor de tecnologia da Reuleaux Technology, considerações sobre design do produto no mundo da IoT 1.0 não são críticos para persuadir clientes a adotar ofertas, porque na maioria das vezes o comprador não é o usuário final do produto, observa.
“Frotas de empresas de logística, por exemplo, monitoram condição e localização de seus veículos. Seus desenvolvedores se concentram em atender aos requisitos operacionais e ambientais, pouco se importando com a aparência física ou experiência do usuário de um dispositivo ou o sistema que monitora os dados do veículo”, explica.
No entanto, com IoT se expandindo para uma gama de oportunidades comerciais, aplicações B2B se tornaram B2B2C. Operadores de veículos da frota agora se envolvem diretamente com dispositivos da internet das coisas que podem medir condição física, bem como comportamento de condução dos motoristas.
Assim, cada vez mais, a força da experiência do usuário conduzirá a demanda do mercado, e projeto de produto será fundamental para convencer consumidores a adotar ofertas no novo mundo da internet das coisas 2.0.
O princípio fundamental da era da internet das coisas 2.0 é de que IoT não é o produto final. IoT não é um iPhone, um aplicativo de rede ou um dispositivo wearable. Os clientes não compram internet das coisas. De fato, estudos sugerem que a maioria dos consumidores não tem conhecimento do que IoT é ou faz. Conectividade em internet das coisas pode aumentar o valor de um produto, mas nunca pode servir como justificativa para a compra do cliente.
A incompreensão do papel da internet das coisas contribui para uma crescente lista de fracassos comerciais pelos fabricantes de produtos, dizem os especialistas. “Suas desculpas para erros incluem questões de segurança, complexidades de gerenciar ciclos de vida do produto e falta de interoperabilidade. Mas na maioria das vezes a causa é que as empresas de IoT com modelos tradicionais de negócios B2B e canais de distribuição B2B2C foram empurrando a tecnologia da internet das coisas em vez de abordar a força das necessidades e gostos dos clientes”, contam.
Segundo eles, quando usuários finais não se envolvem com uma oferta internet das coisas, a tecnologia é vista como problema e a solução é, geralmente, reforçar a segurança ou tornar os produtos mais interoperáveis.
Eles alertam que design de produto eficaz e inovação são resultado de um processo integrado, inteligente, que se concentra em simplificar ou enriquecer a vida das pessoas. A internet das coisas, por causa de suas experiências de integração tecnológica, exige um nível significativamente mais elevado de design e tecnologia.
Metaxatos e Nelson observam, que, infelizmente, a perspectiva de TI na internet das coisas é de que o design do produto é uma disciplina que contribui muito pouco para apelo de valor e de produto. Alterar essa visão não será fácil, reconhece. “Mas o desenvolvimento mútuo cria uma dinâmica de projeto eficaz”, indicam.
De acordo com os especialistas, a evolução do negócio vai exigir uma nova parceria entre aqueles que entendem e lidam com o usuário e aqueles que entendem e integram a tecnologia.

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