Internet das coisas conduz era de “serviços vivos”

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10:28 am - 28 de dezembro de 2015
Internet das coisas conduz era de "serviços vivos"

Uma nova fase de “serviços vivos” altamente sofisticados que são capazes de aprender e se adaptar em tempo real, com o objetivo de atender às novas necessidades dos consumidores, trabalhadores, pacientes e cidadãos será iniciada com a Internet das Coisas, mudando completamente as expectativas do consumidor. A conclusão é do relatório “A Era de Serviços Vivos”, realizado pela Accenture.

Segundo o relatório da Fjord, grupo de design e inovação da Accenture Interactive, o nascimento dessa tendência criará uma mudança em todas as indústrias e trará grandes oportunidades de crescimento e distinção para as marcas. O estudo prevê um afastamento radical da abordagem atual predominante das empresas que criam serviços genéricos e estáveis desenvolvidos para o consumo em massa.

De acordo com o estudo, o conceito de serviços inteligentes que se adaptam e mudam com base nas preferências do consumidor não é novo. Porém, a tecnologia que possibilita os serviços vivos tem se desenvolvido para que as marcas os criem e os ofereçam em escala. Eles começarão a se desenvolver em uma nova camada de inteligência conectada formada por sensores, nuvem, dispositivos inteligentes conectados e análises em tempo real, também conhecidos com a IoT.
 
“Os ‘Serviços Vivos’ são assim denominados por três motivos”, afirma Brian Whipple, diretor executivo sênior da Accenture Interactive. “Eles irão mudar as experiências do consumidor ao nosso redor, como reserva de viagens e compras em tempo real. Eles serão conduzidos por elementos que têm uma relação muito próxima conosco, como wearables e nearables”, destaca o executivo.

Para Whipple, os serviços vivos dão vida ao que está rapidamente se tornando uma ampla rede de máquinas e objetos conectados. Esse movimento permite que os serviços de marca percorram e façam uso desse ambiente conectado.

Impacto nas empresas

O estudo da Accenture revela que os serviços vivos influenciarão profundamente o design e as marcas, e desencadearão novas forças competitivas nos negócios e no setor público, exigindo que as organizações reconsiderem suas estruturas e práticas comerciais da mesma maneira que fizeram na introdução da internet em computadores pessoais e serviços móveis.

De acordo com o relatório, as empresas e seus líderes de marketing precisarão fortalecer sua compreensão sobre os clientes por meio de dados e análises. As companhias devem manter uma tecnologia e plataforma de serviços que sejam flexíveis para recombinar produtos, serviços e informações em muitos contextos, experiências e situações diferentes.

É importante que as organizações concentrem em um ou dois aspectos do fornecimento de experiência do usuário e torná-los o mais “vivo” possível. O design também será influenciado já que as organizações buscam oferecer serviços consistentes, porém impactantes utilizando novos tipos desafiadores de interação como voz, gesto e local em uma grande variedade de novos dispositivos.

Mudanças para o consumidor
 
Segundo o relatório, os serviços vivos influenciarão as pessoas em quase todas as áreas de suas vidas, incluindo saúde, lar, compras, viagens e finanças. Veja a seguir alguns impactos:

• Saúde

Os serviços vivos ajudarão a prevenir problemas de saúde. Por exemplo, considerando a alta correlação entre diabetes e depressão, o aplicativo Ginger IO pode prever sinais de depressão com até dois dias de antecedência à manifestação externa dos sintomas. A ferramenta explora dados do smartphone de um paciente para registrar o comportamento cotidiano e pode fornecer sinais de alerta precoces.

Os serviços vivos também possibilitarão a medicina personalizada. Os medicamentos digitais da Proteus Digital Health, por exemplo, apresentam um sensor ativado pelo estômago que fornece informações sobre como o paciente está aceitando e respondendo à medicação.
 
• Lar
O lar se tornará um centro para diversos serviços adaptáveis e automatizados, que assumem tarefas recorrentes e burocráticas. Até agora, a maioria dos serviços estão relacionados ao consumo de energia e à segurança. A Nest e a Ecobee identificaram que os consumidores precisavam de um termostato que aprendesse e se adaptasse às temperaturas de preferência dos usuários.

O Wallflower é um sistema de prevenção contra incêndio que monitora constantemente o status da eletricidade e fornecimento de gás para uma residência. A próxima etapa para esses elementos distintos é a conexão e a comunicação entre eles.
 
• Compras
Os serviços vivos permitirão que os varejistas ofereçam experiências menos intrusivas e abandonem o cenário padrão da indústria, que é bombardear os consumidores com ofertas assim que chegam a uma loja.

Ao trabalhar com o Pinterest, uma trilha particularmente rica de gosto e visuais, a varejista de moda Nordstrom estabelece o merchandising semanal nas lojas, além de fornecer à equipe um app para iPad para facilitar na hora de mostrar ao vivo aos clientes produtos e mercadorias na moda.
 
• Viagem

O campo mais amplo de viagem e hospitalidade sofrerá uma transformação nos próximos cinco anos, conduzida pela reinvenção de carros; inicialmente conectados e, então, independentes. Se motoristas não forem mais necessários, e os carros puderem se tornar locais para dormir ou para entretenimento durante longas viagens, eles apresentarão um novo nível de experiência, competindo com trens, ônibus e aviões.
 
• Finanças

Uma visão ousada dos serviços vivos na área financeira é um serviço que conecta a condição financeira das pessoas diretamente às outras áreas de suas vidas. Para um cliente que viaja, o banco poderia negociar melhores taxas de câmbio dos fornecedores de caixa eletrônico e procurar barganhar os melhores preços de combustível conforme o cliente dirige e faz o pré-pagamento da conta.

Se a conta bancária do cliente “sabe” o consumo de energia de um cliente, ela também poderia prever sua situação financeira futura. A empresa israelense 24me já está seguindo nesta direção: seu aplicativo sincroniza-se automaticamente com os serviços públicos e demais serviços para lembrar e permitir que os usuários paguem suas contas.

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