Intelipost quer se tornar empresa de dados logísticos

Ross Saario, CEO da empresa, aposta em IA e ML para melhorar gerenciamento de seus 700 clientes de varejo

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9:40 am - 22 de julho de 2024
Ross Saario, CEO da Intelipost Foto: Divulgação

Gerenciar a logística de empresas de varejo no Brasil é um desafio – mas que foi abraçado pela Intelipost. A plataforma de processos logísticos faz parte do Grupo Intelipost, que também conta com a Agile (roterizador para empresas transportadoras ou embarcadoras de frota própria); e a Pegaki (empresa de pontos de coletas de terceiros).

Em entrevista ao IT Forum, Ross Saario, CEO da Intelipost, explica que essa é a companhia do grupo que mais está recebendo investimentos em tecnologia. Em 2023, a empresa faturou R$ 200 milhões, com um crescimento médio de 30% em relação ao ano anterior. Além disso, serão investidos R$ 45 milhões em P&D, “porque acreditamos que o nosso futuro é investir no produto.”

Hoje, a Intelipost tem 700 clientes e grandes nomes em sua carteira, como Alpargatas, Arezzo, Evino, OLX, Petlove, Sephora, Nike, Grendene, Infracommerce, Leroy Merlin, Shopee e Renner.

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E o executivo é firme ao dizer que a logística sempre terá seus desafios, desde problemas de fraudes e extravios até rotas sem manutenção, mas a tecnologia e os dados podem ajudar.

“Nunca vai ser perfeito, sempre teremos estradas ruins, quadrilhas roubando cargas, mas podemos saber que, para certa região, é melhor não usar certa transportadora porque o índice de desvio é muito alto. Nunca vamos resolver 100% a parte de infraestrutura física, mas, com softwares, você faz o melhor do que pode fazer”, comenta ele.

Tecnologia como pilar da Intelipost

De acordo com Saario, a área de tecnologia é o segundo maior departamento da companhia, atrás apenas da área de operações – muito apoiado por TI no atendimento, que já conta com IA generativa em um bot que responde as perguntas dos clientes em tempo real.

Esse é um dos projetos apoiados em dados, Machine Learning e IA, um dos focos do time, que também conta com uma equipe de cientistas de dados. “Esse é um grande componente das nossas estratégias. No futuro, queremos ser uma empresa de dados e usá-los a favor dos clientes.”

Isso porque, segundo o CEO, tirando o Mercado Livre, a Intelipost tem os maiores dados de logística. A empresa conta com centenas de clientes e aproximadamente 10 milhões de pedidos por mês. “Tudo isso gera muitos dados, seja de cliques, transações e outros. O que nos dá uma visibilidade muito assertiva sobre logística.”

Na prática, a Intelipost funciona da seguinte maneira: quando um consumidor coloca um produto no carrinho e aparecem, por exemplo, três opções de frete, essas opções vêm do sistema da companhia. Depois de escolhida, a ferramenta faz toda a gestão dessa entrega com eficiência.

“Isso é importante porque mais de 50% as pessoas deixam de comprar online por causa do frete, seja porque é caro ou porque demora. Ter as melhores opções de frete tem um impacto essencial nos varejistas”, frisa Saario.

Agora, a Intelipost está testando como usar os dados já disponíveis para aumentar, ainda mais, a eficiência. Saario confidencializa que eles estão testando, por exemplo, a influência do CEP nos preços do frete. Uma pessoa que more em uma região classe A, por exemplo, pode não ser tão influenciada por um valor mais alto. Mas, em outro bairro pode fazer sentido absorver todo ou parte do frete para aumentar as vendas.

Dentro do universo das transportadoras, a Intelipost quer criar mais transparência no mercado, porque muitas das contratações são feitas por relacionamento, não necessariamente por ser a melhor opção. “Nós temos tantos dados de performance, fraude, extravio, custo, qualidade, entre outros, que podemos orientar nossos clientes a mudar o portfólio e a malha de logística deles”, diz o CEO.

Saario dá detalhes de mais uma inovação tecnológica da empresa – ligada ao consumidor final. Segundo ele, os clientes querem ter mais detalhes de onde está o seu produto. Se antes poderia ser dito ‘entre quinta e sábado’, depois o dia correto, agora eles querem ainda mais precisão. “E não é só a estimativa de compra, mas atualizar sempre. Eles querem saber se está trânsito, se o caminhão quebrou ou outras ‘n’ coisas que podem acontecer após o despacho e, usando os dados, é possível estimar melhor a entrega, deixando o cliente atualizado.”

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Laura Martins

Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

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