Análise preditiva e inteligência artificial ganham importância nos orçamentos de empresas, aponta estudo
Levantamento realizado pela Randstad mostra que inteligência artificial está remodelando organizações, mercados e economias
Mais de 60% das empresas estão ampliando os orçamentos destinados à análise preditiva e à inteligência artificial (IA). Isso é o que revelou a 9ª edição do estudo global Talent Trends, realizado pela Randstad com mais de mil líderes globais e regionais de 21 mercados, incluindo o Brasil.
A pesquisa apontou que 76% dos entrevistados acreditam que a IA pode melhorar significativamente como as empresas gerenciam os talentos, ajudando a identificar oportunidades de mobilidade interna de maneira eficaz, e é capaz de encontrar necessidades e lacunas no quadro de colaboradores.
“A edição deste ano do estudo revela que 61% das empresas estão ampliando os orçamentos destinados à análise preditiva e 65% estão expandindo os orçamentos para IA, o que mostra como os líderes e as empresas estão se adaptando à rápida transformação digital, impulsionando o potencial da tecnologia, dos dados e das pessoas, que estão no centro do seu negócio”, disse Diogo Forghieri, diretor de Talent Solutions da Randstad Brasil.
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A pesquisa mostra ainda que 97% das empresas afirmaram que a adoção da tecnologia aumentou a atração, o comprometimento e a retenção de talentos neste ano – um aumento de 8% desde 2023, revelando uma mudança fundamental no paradigma da gestão de talentos.
Os dados revelam ainda que os investimentos em IA e automação têm gerado diversos benefícios tangíveis, como aprimoramento da eficiência e consistência nos processos (mencionado por 33% dos entrevistados), automatização do fluxo de trabalho (31%), aumento da capacidade de expansão dos negócios (30%), direcionamento dos colaboradores para projetos estratégicos (30%) e identificação de funcionários com habilidades específicas (30%).
Apesar do otimismo em relação à IA, também existem preocupações entre os líderes. Cerca de 56% expressam inquietação de que a transformação digital esteja ocorrendo em um ritmo acelerado demais, resultando em dificuldades para acompanhar a rápida adoção de tecnologia. Para mais de um terço desses líderes (34%), a redução do componente humano nos processos é a principal preocupação ao adotar IA, seguida pela apreensão quanto à possibilidade de alimentar preconceitos, ou pelo receio de que a tecnologia seja empregada de maneira irresponsável, injusta ou antiética.
Habilidades e Cultura
O também se debruçou sobre temas relacionados às habilidades de colaboradores e à cultura empresarial. Os resultados mostram que os dois principais desafios que os líderes de talentos preveem enfrentar daqui para frente estão voltados para habilidades, incluindo o aumento da concorrência por competências difíceis de encontrar (34%) e a crescente escassez de habilidades especializadas (32%).
Por isso, o estudo revela que, ao avaliar candidatos, as prioridades dos líderes estão centradas em habilidades: potencial de aprendizado e desenvolvimento (83%), características intelectuais ou de personalidade (80%), e as motivações e aspirações pessoais relevantes para os cargos (80%).
Por fim, um em cada quatro entrevistados expressa o desejo de investir mais na comunicação dos valores essenciais da empresa e na proposta de valor oferecida aos colaboradores.Em seguida, 22% reconhecem a necessidade de promover uma cultura que priorize o bem-estar pessoal – inclusive, 46% afirmaram que continuarão a dedicar a mesma atenção e recursos para implementar o trabalho híbrido e remoto no próximo ano e 42% esperam focar muito mais nessa área do que antes.
“Diversas tendências emergentes convergem rapidamente para mudar a maneira como os talentos enxergam o trabalho e o desempenham. A flexibilidade no trabalho, a crescente lacuna de habilidades, os profissionais de diversas gerações e, agora, a evolução da Inteligência Artificial. Conforme as empresas aprimoram sua capacidade de identificar e engajar profissionais com as habilidades adequadas, elas se posicionam de maneira mais sólida para lidar com os desafios recorrentes da escassez. Além disso, mantêm a cultura organizacional fluida e adaptável às mudanças do mercado e às percepções dos talentos”, conclui Diogo.
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