Brasil deve investir US$ 240 milhões em infraestrutura de IA

Lenovo apresenta caso de uso de Edge Computing em evento para a imprensa

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10:46 am - 16 de maio de 2024
Charles Ferland, vice-presidente e general manager de Edge Computing e Telecomunicacões da Lenovo Foto: Divulgação

O Brasil representa 38% dos gastos de TI na América Latina e é o maior investidor em infraestrutura de IA na América Latina, com gasto esperado de US$ 240 milhões esse ano, segundo uma pesquisa encomendada pela Lenovo à consultoria IDC. Esse investimento é impulsionado principalmente por projetos de supercomputadores para petróleo e gás e extensas implantações de ponta em telecomunicações.

Em coletiva de imprensa, Luciano Ramos, country manager do IDC Brasil, conta que as principais prioridades de negócios para os CIOs em 2024 são as novas tecnologias, como a IA generativa; o avanço da inovação digital nos negócios; e o maior crescimento da receita e dos lucros.

De fato, aproximadamente 95% dos líderes de TI já investem ou planejam investir em IA Generativa e 58% acreditam que a IA terá um impacto significativo nas áreas de segurança cibernética, detecção de ameaças e automação e eficiência de processos, além da personalização e experiência do cliente.

“Ao transformar a forma como os dados são processados, analisados e utilizados para impulsionar a inovação em diversas verticais da indústria, a pesquisa monstra uma tendência no Brasil no uso de IA alavancada por uma demanda das áreas de negócio”, descreve Claudio Stopatto, country manager para Lenovo ISG Brasil. Essa expectativa se reflete nas prioridades de investimentos para tecnologia em 2024 no Brasil já que para 47% é necessário automatizar o gerenciamento e a segurança da infraestrutura digital, seguido por Gen AI com 43%.

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A maioria das verticais na América Latina estão focadas em aproveitar e proteger dados e colocam o gerenciamento de dados, a análise e a segurança cibernética como principais prioridades para apoiar as áreas de negócios relacionadas à jornada do cliente e à tomada de decisões, uma vez que são as mais impactadas pela IA. Isto é especialmente importante para bancos, varejo, governo e saúde.

Por outro lado, as empresas de telecomunicações estão focadas na implementação de tecnologias digitais, como IA, em infraestruturas robustas para fornecer serviços de rede de alta qualidade, observabilidade de infraestrutura e conectividade, uma vez que isto se alinha com o seu negócio principal. No entanto, apenas 24% veem os dados e uma melhor jornada do cliente usando IA como prioridades.

Infraestrutura de IA: Edge Computing

A IDC também prevê que os gastos com IA e Edge Computing devem crescer na América Latina, uma vez que a região tem investido mais em seu processo de transformação digital completa. No último ano, o uso de Edge Computing no país cresceu 51% e, para os CIOs brasileiros, a solução deve impactar dispositivos IoT, áreas como varejo e experiência do cliente, assim como a automação industrial e a manufatura.

Charles Ferland, vice-presidente e general manager de Edge Computing e Telecomunicacões da Lenovo, explica que o conceito de Edge Computing para a empresa é trazer a capacidade de computação que está disponível na nuvem ou no data center para a computação encontrada em certo local. Ou seja, aproximando a potência computacional de onde os dados são gerados e estão.

“Por que nos preocuparíamos em trazer o desempenho para onde os dados são criados? Simplesmente porque apenas 2% dos dados são realmente processados, 90% dos dados que geramos não são processados”, frisa ele.

Ele exemplifica dizendo que há postos de gasolina, fábricas e lojas com uma quantidade enorme de câmeras que geram inúmeros dados. Porém, a tomada de decisão é feita por alguém que está observando essas imagens em tempo real – sendo quase impossível analisar tudo. Ou, após a gravação, as imagens são analisadas. Ou seja, nenhum valor é extraído.

“Porque essa quantidade de dados é demais. É tão bom criar arquivos PowerPoint e Excel na nuvem. Mas é diferente se você tem um posto de gasolina com 16 câmeras gravando ao vivo 24 horas por dia, sete dias por semana, para trazer todos esses dados para a nuvem. Em primeiro lugar, provavelmente você tem um problema de rede. Em segundo lugar, você teve um custo enorme nos processos da nuvem. Então, por que não levo essa nuvem até a borda de um posto de gasolina?”, analisa Ferland.

Entretanto, os data centers são grandes, precisam de ar-condicionado, ar filtrado e são frágeis. Por isso, 98% dos dados não são processados na borda. Prometendo sanar o problema, a Lenovo desenvolveu um equipamento menor e menos frágil, que pode ser guardado, por exemplo, no escritório do gerente do posto de gasolina.

Um dos casos de uso da tecnologia é em um varejista que, na pandemia, colocou quiosques de self-checkout. Segundo Feland, 40% dos furtos acontecem ou por pessoas mal-intencionadas ou por clientes que esquecem e escanear um objeto.

Agora, com câmeras e Edge Computing, o computador é capaz de reconhecer o movimento da mão anonimamente. “O sistema simplesmente reconhece que o movimento da mão não escaneou o objeto e envia de volta uma mensagem na tela. ‘Sinto muito, acredito que você se esqueceu de escanear um objeto’. 75% das vezes, as pessoas simplesmente escanearam novamente o produto”, comemora o executivo.

Outro problema são as pessoas que juntam dois objetos, um de menor valor e um de maior valor, e escaneiam apenas o mais barato. Com visão computacional e o poder do data center, é possível reconhecer que há dois objetos um em cima do outro.

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Laura Martins

Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

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