Inteligência artificial ainda está entrando na fase dois, dizem especialistas no Google I/O 2018

As máquinas podem pensar? A resposta de hoje ainda é um retumbante não

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2:39 pm - 10 de maio de 2018
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O evento anual para desenvolvedores Google I/O contou com alguns dos principais cientistas de inteligência artificial do Google que discutiram sobre o futuro dessa tecnologia e a mensagem foi de expectativas moderadas, apesar dos lançamentos feitos para o Google Assistant.

Fei Fei Li, cientista chefe de Aprendizado de Máquina e Inteligência Artificial do Google Cloud, diz que a pergunta central para entender inteligência artificial hoje é: as máquinas podem pensar? A resposta atualmente, segundo o Google, ainda é um retumbante não.

Questionada pelo The Next Web sobre se a solução do reconhecimento de imagens pelo software era o suficiente para que acreditasse que estamos no caminho das máquinas que realmente pensarem, a especialista simplesmente disse: “Não, isso não é suficiente”.

Pelas declarações do Google, parece que não estamos nem perto da inteligência geral artificial (AGI), ou máquinas que igualam ou ultrapassam os humanos em nossa capacidade de pensar, processar, prever, examinar e aprender. Greg Corrado, outro cientista do Google e cofundador do programa Google Brain, também foi questionado se estamos perto da AGI, e sua resposta se resume ao que muitos na comunidade de software estão pensando neste momento.

“Minha sensação é: Ok, finalmente conseguimos redes neurais artificiais para reconhecer gatos, e resolvemos esse problema do reconhecimento de imagens, mas isso é apenas uma pequena lasca, uma pequena lasca, do que se passa em algo como inteligência. Nós nem sequer arranhamos a superfície. Então, para mim, é realmente um salto longe demais para imaginar que, tendo finalmente decifrado o reconhecimento de padrões após décadas de tentativas, que estaríamos então à beira da inteligência geral artificial”, argumentou Corrado, durante o evento.

Pessoas e máquinas, trabalhando juntas

Corrado lembra que, durante muito tempo, IA foi algo que não funcionou bem. Mas, agora, que está mostrando bons resultados. Isso significa que o único caminho a seguir é por meio de algoritmos de código-fonte aberto, acesso igualitário a oportunidades para conjuntos de dados de treinamento e melhores ferramentas para todos, a fim de evoluir.

“É fundamental compartilharmos o máximo possível sobre como essas coisas funcionam, não acredito que essas tecnologias devam ficar em jardins murados, em vez disso devemos desenvolver ferramentas que possam ser usadas por todos na comunidade”, afirmou.

O futuro, de acordo com os pesquisadores do Google, é um mundo onde a IA aumenta as capacidades das pessoas — pessoas e máquinas, não pessoas ou máquinas. O campo da IA ​​ainda é muito novo para prever o que acontecerá a seguir. Ao mesmo tempo, há mais de meio século de trabalho indicando que a IA é o futuro de toda nossa tecnologia.

Corrado e Li chamam isso de “fase dois”, depois de 60 anos de desenvolvimento no campo de inteligência artificial e que, mesmo após décadas, ainda estão “apenas começando” a entender esse processo.

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