IT Forum Praia do Forte: inovação precisa alimentar uma TI mais sustentável

O acelerado ritmo de transformação tecnológica pelo qual estamos passando não dá sinais de que irá desacelerar tão cedo. Por isso, é fundamental que as empresas busquem uma inovação sustentável para continuar transformando seus negócios. Esse foi o tema central da conversa ‘Sustentabilidade e Negócios‘, realizada durante o IT Forum Praia do Forte nesta semana.

“O consumo vai continuar crescendo. Estamos falando de IA generativa, que exige uma infraestrutura robusta, mas também temos empresas que têm a inovação no DNA”, ponderou Cleber Morais, presidente da AWS Brasil. “Portanto, é uma corrida. De um lado, há demandas cada vez maiores; do outro, a inovação tecnológica, que permitirá equilibrar essa equação.”

Como exemplo desse esforço, Morais destacou os projetos de reciclagem de água que a AWS promove em seus data centers, além do investimento em produção de energia sustentável. No Brasil, por exemplo, a companhia opera o Complexo Eólico do Seridó, no Rio Grande do Norte, com capacidade instalada de 49,5 MW, o que deverá gerar 255 GWh/ano de energia limpa.

A Atos, empresa de transformação digital e serviços de TI, também adota essa estratégia. Em sua divisão de supercomputadores, a companhia estuda o uso de hidrogênio líquido como fonte de energia limpa para alimentar essas máquinas, compartilhou Nelson Campelo, CEO da Atos para América do Sul.  “A interseção entre tecnologia e sustentabilidade é extremamente necessária”, afirmou. “É uma corrida que precisamos acompanhar diariamente, investindo em pesquisa e desenvolvimento para trazer inovação ao mercado e garantir que, no final, tenhamos equilíbrio.”

IT Forum Praia do Forte: capacidade da IA é superestimada, dizem líderes

Roberto de Carvalho, vice-presidente da Dynatrace para a América do Sul, concordou com o ponto levantado pelos líderes da AWS, mas também chamou a atenção para a importância de práticas sustentáveis dentro da TI. Segundo o executivo, não é apenas a infraestrutura que precisa evoluir para apoiar a sustentabilidade nos negócios de tecnologia, mas todo o ecossistema.

“Às vezes, um sistema está lento ou fora do ar, e isso não tem nada a ver com a infraestrutura. Pode ser por conta de uma linha de código mal feita”, explicou Carvalho. Ele citou como exemplo o recente apagão global de TI causado por uma falha na gestão de atualização de software e destacou que a sustentabilidade é também um desafio nos processos de TI.

“Precisamos observar uma camada acima, olhando para o ecossistema de TI como um todo e para os sistemas. Podemos ter o melhor 5G do mundo, mas, se a aplicação não estiver performando bem, o 5G não fará diferença em relação ao que fazemos hoje. Essa ampliação da observabilidade, não apenas da infraestrutura, mas do que está rodando nela, é primordial’, concluiu.

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