Inteligência Artificial deve ganhar mais investimentos na América Latina, diz NTT Data
De acordo com a NTT Data, executivos estão mais conscientes e maduros em relação ao uso da tecnologia
A maioria dos líderes empresariais na América Latina prevê um aumento significativo nos investimentos em Inteligência Artificial (IA) nos negócios, identificou um novo estudo realizado pela NTT Data. A pesquisa ouviu 120 líderes no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Do total de participantes, 67,5% lideram áreas relacionadas à tecnologia e implementação de soluções, enquanto 32,5% lideram áreas de negócios.
O estudo destaca que os executivos estão mais conscientes e maduros em relação ao uso da IA. Isso porque, há dois anos, 58% das empresas reconheciam o potencial da IA. Hoje, a proporção saltou para 71% dos entrevistados. Entre os países, Colômbia e México são líderes no reconhecimento do potencial da Inteligência Artificial, com 84% e 83% respectivamente. Chile e Brasil estão acima de 67%. Entretanto, o Peru e a Argentina surgem como países que mostram alguma cautela relativa ao potencial da IA.
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Quando questionadas sobre os investimentos em inteligência artificial, o estudo mostrou que 9% das empresas pesquisadas pretendem investir entre 11% e 15% do orçamento de tecnologia em inteligência artificial e 10% das empresas, acima de 15%.
Para a maioria das empresas, a IA já é uma realidade, tendo em vista que 60% das empresas latino-americanas começaram a incorporar inteligência artificial há mais de um ano e, pouco mais de 20% começaram este ano. Dos outros 20% que ainda permanecem fora desta tendência, a maioria considera começar no próximo ano.
O estudo conclui que, em geral, a América Latina está um pouco atrasada no uso de IA: a taxa de implementação desta tecnologia na região é de 37%, ante 42% na média global.
Casos de uso de IA
Melhorar a eficiência e a qualidade das operações são grandes motivadores para 65% das empresas qua adotam a tecnologia. Segundo essas empresas, a IA pode ser usada para otimizar fluxos de trabalho, eliminar tarefas monótonas e propensas a erros, realizar tarefas de análise em grande escala e impactar na tomada de decisão. Já 62% das empresas consultadas acreditam que a IA pode enriquecer a experiência e aumentar o nível de satisfação dos clientes e consumidores.
Ainda 60% das empresas ouvidas estão utilizando a IA para procurar soluções personalizadas que se ajustem aos seus desafios e objetivos. No entanto, 25% ainda valorizam e adotam soluções pré-desenvolvidas de terceiros devido à sua rápida implementação e eficácia comprovada.
IA no mercado de trabalho
O estudo da NTT Data conclui que, pelo menos por enquanto, a inteligência artificial não está tirando empregos de humanos. “Até agora, o receio de que algumas pessoas fiquem desempregadas quando substituídas pela Inteligência Artificial não se materializa. A pesquisa mostra que 73% das empresas não sofreram nenhum impacto significativo em seus quadros de colaboradores, enquanto 24% reconhecem que alguns cargos foram afetados, mas as pessoas envolvidas foram realocadas para outras atividades”, aponta a NTT.
Para dar conta dos impactos do avanço da tecnologia na mão de obra, cerca 28% dos entrevistados afirmam que sua empresa está adquirindo habilidades e talento necessários para implementar a IA por meio de programas de treinamentos internos; 27% optaram por contratar profissionais especializado em IA; e 25% estão terceirizando para empresas ou consultorias especializadas na tecnologia.
O estudo mostrou que 67% das empresas que implementam IA estão colaborando com universidades e/ou instituições acadêmicas para formação e contratação de talentos em IA.
Entretanto, a falta de talento especializado em IA se mostra como um dos grandes desafios para implementação da IA, com 20% das empresas se queixando sobre a questão, já 12% apontam custos associados à implementação e manutenção da IA com os principais obstáculos.
A pesquisa ainda destaca que a falta de conhecimento sobre os benefícios potenciais da IA e a resistência à mudança dentro da organização, são desafios para 11% dos entrevistados, enquanto as preocupações éticas e de privacidade aparecem timidamente com 6%.
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