Humanos sintéticos, agentes, IA e outros: 5 tendências da Globant para 2025

Globant inaugurou novo espaço para cocriação e demonstração de projetos de inovação em São Paulo

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10:15 am - 05 de dezembro de 2024
Imagem: Shutterstock

A multinacional de tecnologia Globant lançou nesta quarta-feira (4) seu Relatório de Tendências Tecnológicas de 2025. O levantamento enumera cinco tecnologias que deverão moldar o próximo ano, impactando os negócios de empresas e a vida cotidiana das pessoas.

“À medida que nos aproximamos de 2025, o ambiente tecnológico está preparado para mudanças revolucionárias que irão remodelar fundamentalmente nosso mundo”, disse Diego Tártara, Chief Technology Officer (CTO) da Globant. “Embora previsões fascinantes possam, às vezes, nos distrair, o relatório de Tendências Tecnológicas da Globant traduz os empolgantes avanços que estão por vir. Ele destaca as tendências críticas que devem aprimorar nossa experiência com a tecnologia e aprofundar nossas conexões, enfatizando o poder transformador da inovação”, completa.

Computação quântica

O mercado global de Computação Quântica deve disparar de US$412 milhões em 2020 para US$8,6 bilhões até 2027, estima a estatista. Na aposta da Globant, a tecnologia está rapidamente evoluindo além dos limites clássicos e deverá, a partir do próximo ano, permitir saltos tecnológicos e de inovação digital.

A tecnologia, diz a empresa, está pronta para não apenas abrir novas fronteiras em inteligência artificial (IA) e criptografia, mas também para introduzir uma internet quântica com comunicação global segura e instantânea. Há, no entanto, desafios.

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“Ainda hoje, a tecnologia é instável. Um computador quântico, para funcionar, precisa estar dentro de um líquido, em temperaturas abaixo de zero e sem qualquer vibração ou movimento. Todo o investimento de grandes empresas como IBM, Microsoft e AWS está em estabilizar o processamento massivo de um computador quântico”, diz Kefreen Batista, diretor de Tecnologia da Globant, durante uma conversa com a imprensa nesta quarta-feira (04).

Humanos sintéticos

Entidades digitais agora oferecem aparências, emoções e comportamentos realistas, os “humanos sintéticos” devem promover interações mais genuínas em setores como atendimento ao cliente, educação e saúde no futuro próximo. Na avaliação da Globant, essas soluções aprimoram as experiências dos usuários por meio de comunicação personalizada e empática.

Para Batista, um dos exemplos de aplicação desta tecnologia poderia ser um processo de migração de ERP de uma empresa, que exige um investimento intenso de horas em capacitação de pessoal. “Você pode gerar vários agentes sintéticos que são especialistas para treinar as pessoas de forma simples, sem limitação de horário e a um baixo custo”, afirma.

Agentes de IA

Segundo a Globant, os agentes de IA podem ser considerados o novo ‘santo graal’ da indústria de tecnologia. A tecnologia promete revolucionar o cenário da IA ao ir além de sistemas isolados, se tornando uma estrutura dinâmica de múltiplos agentes que funciona como uma equipe de especialistas.

Esses agentes, ampliados por humanos, devem impactar todo o ciclo de vida de desenvolvimento de software , incluindo prototipagem de backend, design de aplicativos e testes, entre outras funções, para aumentar a eficiência ao resolver tarefas de forma autônoma. “Um ecossistema de agentes significa capacitar um conhecimento de inteligência artificial com tanta profundidade que você cria uma rede que escuta a si própria”, explica Batista. “Com isso você cria capacidades para mitigar alucinações”.

Robótica

Para a Globant, a robótica está à beira de uma “transformação monumental”, impulsionada, em especial, por avanços em IA e integrações de IoT. “Agora, temos uma capacidade mental de aprendizado por repetição”, pontua o diretor de Tecnologia. Projeções do UBS Group estimam que o mercado de robótica deve crescer de US$262 bilhões em 2023 para US$346 bilhões até 2025.

Robôs inteligentes devem evoluir com mais autonomia e capacidades semelhantes às humanas, enquanto robôs domésticos acessíveis se tornarão mais comuns. Essa era de “Internet da Robótica” e “Operações de Robótica” irá redefinir eficiência e conectividade, diz a empresa, tornando os robôs uma parte integrante da vida diária e das operações comerciais.

Experiências invisíveis

Por fim, a Globant vê o avanço da integração da IA de forma “invisível” em nossas vidas em 2025, tornando-se uma companheira onipresente e empática, em vez de apenas uma ferramenta.

Na avaliação da empresa, óculos inteligentes podem liderar a revolução destas experiências invisíveis, evoluindo de dispositivos eletrônicos volumosos para acessórios elegantes e de alta tecnologia. “Esse é o estado da arte da tecnologia: você esquecer que ela existe”, avalia Kefreen Batista.

Projetos de inovação para crescer no Brasil

A Globant chega ao final do ano com perspectivas otimistas para suas operações no Brasil. No ano passado, a companhia alcançou US$ 2,1 bilhões em receitas globais, um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. Nos nove primeiros meses de 2024, o resultado acumulado já foi de US$ 1,77 bilhão. O Brasil representa hoje 22% do negócio da companhia na América Latina, que é a segunda principal região do mundo para a organização.

Ao longo deste ano, a empresa buscou expandir sua atuação no país em projetos de “transformação” de negócios, em linha com a estratégia global. “Nós crescemos com nossas parcerias com Google, Salesforce, SAP, Oracle, Amazon e outras, mas também começamos a trabalhar projetos que são inovadores, de transformação digital, incluindo o uso de inteligência artificial”, disse Carlos Morais, diretor-executivo da Globant no Brasil.

Uma das apostas da companhia para expandir essa atuação é o chamado “Playground” – espaço de experiências imersivas que está localizado no escritório da empresa em São Paulo. Além de um ambiente para cocriação com clientes, o local é desenhado para demonstrar projetos desenvolvidos pela empresa junto a parceiros como a FIFA e a Fórmula 1, incluindo demos de iniciativas que empregam avatares e agentes de IA, realidade aumentada e virtual, e sensores.

Sobre as principais tendências que devem impactar o mercado brasileiro no próximo ano, Morais vê o avanço dos agentes de IA como chave. “Quando as empresas começarem a entender como os agentes ajudam, como ligá-los para conversarem entre si, diminuindo alucinações, elas vão implementá-los de maneira muito rápida. Não são projetos longos”, explica.

A própria Globant é exemplo disso. Para acelerar suas entregas para os clientes, a companhia tem adotado ferramentas internas de Inteligência Artificial como o chamado “Code Fixer”, agente de IA de revisão de código que tem apoiado programadores. “A inteligência artificial é muito mais rápida para entender um código que foi elaborado por um programador”, conta.

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Rafael Romer

Rafael Romer é repórter do IT Forum. É bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Tem mais de 12 anos de experiência na cobertura dos segmentos de TI, tecnologia e games, com passagens pelo Olhar Digital, Canaltech, Omelete Company, Trip Editora e IG.

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