Com plataforma, Google quer mais ‘presença online’ de pequenos varejistas

Plataforma construída com a Napp tem foco inicial em farmácias e promete automatizar entrada de pequenos varejos físicos no Google

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3:11 pm - 18 de maio de 2023
Newton Neto, diretor global de parcerias para a América Latina do Google. Foto: Divulgação

Colocar pequenos e micro varejos físicos com baixa maturidade digital em suas plataformas de maneira fácil, sem fricção e gratuitamente: essa é a promessa do Google com a Plataforma Napp, anunciada nessa quinta-feira (18) em São Paulo em coletiva de imprensa. O lançamento foi construído em parceria com a Napp Solutions, desenvolvedora com sede em Leme (SP) especializada em integração de sistemas para o varejo.

O objetivo primário da plataforma é oferecer “presença online” para pequenos e médios negócios, mas com foco particular nos microempresários – embora o próprio Google não use essa terminologia – e começando por farmácias. A plataforma já está disponível e promete que as empresas cadastradas ganhem um website, além de acesso a suíte de aplicativos que inclui presença na Busca e no Mapas, entrada no Google Shopping, acesso ao Google Ads e uso do Business Messages.

A ferramenta traz dicas de negócios e de promoção de anúncios, monitoramento de vendas e comparação concorrencial de acordo com a geografia, conteúdo educacional e automação de controle de estoque, e conta inclusive com capacidades analíticas. Os dados usados nessas ferramentas são anonimizados, segundo as duas empresas.

O modelo de negócios é baseado na gratuidade para os usuários, e a expectativa de geração de receitas repousa sobre o uso do Ads, ou seja, de que esses pequenos comerciantes façam campanhas assim que se familiarizarem com as ferramentas. A remuneração da Napp vem do Google, mas o modelo de pagamento do parceiro não foi revelado.

“Quando a gente coloca um esforço de digitalização em determinado setor, ao longo do tempo eles usam o produto de publicidade, quando veem o retorno do investimento”, explicou Newton Neto, diretor global de parcerias para a América Latina do Google, durante a coletiva. “No caso dos pequenos negócios queríamos não ter fricção e gerar impacto econômico que, ao longo do tempo, aumenta a base de clientes dos nossos produtos de publicidade.”

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Segundo o Google, o desenvolvimento da plataforma voltada à presença digital dos pequenos negócios tem como mote a importância do setor para o País. Neto apresentou alguns números: o Google conectou, por mês, no ano de 2022, 396 milhões de vezes empresas e consumidores, ou 11 milhões de empresas naquele ano. Além disso, as PMEs respondem por 30% do PIB e 50% dos empregos formais, além de representarem 90% dos novos empreendimentos.

“[O Google] é uma ferramenta importante na promoção da economia digital do País. Mas eles [os pequenos negócios] ainda estão no começo da jornada de transformação digital”, ponderou o executivo.

A nova plataforma, que foi explicada em detalhes por Bruno Zenatte, sócio e COO da Napp Solutions, teve desenvolvimento conjunto, inclusive com participação de funcionários do Google de outras partes do planeta – a ideia é que a Plataforma Napp sirva de case global, caso bem-sucedida.

“Objetivo era tornar tudo fácil, porque estamos falando de um cara [o varejista] com várias tarefas no dia, ele não é só um vendedor. Ele faz a gestão de um negócio que é pequeno, mas tem várias tarefas, e mais uma não era viável”, explicou Zenatte. “Tínhamos o desafio tecnológico de trazer vida para o estoque do varejista. Ser encontrado não só pelo nome da loja, mas por qualquer produto que o consumidor precise.”

Google, como funciona?

Para o executivo, a grande vantagem oferecida pela plataforma é a facilidade com que o lojista cadastra e controla o próprio estoque, muito baseado em dados de medicamentos acumulados pela Napp ao longo dos anos. Assim, o esforço de cadastramento do lojista é mínimo, promete o COO.

Segundo o sócio da Napp, no primeiro momento as farmácias estão sendo buscadas ativamente pela empresa e sua rede de parceiros, ou “software houses”, como foram chamadas. Elas são cadastradas na plataforma se demonstrarem interesse e recebem, à distância, instruções para instalações e preenchimento de cadastros.

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“Farmácia não tem que botar a mão em nada”, garante Zenatte.

Para estabelecimentos um pouco mais avançados na transformação digital, a plataforma promete integração com alguns marketplaces de mercado – foram citados VTEX e Nuvemshop –, além de sistemas de gestão.

Até agora são 12 mil farmácias cadastradas e um longo caminho pela frente para um universo de 84 mil operando no Brasil atualmente. O time de prospecção tem atualmente 60 pessoas se conectando a pouco mais de 100 farmácias por dia, o que é suficiente “para alcançar o Brasil inteiro”, segundo o COO.

Nem Google nem Napp prometem que a plataforma chegará a outros setores além do farmacêutico antes de 2024. Também não dizem que setores seriam esses, mas justificam que as farmácias foram escolhidas inicialmente por ser pouco digitalizado, principalmente quando se olha para estabelecimentos familiares ou redes regionais.

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Marcelo Gimenes Vieira

Editor do IT Forum. Jornalista com 12 anos de experiência nos setores de TI, telecomunicações e saúde, sempre com um viés de negócios e inovação.

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