Google lança no Brasil iniciativa para fomentar diversidade no Venture Capital
Primeira ação da iniciativa, guia visa orientar VCs a fazerem perguntas em profundidade que ajudem a entender como startups aplicam a diversidade
O Google anunciou a chegada de seu programa voltado para fundos de Venture Capital, o DEI Fuel kit, no Brasil, com foco em ampliar a diversidade do setor. A iniciativa já existia em outras regiões e, agora, passa a ser adaptada para a realidade brasileira.
A primeira ação do programa é o Guia para Diálogo sobre Diversidade, Equidade e Inclusão, que busca orientar profissionais de VCs a fazer perguntas em profundidade que ajudem a entender como startups aplicam os valores de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) na sua empresa e que estimulem a presença de mais diversidade nos negócios em geral.
“Ainda existe muita homogeneidade no ecossistema de inovação, seja entre fundadores ou tomadores de decisão, como os sócios de Venture Capital. Por causa disso, entendemos que precisam existir esforços para que esse mercado se pareça, cada dia mais, com a nossa sociedade. Por isso, lançamos esse DEI Fuel Kit, com o propósito de fomentar ainda mais as discussões já existentes e fazer com que o tema de Diversidade, Equidade e Inclusão tenha um impacto real e positivo nesse setor”, explica André Barrence, diretor do Google for Startups na América Latina.
Diversidade: um desafio a ser superado na América Latina
De acordo com o relatório “Equidade Latam”, elaborado pelo Diversity VC e com o apoio do Google for Startups, menos de 10% dos ativos financeiros na América Latina são investidos em negócios cujo fundador pertence a algum grupo minorizado. O número contrasta quando aponta que 57% da população latino-americana é formada por pessoas indígenas ou seus descendentes, com apenas 35% se identificando como branco ou europeu.
Quando analisado o perfil dos sócios dos fundos de capital entrevistados em toda a América Latina, 66% se identificam como brancos, europeus ou descendentes de europeus. No contexto brasileiro, por exemplo, apesar das pessoas negras constituírem mais da metade da população, é notório que essa realidade não se reflete em acesso a todas as esferas da sociedade.
O relatório aponta também que, comparado à média dos fundos latino-americanos, os investimentos nesses fundos se concentram mais em empresas em estágio inicial. Além disso, apenas 36% dos fundos entrevistados pelo relatório do Diversity VC dizem investir em iniciativas de mulheres — em um cenário reconhecido por ser desafiador para mulheres alcançarem posições de liderança e senioridade.
Black Founders Fund
O Google tem mantido outras iniciativas que visam aumentar a diversidade no cenário de inovação. Desde 2020, o Google for Startups tem operado o Black Founders Fund, que investe recursos financeiros, sem contrapartida ou participação societária, em empresas fundadas e/ou lideradas por pessoas negras. No Brasil, 56 startups já foram apoiadas pelo fundo e as inscrições seguem abertas para a seleção de novos negócios que serão anunciados em 2024.
Outra iniciativa é uma parceria com o Instituto Vamo Que Vamo, que viabiliza bolsas de estudos para a formação de desenvolvedores negros, com o objetivo de ajudar a suprir a escassez de profissionais de tecnologia no mercado e oferecer oportunidades específicas para pessoas negras.
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