É hora de ouvir a Geração Z sobre o que fazemos hoje para construir a economia do amanhã
Nova geração representará a maior proporção da força de trabalho global em 2025
Engana-se quem pensa que a Geração Z representa somente o futuro da economia. Nascidos entre 1997 e 2012, os indivíduos desse grupo devem representar a maior proporção da força de trabalho global já em 2025. Portanto, é fundamental ouvir as preocupações e anseios desses jovens hoje para começar a construir economias mais resilientes e que deem conta dos desafios que se colocam para governos e sociedades.
Para entendê-los melhor, a Dell Technologies realizou, entre julho e agosto de 2022, a pesquisa “Future Proof” com 15 mil adultos de 18 a 26 anos em todo o mundo, incluindo o Brasil. O estudo mediu os sentimentos da Geração Z em relação a tópicos como prioridades de investimento, assistência médica e habilidades digitais. A constatação é animadora: nossos jovens desejam construir países e economias mais sustentáveis e que usem os avanços tecnológicos a favor do meio ambiente, saúde e educação. A seguir compartilho alguns achados:
1 – A economia verde é uma prioridade
A Geração Z é uma das que mais enfrentará os impactos das mudanças climáticas, mas seus membros apontam para um futuro de maior responsabilidade. Quase metade dos jovens (47%) dessa faixa defendem que os investimentos em uma estratégia de longo prazo que aborde sustentabilidade ambiental devem ser uma prioridade para a economia e seus países. Ou seja, modelos de crescimento a qualquer custo precisam ser superados.
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Além de ecologicamente responsáveis, os jovens dessa geração também acreditam mais na tecnologia como uma aliada para o planeta. Quase dois terços dos entrevistados pensam que as soluções tecnológicas devem desempenhar um papel central contra as mudanças climáticas. Os caminhos vão desde processos de fabricação mais sustentáveis a iniciativas como o Solar Community Hub, que leva conectividade e serviços a lugares remotos do mundo e ajudam em desafios como o monitoramento do desmatamento na Floresta Amazônica, por exemplo.
Olhando para o Brasil, especificamente, nossos jovens são especialmente preocupados com um futuro mais sustentável. Em nossa pesquisa, metade da Geração Z brasileira (50%) apontou que o governo deve priorizar investimentos na promoção de uma economia circular, que faça melhor uso de recursos naturais e dê preferência a insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis. Além disso, a Geração Z no Brasil é uma das que mais defende investimentos em energias sustentáveis (47%), transporte público sustentável (40%), educação ambiental (33%) e a criação de legislações para práticas comerciais mais amigáveis ao meio ambiente (20%).
2 – Educação: é preciso olhar para as carreiras do amanhã
Nascidos em uma época em que a tecnologia passou a fazer parte indispensável da nossa vida, a Geração Z demonstra um grande anseio por aprender habilidades digitais que lhe ajudem a se preparar para as profissões do futuro. Cerca de três a cada quatro (76%) respondentes à nossa pesquisa afirmam que o aprendizado de novas habilidades digitais é essencial para garantir uma carreira bem-sucedida.
Essa preocupação é totalmente compreensível: esses jovens estão chegando ao mercado de trabalho em meio a efervescência de tecnologias como a inteligência artificial generativa e com serviços e comércios sendo cada vez mais ofertados por meio das plataformas digitais. Para eles, contudo, essa questão deve ser enfrentada de maneira colaborativa, com mais de um terço (38%) recomendando uma resposta conjunta de governos, legisladores e provedores de educação para preencher essas lacunas de habilidades digitais.
3 – Saúde: soluções digitais para melhorar o acesso
A pandemia de COVID-19 lançou holofotes sobre os sistemas de saúde de todo o mundo e acelerou o lançamento de soluções digitais para suprir a suspensão dos atendimentos presenciais. Na próxima década, a previsão é que a indústria global de telessaúde tenha um crescimento exponencial, podendo atingir mais de 800 bilhões globalmente. A Geração Z, no entanto, está bastante preocupada com o futuro da saúde e defende que é preciso fazer mais.
No Brasil, mais da metade dos jovens (57%) apontam a melhoria dos serviços de saúde como uma das suas três principais prioridades para gastos de recuperação entre agora e 2025. Entre as principais preocupações, 20% dos jovens se queixam sobre o tempo de espera para marcar uma consulta médica e 23% reclamam da qualidade do serviço como um todo. Ou seja, governos e iniciativa privada devem buscar soluções que entreguem melhor eficiência e atendimento para jovens que são nativos digitais e cada vez mais exigentes.
Em resumo, vemos uma geração em que o bem coletivo é cada vez mais importante e que a responsabilidade ambiental não é mais algo opcional. A geração Z assume suas responsabilidades e quer começar a construir hoje um futuro com oportunidades mais igualitárias. Cabe às empresas e governos abrirem suas portas e começarem a ouvir atentamente que o amanhã podemos começar a construir conjuntamente hoje.
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