Facebook permitiu gastos de crianças em games, segundo documentos

De acordo com Center for Investigative Reporting, rede social chamava casos de "fraudes amigáveis" e recusou solução interna para diminuir problema

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5:00 pm - 29 de janeiro de 2019

O Facebook fechou um acordo em um processo que acusava a rede social de permitir que crianças fizessem grandes compras em games na plataforma com os cartões de crédito dos seus pais, segundo uma nova reportagem The Guardian.

As informações foram reveladas pelo site especializado Center for Investigative Reporting, dos EUA, que teve acesso a documentos até então selados sobre a ação coletiva em questão, de 2012, que indicam que esses casos eram descritos como “fraudes amigáveis” (“friendly fraud”) pela empresa de Mark Zuckerberg.

Esses papeis mostram também que funcionários do Facebook chegaram a falar sobre o que fazer com esses usuários mirins que gastavam altos valores em jogos na rede social – chamados de “baleias” (“whales”) – antes de recusar reembolsos aos pais das crianças, segundo o jornal britânico.

Vale notar que um funcionário encarregado de um projeto para ampliar a receita da companhia com jogos destaca ainda que o problema era especialmente ruim com jogos como PetVille, Happy Aquarium, Wild Ones, Barn Buddy e “qualquer título Ninja”.

Conforme o The Guardian, não ficava frequentemente claro para as crianças que as vantagens no jogo oferecidas pelos games citados custavam dinheiro de verdade para os seus pais.

Além disso, aponta o site, o Facebook teria se recusado a implementar uma solução desenvolvida por um grupo de funcionários que tinha o objetivo de reduzir esses gastos, ao exigir que as crianças inserissem algumas informações dos cartões dos pais antes de conseguirem realizar compras em games.

Facebook

Em um comunicado enviado ao The Guardian, o Facebook aponta que liberou os documentos citados acima de forma voluntária após um pedido do Center for Investigative Reporting e destacou que atualizou recentemente os seus termos relacionados a compras feitas por menores de idade.

“Fomos contatados pelo Center for Investigative Reporting no ano passado, e abrimos voluntariamente documentos relacionados a um caso de 2012 sobre as nossas políticas para compras dentro dos apps que os pais acreditavam que tinham sido feitas de maneira errada pelos seus filhos menores. Agora liberamos documentos adicionais conforme instruído pelo tribunal. O Facebook trabalha com pais e especialistas para oferecer ferramentas para as famílias navegando pelo Facebook e pela web. Como parte deste trabalho, examinamos rotineiramente as nossas próprias práticas, e em 2016 concordamos em atualizar os nossos termos e fornecer recursos dedicados para pedidos de reembolsos relacionados a compras feitas por menores de idade no Facebook”, afirmou um porta-voz da rede social ao jornal britânico.

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