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Empresas precisam reconstruir suas plataformas de BI e analytics, afirma Gartner

CIOs e especialistas debruçados em ferramentas analíticas estão passando metade do tempo no mundo tradicional e a outra metade no mundo emergente. Na visão do Gartner, a ascensão da economia digital, exige das organizações um processo de reconstrução de suas plataformas de BI e analytics. A consultoria afirma que esses profissionais precisam achar formas de “superar a fronteira analítica”, dentro de um conceito de TI bimodal.

Para a companhia, a abordagem de sistema único de business intelligence fracassou. “O Excel está por todo lado. A equipe de BI continua não dando resposta”, resume João Tapadinhas, diretor de pesquisas da consultoria, dizendo que isso faz com que usuários das áreas de negócio busquem recursos que atendam a suas demandas, criando zonas de sombra tecnológica dentro das organizações.

Essas áreas usuárias avançam em suas capacidades de exploração de dados até chegar a um nivel que as planilhas não são mais suficientes, e então compram ferramentas como Tableau e Qlik, pois os times de BI as não atendem. Na sua visão, ferramentas mais sofisticadas não trazem um problema novo às companhias, mas adicionam a capacidade de gerenciar uma dificuldade que antes não era possível aos gestores. “O primeiro ponto para isso é criar um ambiente de colaboração”, afirma.

O especialista propõe uma abordagem em níveis para endereçar uma solução à situação. Isso passa por dar autonomia aos usuários para que, no futuro, seja possível estabelecer um laboratório de data science dentro da empresa. 

Donald Feinberg, vice-presidente de pesquisa do Gartner, observa que o mercado de ferramentas está mudando mais rápido que as pessoas esperam. “As opções de DBMS (sistemas de gestão de bancos de dados, na sigla em inglês) crescem rapidamente. Há seis anos, havia seis players e, hoje, no Brasil, já tem Hortonworks e Cloudera atuando e há a expectativa da chegada de vendors de NoSQL, como Mongo”, cita.

O especialista menciona que isso adiciona complexidade à decisão sobre qual caminho seguir, especialmente com o advento de cloud e soluções in-memory. “Começaremos a ver um ambiente cada vez maior de startups vindo mais cedo para cá do que vieram no passado. Coisas andarão mais rápido mundialmente”, comenta.

Caminho a seguir

“Líderes de TI e de Analytics não devem cair na armadilha de tentar equilibrar exigências opostas, ou de escolher entre elas. Em ambos os casos, perderão, independentemente da escolha que fizerem ou do equilíbrio que obtiverem. Ao invés disso, eles devem procurar maneiras de abordar ambos os lados do problema por meio de um processo de síntese”, afirma Frank Buytendijk, vice-presidente de pesquisas do Gartner.

O analista observa que resolver um dilema exige um pensamento de soma de variáveis. “Não é um equilíbrio ou uma escolha entre duas opções, mas a fusão de elementos e a formação de um novo todo”, acredita, citando três dilemas-chave que são vivenciados quando o assunto é BI.

Modelos centralizados versus descentralizados – De acordo com o Gartner, muitos líderes de TI e de Analytics estão se esforçando para encontrar o equilíbrio correto entre modelos organizacionais centralizados e descentralizados. Tradicionalmente, o trabalho é feito por uma única equipe de BI, com o armazenamento de dados empresariais responsáveis por toda a integração de informações, e relatórios da organização criados para garantir uma “única versão da verdade”.

A consultoria aponta, no entanto, que esta consistência também pode criar um gargalo. “Os usuários comerciais agora exigem um recursos descentralizado, em que indivíduos e grupos de trabalho possam integrar, analisar e relatar seus próprios dados”, lista. O desafio passa a ser uma questão de como permitir uma abordagem descentralizada, mas sem sacrificar a consistência e a integridade das informações.

Certezas existentes versus novas oportunidades – Executivos de tecnologia estão se esforçando para escolher entre a certeza e a necessidade de completar o registro dos casos de uso atuais e as oportunidades inovadoras oferecidas pelo negócio digital – mas com altos níveis de risco e incerteza. Casos de negócio incertos com novas tecnologias geram resultados arriscados, mas também oportunidades imensas.

A abordagem tradicional é concebida tendo em vista a certeza. Muitas organizações ainda têm um registro de trabalho de BI que cobre facilmente três anos ou mais, e sempre haverá uma necessidade de relatórios de gestão padrão e informações integradas. Ao mesmo tempo, existe a ameaça de que o desempenho comercial e o retorno em iniciativas de BI se reduzam lentamente, se não houver inovação.

Proteger dados versus compartilhá-los – Segundo o Gartner, inércia, mudanças e resistência humana ao novo estão reduzindo a capacidade das empresas de obter mais de seus dados. Carreiras foram construídas em torno da proteção de dados, ao invés de compartilhá-los livremente, mas os novos modelos comerciais dizem respeito ao compartilhamento de informações.

“No mundo do comércio digital, a informação se tornou o principal recurso de organizações em localidades e setores diferentes. Na maioria dos casos, a informação é o fluxo primário, seguido de bens e serviços e do fator financeiro”, pondera a consultoria, reforçando a visão de que a tecnologia se torna parte dos produtos e serviços de uma empresa.

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