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É possível ter internet das coisas sem internet?

Mais do que o fator segurança e privacidade – e a preocupação por parte dos usuários de ter dados armazenados em servidores de empresas, a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) apresenta outra questão: por precisar da internet para funcionar, o que acontece quando a conexão cai? Será que ela é mesmo necessária?
Para responder essa questão, é preciso entender como os dispositivos IoT funcionam e o por quê de fabricantes de dependerem de uma conexão com a internet e serviços em cloud.
Quem faz essa reflexão é Daniel Myers, colunista para o TechCrunch. Como fundador da Flair, uma companhia de dispositivos para controle de temperatura, há algumas fontes de dados críticos para o funcionamento da sua operação: humanos, seus ecossistemas (ambientes indoor e outdoor) e concessionárias de energia.
Para manter um ambiente com o clima agradável (considerando temperatura e umidade do ar, por exemplo), é preciso de sensores para o fornecimento de dados sobre o ambiente, não somente clima, mas outras informações que possam dar um panorama geral do que está acontecendo. Também há dados externos sobre condições climáticas observadas por terceiros, bem como taxas de eletricidade e gás.
Smartphones também são necessários para fornecer localização e outros dados provenientes do acelerômetro ou, em alguns casos, do microfone – há dispositivos inteligentes, por exemplo, que sabem a hora que a pessoa está se aproximando de casa e controla automaticamente o clima para poder deixar o ambiente agradável em um dia frio, por exemplo.
Além disso, equilibrar a diferença do interior com a do exterior de um local implica em gastos de energia e, por que essa energia está sujeita a oferta e demanda, usá-la de forma inteligente significa entender seu preço em um determinado momento, conta Myers.
Com tudo isso de dados, você provavelmente não irá querer investir em um servidor próprio para armazená-los em casa. Fora a parte de processamento. Como explica o executivo com relação a situação acima, “algo precisa pegar a sua localização do GPS físico, entender como ele se relaciona com a localização da sua residência e traduzir isso em quanto tempo irá levar para você voltar se sair nesse exato momento. Ele [o dispositivo] precisa combinar isso com informações sobre o tempo que leva deixar o apartamento confortável em diferentes condições climáticas e, em seguida, ajustar o ponto de ajuste em conformidade”, diz.
E o cenário fica ainda mais complexo quando adicionados outros dados como luz ambiente e outras amenidades – o que implica aplicações para cada equipamento que você quiser controlar em casa.
Com relação a dispositivos conversando uns com os outros, será que faz sentido cada um ter um chip Wi-Fi exclusivo ou será que é mais fácil funcionar por meio de um gateway? “Com base no número crescente de ‘padrões’ e requerimentos como alcance e taxa de dados, é evidente que, provavelmente, não haverá qualquer tipo de convergência topológica para IoT. Isto porque, em alguns casos, um dispositivo precisa simplesmente relatar sua proximidade com um telefone, ou porque um dispositivo que opera em um ambiente RF desafiador luta com rádio-frequências mais elevadas e não são a seleção técnica ideal”, afirma Meyers.
Na visão dele, em muitos casos, uma porta de entrada e uma variedade de sensores faz todo o sentido. Mas, a menos que o gateway suporte uma ampla variedade de protocolos, é dificil vender para um fabricante um dispositivo desses, sendo que ele pode comprar chips de Wi-Fi por um dólar e produzir sua própria porta de entrada.
O que tudo isso significa? Fabricantes irão preferir sempre integrações HTTP em vez de oferecer soluções “intranet of things”, como afirma o executivo. Basicamente, no final das contas, a internet das coisas não irá existir sem internet.

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