Do byte ao business: como os líderes estão aplicando dados no negócio
As oportunidades de uso são inúmeras, mas o negócio precisa se preparar de forma prévia para navegar pelo mar de dados
O setor de Analytcs e Big Data, que sempre foi um dos principais focos dos executivos de tecnologia da informação, teve sua importância ainda mais ressaltava por conta das necessidades e desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
No ebook Transformação Acelerada, que apresenta alguns resultados prévios do estudo Antes da TI (que será disponibilizado em breve pela IT Mídia), os CIOs que participaram da pesquisa informaram que a divisão de análise de dados e big data teve sua relevância aumentada em mais de 51,20%, por conta das possibilidades de informação que podem ser geradas a partir do uso dessas ferramentas.
E como as empresas estão usando os inúmeros bytes armazenados em seus servidores para gerar competitividade no negócio? Esse foi o tema de um dos painéis ocorridos durante o IT Forum@home.
Os CIOs André Costa (CCR), Lúcia Almeida (C&C Casa e Construção) e Luciano Faustinoni (IBM) estiveram presentes no painel Talk data to me: a linguagem dos dados nunca foi tão relevante para falar sobre como esse trabalho é realizado “dentro de casa” e compartilhar aprendizados para quem também se encontra nesse processo.
Pensamento no consumidor e foco no negócio
O processamento e mineração de dados é um fator de grande importância dentro da CCR, visto que a empresa lida com diferentes modais de grande porte, como rodovias, barcas e aeroportos. Ter uma base organizada permitiu à empresa, por exemplo, auxiliar o público caminhoneiro a ter mais segurança e conforto durante o período de distanciamento social.
“Tivemos que buscar parcerias dentro do ecossistema da CCR para garantir a melhor informação para o caminhoneiro”, afirma Costa, explicando que o trabalho em equipe permitiu à esse público acessar com antecedência informações como os postos que estão abertos, evitando contratempos e maior cansaço.
Já na C&C, está em um esforço para aumentar a eficiência e convergência dos seus serviços de omnichannel enxergou o momento para aumentar essa integração partindo da base física para as plataformas digitais: “Recentemente o pessoal de loja está entrando bastante essa camada do digital, implementando as vendas remotas e expandindo os projetos. Essa integração surpreendeu bastante porque a gente teve uma aceitação muito fácil, a interação entre digital e a loja foi muito forte”, comenta Almeida
CIO da IBM para a América Latina, Faustinoni apresentou o desafio vivido atualmente pela própria companhia: implementar todas as bases de dados para, em um futuro não muito distante, criar um sistema ao estilo self-service, no qual o colaborador não precise da ajuda da equipe de TI.
E a tarefa é tão grande quanto você imagina: “Para você ter uma ideia, a gente mapeou 70 mil tipos de reports de diferentes informações e fontes que provem informação dentro da empresa”. E, mesmo tendo à mão recursos como o conhecido sistema Watson, o trabalho para deixar essa montanha de dados tratáveis consome boa parte da rotina da equipe: “63% do tempo dessas pessoas envolvidas nesse processo de consolidação está fazendo um trabalho manual, ao invés de gerar insight e inteligência”.
E todo esse empreendimento tem um único objetivo: trazer insights que impactem de forma significativa o objetivo de negócio da empresa. “A gente acredita que os dados funcionam como combustível, a nuvem é plataforma, a IA acelera e o fundamental é o outcome, a inteligência que isso pode prover para você para ter valor de negócio”.
Arrumando a casa e trabalhando em equipe
E como é possível aplicar essa filosofia dentro da empresa? Faustinoni ressalta que estratégia alguma resultará em êxito se a companhia não contar com a base ferramental para executar o que deseja. “Se você não construir uma arquitetura que permita automação, desenvolver esteira de desenvolvimento automatizado, e implementar ferramentas que automatizem a análise de dados, isso pode tomar muito tempo.”
Costa, da CCR, também acredita que o primeiro passo é entender no detalhe a estrutura técnica que a empresa dispõe “Você precisa conhecer se o parque tem legado, se existe duplicidade de informações e como esses dados se conversam. Você tem que começar pela fundação para ter clareza e verificar onde existem oportunidades de otimização e integração.”
Tendo a parte técnica resolvida, é importante considerar que a entrada no conceito de dados precisa envolver toda a empresa, caso contrário ela acabará existindo apenas em algumas “panelinhas” da organização.
Para iniciar esse processo de digitalização corporativa, Almeida sugere focar em três aspectos: necessidade, velocidade e simplicidade. “Quando mais necessária for aquela implementação para toda a empresa, mais engajamento o projeto terá e toda a companhia vai entrar nesse movimento para acelerar esses projetos”, explica a CIO, que reforça a necessidade de a liderança abraçar a causa e explicar o impacto positivo que o uso dos dados causará na vida das pessoas. “Se fizer sentido para todo o mundo, vai engajar as pessoas.”
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