Distrito Itaqui reúne primeira turma da Escola de Liderança com tema “Liderança de Propósito”

De 21 a 24 de outubro, o Distrito Itaqui, inovador projeto de sustentabilidade e brasilidade, realizou o primeiro encontro da Escola de Liderança. A turma, composta por mais de 30 CIOs e CEOs do mercado de tecnologia, teve como tema principal das aulas a “Liderança de Propósito” e mais de 1 milhão de metros quadrados de Mata Atlântica preservada, em Itapevi, São Paulo, como pano de fundo. O programa foi cocriado pela principal escola de inovação e tecnologia do Vale do Silício, a Singularity University, e o Distrito Itaqui.

Facilitadores do programa, Dante Freitas e Renan Hannouche, professores da Singularity University, se mostraram animados com as reflexões propostas pelo Liderança de Propósito, por ser algo inédito em solo nacional. “É uma jornada transformadora. O programa se tornará um ponto de inflexão na vida de muitos, com uma daquelas experiências que torna tudo que vier depois”, pontuam. Adelson de Sousa, fundador do Itaqui e presidente da IT Mídia, endossou a fala e revelou que o todo e qualquer líder precisa hoje alinhar seus objetivos ao propósito. “Esse tema é urgente”, sintetizou.

Sandro Faria, diretor-executivo da Carbono Florestal – Pesquisa e Conservação, biólogo e mestre pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, gerou reflexões profundas sobre bioma e diversidade e o papel do Brasil como pioneiro no futuro caso entenda seu papel com energias verdes, sustentabilidade e preservação ambiental.

Além disso, Ricardo Carvalho, professor e pesquisador em antropologia social, arte e gestão, gestão de pessoas, cultura organizacional, cultura brasileira, comportamento organizacional e liderança, destacou a importância de compreender lógicas que estão por trás dos estabelecimentos das tecnologias: a exponencialidade.

Segundo ele, entender este conceito é estar atento e enxergar que a mudança está acontecendo. “O impacto vai chegar, mas depende do tempo, o momento e entre as convergências de diferentes ordens. Afinal, tecnologias complementam diferentes tecnologias, como a inteligência artificial está se estabelecendo em diversas frentes da nossa existência”, disse.

Já Glaucia Guarcello, Chief Innovation Officer e Deloitte Ventures Leader, destacou o papel da diversidade hoje, principalmente para empresas e líderes que querem atrelar suas construções com os cenários de inovação atuais.

Carla Tieppo, neurocientista, pioneira na aplicação da neurociência em palestras, cursos de extensão, provocou os alunos sobre a necessidade de entendimento do que é razão e o que é emoção e como esses dois lados de uma mesma moeda interferem em decisões. Ela estimulou ainda a compreensão de doenças como o bournout e ansiedade, cada vez mais comuns nos profissionais, e como a neurociência explica essas enfermidades. “As equipes que têm mais resultados, ou mais sucesso, são as que têm mais vínculo”, reforçou ela, avançando no tema líderes que geram impacto.

Carla Tieppo, neurocientista

Falando sobre liderança regenerativa, Ana Carnaúba, partner da Deloitte, reforçou, em aprendizado no meio da mata e fazendo conexões com a flora, a busca um equilíbrio entre o sucesso em curto prazo e a sustentabilidade em longo prazo, com foco na criação de um mundo mais saudável e resiliente para as gerações futuras.

A mata e o aprendizados para líderes

No último dia de Liderança de Propósito, Miguel Setas, CEO da CCR, trouxe dados preocupantes sobre o desmatamento e aquecimento global. Português, mas apaixonado pela cultura brasileira e morando no Brasil, o executivo lembrou que a temperatura média global em julho foi cerca de 1,5°C mais quente do que a era pré-industrial que terminou em meados do século XIX, citando dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia. Isso significa secas, aumento dos níveis dos mares, entre tantos outros impactos.

Diante desse cenário, o executivo, que lançará nesta semana a obra “Gigante pela própria natureza”, pela Editora Gente, afirmou que não é exagero dizer que os atuais modelos de sustentabilidade são insuficientes. “É necessária uma visão holística para a sustentabilidade, evoluindo do ESG para os 7 “Es”: ecologia, economia, equidade, ética, estética, espiritualidade e evolução”, afirmou.

Miguel Setas, CEO da CCR

Para Setas, para viabilizar essa mudança, o novo perfil da liderança precisa equilibrar qualidade de vida interior, relação com o tempo, relação com o outro e relação com o mundo. “O Brasil tem tudo para ser o epicentro do novo humanismo ecológico”, assinalou.

Falando sobre economia verde, Patricia Ellen, empreendedora da economia verde, sócia-líder da Systemiq no Brasil e cofundadora da Aya Earth Partners, pediu uma reflexão dos líderes sobre o que é ego e o que é eco no perfil desses profissionais. “Algo no ego que atrapalha é nosso pacto com a escassez. Isso só vai dar certo se usarmos a tecnologia para sermos melhores seres humanos”, contou.

Também participaram do programa Ricardo Carvalho, expert da Singularity University, autor de 7 livros que abordam tecnologia, negócios e comunicação, que trouxe reflexões sobre exponencialidade; além de Poliana Abreu, head da Singularity University Brasil e diretora de conteúdo na HSM, que falou sobre como mudanças impactam a liderança voltada para propósito. Alexandre Costa, fundador e CEO da Cacau Show, fez uma participação surpresa especial, provocando os alunos sobre a conexão com o cacau, fruto originário do Brasil.

Momentos de profunda conexão com a natureza

Para criar uma conexão com a natureza, o verde e o futuro inovador, os alunos participaram de ações na mata, como meditação, caminhada, canto e contos e exploração de jaboticabas, um dos símbolos do Distrito Itaqui. A próxima turma acontece de 23 a 25 de novembro, e contará com professores renomados da Singularty University, importantes executivos do mercado e alunos líderes de tecnologia, promovendo discussões sobre a conexão do líder com o futuro inovador e o propósito verde.